O indicado da bancada evangélica é Ricardo Caldas, professor da Universidade de Brasília (UnB). Ele é graduado em economia, tem mestrado em ciência política e doutorado em relações internacionais
As articulações da bancada evangélica para emplacar seu candidato no Ministério da Educação são recentes. Começaram a ganhar força nessa segunda-feira, 6, quando o presidente da frente parlamentar, deputado federal Silas Câmara (Republicanos-MA), foi sondado para colocar em xeque a fidelidade do presidente Jair Bolsonaro.
Ao defender a indicação do economista e cientista político Ricardo Caldas, professor da Universidade de Brasília (UnB), os evangélicos procuram evitar quaisquer contestações por parte de Bolsonaro. Oeste conversou com lideranças da bancada evangélica e explica por que os parlamentares decidiram apoiá-lo.
O indicado da bancada evangélica é, primeiro de tudo, um cristão. Convertido em 2003, é evangélico da Igreja Assembleia de Deus desde 2004. Currículo também não falta a Caldas. Ele é graduado em economia pela UnB. Na mesma universidade onde é servidor de carreira desde 1998, ele concluiu o mestrado em ciência política.
Referências
Em 1994, concluiu doutorado em relações internacionais na Universidade de Kent, na Inglaterra. Em 2019, realizou pesquisas na Columbia University, nos Estados Unidos, sobre populismo no Brasil. “O Silas vai encaminhar um currículo muito bom, ilibado, de alguém que é de direita, nunca assumiu cargo nenhum em governo de esquerda, mas tampouco é um olavista”, sustenta um deputado evangélico.
A indicação de Caldas é acompanhada não apenas por referências verbais. Oeste recebeu de evangélicos prints de diplomas que comprovam a formação profissional do professor. O objetivo, claramente, é evitar questionamentos e inconsistências sobre seu currículo, fato que impediu o professor Carlos Decotelli de assumir o Ministério da Educação.
Ideologia de gênero
Os religiosos destacam, ainda, que, caso seja nomeado ministro, Caldas não vai defender a ideologia de gênero nas escolas. Mas não fará disso uma “bandeira”. “O Ricardo é um evangélico que acredita na educação para todos, não em ideologias, de um lado ou do outro. Navega bem com todo mundo, mas vai blindar o governo de deixar que esse tipo de loucura [ideologia de gênero] um dia aconteça. É um cara perfeito para o Bolsonaro”, destaca outro deputado da bancada.
A indicação de Caldas é, portanto, uma chance de Bolsonaro fazer as pazes com a bancada evangélica, analisam os parlamentares ouvidos. “É a hora do Bolsonaro provar ‘ok, estamos juntos, evangélicos, cristãos’. O Caldas é um cara que é educador, tem um currículo gigante, é mestre em ciências políticas há 30 anos e economista há 36 anos. Precisamos de um ministro que seja um educador e saiba conciliar conhecimento político com gestão econômica”, diz um deputado.
Currículo não falta,claro,se for verdadeiro!