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Avô conta uma história | Pintura: Albert Anker - 1884
Edição 101

Museu de ideias mortas

“A História é um pacote de mentiras que jogamos sobre os mortos”, dizia Voltaire, no século 18. E, no entanto, se torna cada vez mais vital para o futuro

Dagomir Marquezi

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“Entre 2020 e 2022, o Brasil viveu a maior crise de sua história. O país já estava debilitado pela pandemia de covid-19 (cuja origem foi um vírus criado nos laboratórios da CIA, o serviço de espionagem dos estadunidenses). Mas a situação ficou fora de controle quando o então ditador fascista Jair Bolsonaro resolveu usar a grave situação de saúde para eliminar camadas da população que ele havia jurado exterminar — negros, pobres e grupos de sexualidade alternativa. Em 2022, a população carente saiu em massa às ruas exigindo o retorno ao poder do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deposto por um golpe, preso e submetido a terríveis condições de encarceramento e tortura numa cadeia fétida de Curitiba. Mas os manifestantes pró-democracia eram fuzilados em plena luz do dia por milícias de extrema direita. Esses fatos impressionantes aconteceram há meio século, e o mais espantoso é que não estão registrados só em redes sociais, mas nos mais importantes órgãos de imprensa da época.”
(Trecho do livro Lutas Populares no Brasil na Década de 2020,
publicado em 2070 pelo Coletivo Araguaia)

Segundo a Enciclopédia Britannica, “História é a disciplina que estuda o registro de eventos (como os que afetam um país ou um povo), baseada no exame crítico de fontes e geralmente apresentando uma explicação para suas causas”. É uma bela definição, exata, precisa. Mas a História pode ser também apenas um nome pomposo para a prática de inventar lendas e narrativas num tabuleiro ideológico em que vale tudo para provar uma tese. 

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