CPMI chegou a classificar publicação com mais de 100 anos de história como propagadora de notícias falsas
O trio que representa o Paraná no Senado está revoltado. E isso se deve à presença da Gazeta do Povo, publicação fundada em 1919, na lista de propagadores de notícias falsas. O parecer depreciativo ao jornal centenário ocorreu em relatório que chegou a ser apresentado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que trata sobre a circulação de conteúdos enganosos no país. Depois de denúncia da Oeste, o título saiu da “lista negra” da CPMI das fake news.
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Ao participar de sessão remota realizada na quinta-feira, 4, Oriovisto Guimarães (Podemos) foi o primeiro senador paranaense a se posicionar contra a associação da Gazeta do Povo com a produção de notícias falsas. De acordo com ele, é complicado a CPMI anti-boatos registrar uma informação não condizente com a realidade. Ele, contudo, não culpou o relator do projeto, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) pelo erro.
“Uma CPMI de fake news não pode produzir uma fake news“
“Ele [Angelo Coronel] certamente não é o culpado disso. Mas veja: uma CPMI de fake news não pode produzir uma fake news“, comentou Guimarães, de acordo com a Agência Senado. O parlamentar do Paraná aproveitou para comparar o título sediado em Curitiba com outras marcas. “O mais tradicional jornal do Paraná, com mais de 100 anos de existência, que é um jornal equivalente para o Paraná ao que é o jornal O Estado de S. Paulo para o Estado de São Paulo”, pontuou. O senador Álvaro Dias, também do Podemos, registrou que “subscrevia” o relato de seu colega.
Aguardando o pedido de desculpas
Guimarães, contudo, ressaltou que a questão não acabou. Para ele, é necessário ir além de retirar a Gazeta do Povo da lista de veículos de comunicação disseminadores de notícias falsas. O senador aguarda que o responsável pelo caso se acuse e, consequentemente, peças desculpas à publicação.
“O culpado por isso, certamente é algum assessor ou alguém que fez isso desavisadamente, deveria fazer um pedido formal de desculpas ao jornal Gazeta do Povo“, solicitou Guimarães. “[Trata-se de um marca que faz] parte da tradição dos paranaenses e que teve a sua reputação não maculada, porque isso não macula um jornal que tem a tradição do jornal Gazeta do Povo. Mas foi uma notícia muito triste”, lamentou. Ele, por fim, enfatizou: quer o devido reparo.
Nota de repúdio
Oriovisto Guimarães foi além de se posicionar na sessão. Ao lado dos outros dois senadores do Paraná — o já mencionado Álvaro Dias e Flávio Arns (Rede) —, ele assinou nota conjunta contra a inclusão da Gazeta do Povo na lista das fake news. No conteúdo, o trio de parlamentares enaltece a história da publicação. Cita, ainda, que o jornal tem reconhecimento de entidades de classe. Além de, entre outros pontos, ter conquistados no Brasil e no mundo.
Leia, abaixo, a nota:
NOTA CONJUNTA
A valorização de veículos sérios e que são reconhecidos por sua atuação profissional e dentro dos princípios da ética e do jornalismo nunca se fez tão necessária. Neste sentido, destacamos a importância da Gazeta do Povo e de seus 101 anos de história, sempre marcados pela responsabilidade e pela credibilidade conquistada perante a comunidade paranaense e brasileira.
Esse reconhecimento parte também de entidades representativas da área, como a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ), além dos prêmios nacionais e internacionais que o jornal acumula.
Por estes motivos, nós, senadores do Paraná, vimos manifestar nosso testemunho em favor do jornal paranaense Gazeta do Povo por ocasião de sua classificação como divulgador de “notícias falsas” no relatório apresentado pela “CPMI das Fake News”, sempre respeitando a independência e liberdade de trabalho que devem ser a marca de qualquer comissão parlamentar de inquérito.
Assinam esta nota os senadores:
Alvaro Dias (Podemos-PR)
Flávio Arns (Rede-PR)
Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)
Fonte: Agência Senado
Menos Estado = Mais Estado, principalmente num país como o Brasil totalmente sufocado pela máquina pública e seus funcionários públicos que muitas vezes “não funcionam” para o cidadão. Quem deve decidir se é fakenews é o leitor ou o ofendido pela fakenews que pode entrar na justiça se for o caso !
DEPOIS DA JOICE TER SIDO DESMASCARADA PELA CNN, OS SENADORES TÊM QUE PEDIR O ARQUIVAMENTO DESTE INQUÉRITO DAS “FAKE NEWS”!! ISTO É UMA VERGONHA!!