As Forças Armadas, responsáveis pela atuação na Terra Indígena Yanomami, pediram R$ 993 mil por dia para as operações que reprimem o garimpo ilegal. Apesar do alto valor, os militares não entregariam a metade das cestas básicas necessárias aos indígenas, segundo o documento do Ministério da Defesa.
A pasta calculou o valor e enviou a demanda para a Casa Civil. O governo federal anunciou mais R$ 1,2 bilhão para a missão. Houve um pedido de R$ 275 milhões em créditos extraordinários para as operações militares em agosto de 2023. O novo pedido de verba se deu em setembro.
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No documento do mesmo mês do ano passado, há a informação de que a verba para a assistência humanitária e a expulsão de garimpeiros acabou, o que exigiria um novo pedido.
O comunicado da pasta disse que houve “extinção dos recursos orçamentários”, o que dificultaria a atuação das autoridades para o envio dos recursos aos indígenas. Segundo o documento, esse fato “implica a necessidade de aporte de valores na dimensão mencionada”.
De acordo com a Defesa, o valor teria como finalidade a distribuição de 766 toneladas de alimentos; 36,6 mil cestas básicas; 3 mil atendimentos médicos; a detenção de 165 suspeitos; e cerca de 7,4 mil horas de voo.
Ministério da Defesa negou o envio de aeronaves à Terra Yanomami
O Ministério da Defesa não disponibilizou aeronaves com uma comitiva de ministros à Terra Indígena Yanomami, conforme informações dos integrantes do governo ao jornal Folha de S.Paulo.
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Em 10 de janeiro, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede Sustentabilidade); a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara (Psol), e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida (sem filiação), viajaram a Auaris, em Roraima, para acompanhar a crise humanitária do local.
Apesar disso, atuantes na operação não receberiam suporte da Defesa, pasta com a qual há um acordo de cooperação para atuação no território. A justificativa foi a de que as aeronaves disponíveis não tinham autonomia de voo para chegar a Auaris.
Crise na Terra Yanomami não terá resoluções em 2024, diz ministra de Lula
A ministra dos Povos Indígenas do governo Lula, Sonia Guajajara, admitiu que a crise na Terra Indígena Yanomami não terá resoluções neste ano. Ela fez a declaração durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais do ministério, na semana passada.
“Para quem não conhece o território, é importante entender a complexidade da situação”, disse Guajajara. “E não pensar: ‘Passado um ano, não se deu conta’. Ou: ‘Ah, em um ano vai resolver’. Não resolvem e, possivelmente, não se resolverá em toda a sua dimensão em 2024.”
A oposição tem pressionado o governo Lula e o Ministério dos Povos Indígenas por uma resolução na crise entre os ianomâmis.
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