À exceção de deputados bolsonaristas, saída de Weintraub é vista até como alívio por parlamentares. Expectativa é de que sucessor tenha articulação com o Parlamento
A saída de Abraham Weintraub do governo gerou uma rápida repercussão política. À exceção de aliados do presidente Jair Bolsonaro, é quase unânime o sentimento de que ele não deixará saudades. A análise é de que a educação brasileira está estagnada e precisa de um novo comando capaz de conduzir a pasta com equilíbrio e bom relacionamento junto aos demais poderes.
O deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), vice-líder do governo na Câmara, é um dos que se posicionou em tom de gratidão a Weintraub. Parlamentar da base de apoio direto a Bolsonaro, ele agradeceu os feitos do agora ex-ministro. “Obrigado por tudo que o senhor fez pela educação, pelo governo e pelo Brasil”, destacou.
O elogio foi sucedido de uma alfinetada a Sérgio Moro, ex-ministro da Segurança Pública. Jordy não o citou nominalmente, optando por uma critica velada. “Entrou desconhecido e saiu um gigante. Diferentemente de um falso herói que tivemos entre nós, saiu com postura e hombridade. Boa sorte em sua nova jornada!”, sustentou.
Obrigado por tudo que o senhor fez pela educação, pelo Governo e pelo Brasil, Ministro @AbrahamWeint. Entrou desconhecido e saiu um GIGANTE. Diferentemente de um falso herói que tivemos entre nós, saiu com postura e hombridade. Boa sorte em sua nova jornada!
— Carlos Jordy (@carlosjordy) June 18, 2020
Saída tardia
A análise feita por Jordy ficou limitada aos parlamentares mais ligados a ele. O deputado Tiago Mitraud (Novo-MG), responsável por capitanear as pautas de educação no partido, avalia que Weintraub não deixará saudades, sendo, portanto, até um alívio. “A saída já é tardia. Praticamente desde que chegou, não demonstrou ser capaz de conduzir a educação do país, tanto do ponto de vista técnico, quanto do ponto de vista comportamental”, destacou a Oeste.
O deputado não manifestou, entretanto, opção e apreço por um substituto específico. Os nomes cotados nos bastidores são os dos secretários de Educação Básica, Ilona Becskeházy, e de Alfabetização, Carlos Nadalim. Mitraud demonstrou conhecimento sobre o trabalho de Becskeházy, mas não fez uma defesa enfática.
“É uma educadora que tem muito conhecimento sobre a educação básica, mas não consigo dizer se seriam as melhores opções, ou mesmo outros nomes. O importante, ao contrário das outras duas primeiras opções de Bolsonaro, onde a questão de guerra ideológica, ao meu ver, foi priorizada, é garantir que as crianças brasileiras e jovens vão aprender o essencial na escola”, destacou Mitraud.
Comprometimento
A avaliação do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) é semelhante. Primeiro-vice-líder do partido e vice-líder do governo no Senado, ele considera que o importante é avançar. “Agora, é a gente torcer para que entre uma pessoa comprometida com a educação e consigamos, realmente, avançar”, sustentou.
A pandemia evidenciou as claras deficiências da educação brasileira. A exemplo do acesso à tecnologia para crianças poderem estudar, quando necessário, em casa. “Temos milhões de crianças sem aula exatamente por não termos instrumentos adequados para dar a eles as condições de fazer educação à distância. Sequer tem internet, portanto, temos que recuperar esse tempo todo e tocar as propostas”, avaliou.
Membro titular da Comissão de Educação do Senado, Izalci chegou a ser cotado para ser ministro da Educação nas duas ocasiões. Durante o governo de transição, quando o escolhido foi o educador Ricardo Vélez, e antes da opção por Weintraub. O senador disse, contudo, que não recebeu nenhum convite.
“Falaram no início do governo que as bancadas da educação, da ciência e tecnologia e a evangélica manifestaram essa possibilidade. E aí foi ventilado. Mas não tive nenhum convite do presidente. É uma questão da confiança do presidente. Cabe exclusivamente a ele nomear e exonerar, não a mim ou a qualquer outro parlamentar”, comentou a Oeste.
Pode até entrar uma pessoa mas moderada, porém, a linha ideológica não vai mudar, apenas vai ser exercida sem estardalhaço, e na ponta o que importa é o resultado. Acredito que o presidente vá indicar um interino e deixar a poeira abaixar como fez na saúde.
mitraud é uma decepção que estaria mais a vontade no psdb. Weintraub foi um excelente ministro da educação e a guerra ideológica a que o sujeito do novo se referiu se chama tirar nossas crianças das garras da doutrinação globalista esquerdopata. Precisamos de mais ministros que entendam isso. E mais congressistas também.