O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, não aceita que o PSDB conclua as prévias que definirão o candidato do partido ao Palácio do Planalto no domingo 28. A afirmação é do presidente do diretório estadual de São Paulo da legenda, Marco Vinholi, aliado do governador João Doria.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 23, Vinholi afirmou que espera uma mudança de posição do governador gaúcho.
“O presidente Bruno Araújo buscou saídas e construiu essa nova perspectiva de avançar e finalizar as prévias até domingo”, disse Vinholi. “A candidatura de João Doria concordou com o que foi apontado, assim como a de Arthur Virgílio. Todo o partido está aguardando. Falta agora o candidato Eduardo Leite aceitar“, afirmou.
“Tenho respeito pelo Eduardo Leite, mas a narrativa tem de ser clara neste momento. O partido estabeleceu um modelo para que possamos concluir até domingo essas prévias. Neste momento, ele não está aceitando que o PSDB termine suas prévias. Tenho certeza de que ele deve rever essa posição”, prosseguiu Vinholi.
“Faço até um apelo aqui para que o candidato Eduardo Leite aceite a gente finalizar as prévias e escolher o candidato à Presidência da República pelo PSDB”, afirmou o dirigente tucano.
Indagado sobre as sequelas de uma disputa tão acirrada pela indicação do partido, Vinholi disse que caberá ao escolhido pela legenda a missão de pacificar as diversas correntes internas. “O PSDB tem uma democracia interna muito forte. Temos pré-candidatos disputando a vaga para a Presidência da República. É evidente que a união caberá àquele que vencer esse processo. Caberá a ele unir o partido”, finalizou.
Eduardo Leite resiste
Como noticiado mais cedo por Oeste, Paulo Serra, coordenador da campanha de Eduardo Leite, admitiu a possibilidade de o perdedor da disputa interna não reconhecer o resultado.
Segundo o prefeito de Santo André (SP), os danos à imagem da legenda pelos problemas no aplicativo de votação, no domingo 21, são irreversíveis e afetam a própria unidade do PSDB para a eleição presidencial de 2022.
“Há um arranhão na credibilidade do sistema. As alternativas têm de ser construídas conjuntamente pelas três campanhas, sem essa guerra de narrativas que tem acontecido”, afirmou Serra ao jornal Folha de S.Paulo.
“É inegável que, mesmo tecnicamente, haja reparação do aplicativo, há um arranhão já profundo. Isso precisa ser bem debatido”, prosseguiu o aliado de Eduardo Leite. “Eu acho que agora, para que a imagem do partido seja reconstruída, só a união dos esforços de todas as candidaturas e da executiva, só uma construção coletiva vai poder reconstruir esse processo. Ataques, fake news e ofensas não vão colaborar em nada com a imagem do partido.”
O PSDB virou mais um satélite dos PTralhas.