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Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Edição 118

Biden e a bandeira do orgulho gay

Hastear o símbolo LGBTQIA+ agora é parte da política imperialista-progressista dos EUA

Frank Furedi
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Em 2019, o governo de Donald Trump disse às embaixadas dos Estados Unidos, incluindo a de Brasília, para não hastear a bandeira do orgulho LGBTQIA+. Essa decisão foi revogada pelo governo Biden, que está decidido a impor sua ideologia de gênero ao mundo todo.

Desde que foi eleito presidente dos Estados Unidos, Joe Biden tem se ocupado de promover sua missão, que é converter o mundo a aceitar seus valores woke. Para a elite cultural norte-americana que está impondo os valores associados à política cultural identitária, isso se tornou uma espécie de missão.

É por isso que, no começo deste mês, a Embaixada dos Estados Unidos no Vaticano decidiu hastear a bandeira do orgulho LGBTQIA+ do lado de fora do prédio. Isso foi celebrado num tuíte.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos dá uma grande importância simbólica ao hasteamento da bandeira do orgulho LGBTQIA+. Às vezes, parece que, para a administração Biden, essa bandeira é mais importante que a bandeira dos Estados Unidos. Por quê? Porque ela agrega mais valor moral à celebração do lobby LGBTQIA+ do que a afirmação de uma bandeira que simboliza apenas a nação norte-americana.

Hastear a bandeira do orgulho LGBTQIA+ em frente à Embaixada dos Estados Unidos no Vaticano é visto pelo Departamento de Estado como um ato de sinalização de virtude especialmente significativo. Dessa forma, a Embaixada dos Estados Unidos busca comunicar para o papado a importância de levar a sério sua perspectiva sobre a sexualidade humana. Do ponto de vista dos imperialistas culturais que habitam o Departamento de Estado dos EUA, o catolicismo e outras instituições religiosas precisam abrir mão de suas visões tradicionais sobre sexualidade humana e abraçar a visão de mundo do lobby LGBTQIA+.

Anjos e demônios

Vale notar que a bandeira do orgulho não desafia apenas a postura do Vaticano em relação à sexualidade, mas também a base de sua teologia. De acordo com os ensinamentos cristãos, longe de ser uma virtude, o “orgulho” é considerado um pecado. Ele vê o orgulho como um pecado, porque só encontra prazer no que o destaca. Santo Agostinho comentou que “o orgulho transformou anjos em demônios”, e muitos teólogos argumentaram que o orgulho representa o primeiro passo ou o começo do pecado.

Não é preciso aceitar os ensinamentos da Igreja sobre o orgulho. No entanto, é possível imaginar que a sensibilidade diplomática em relação às opiniões e aos sentimentos das pessoas que habitam o Vaticano inibiria a embaixada norte-americana de desafiar publicamente a perspectiva religiosa e cultural de seu anfitrião.

Acontece que a administração Biden não é conhecida por sua diplomacia sutil. Ao contrário, ela quer que as pessoas em toda parte aprendam a viver de acordo com os seus valores. Uma das primeiras iniciativas de política externa de Biden foi enviar ao Departamento de Estado um memorando “para garantir que a diplomacia e a assistência estrangeira dos Estados Unidos promovam e protejam os direitos humanos das pessoas LGBTQIA+”. Biden descreveu isso como um dos “nossos valores mais caros”. O presidente dos EUA e sua equipe entendem que a maioria das pessoas do mundo não necessariamente concorda com ele nem com essa questão. Por exemplo, é improvável que para milhões de sul-americanos a política identitária LGBTQIA+ seja seu “valor mais caro”. Mesmo assim, a política externa norte-americana está determinada a garantir que sociedades do mundo todo subscrevam aos “valores mais caros” de Biden.

Cruzada woke

Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, foi colocado no comando da cruzada global woke dos Estados Unidos. No início de 2021, Blinken anunciou que as embaixadas e os consulados dos EUA no mundo todo podiam hastear a bandeira do orgulho LGBTQIA+ no mesmo mastro que a bandeira dos Estados Unidos durante a “Temporada do Orgulho LGBTQIA+”. Em junho de 2021, uns dois meses antes da humilhante retirada norte-americana do Afeganistão, a Embaixada dos EUA em Cabul hasteou a bandeira do arco-íris. Seu Twitter afirmou:

“O mês de junho é conhecido como o Mês do Orgulho (LGBTQIA+). Os Estados Unidos respeitam a dignidade e a igualdade das pessoas LGBTQIA+ e celebram suas contribuições para a sociedade. Seguimos comprometidos com a defesa dos direitos humanos das minorias, incluídos LGBTQIA+”.

Evidentemente, era mais importante para Washington hastear essa bandeira em Cabul do que elaborar uma estratégia de retirada organizada para o Afeganistão. Parecia que as pessoas que trabalham na Embaixada dos Estados Unidos em Cabul eram ideólogos woke, em vez de diplomatas versados em geopolítica.

É só uma questão de tempo até que o Brasil se torne um alvo da cruzada imperialista woke de Washington. O país já está na mira do soft power dos Estados Unidos

Em junho de 2021, o Departamento de Estado anunciou que, liderados por Washington, “20 países copatrocinaram seu primeiro evento paralelo sobre os direitos humanos de mulheres transgênero, destacando a violência e as barreiras estruturais, legais e interseccionais enfrentadas por mulheres trans ‘racializadas’”. Ele também causou impacto ao celebrar o Dia Internacional dos Pronomes, no começo de outubro. Por meio do blog Share American, o departamento incentivou o público a “compartilhar seus pronomes”, incluindo “ze/zir/zirs”, além de se vangloriar da introdução recente do prefixo “Mx” (algo como “Sx.”) nos formulários de contato da Casa Branca.


É só uma questão de tempo até que o Brasil se torne um alvo da cruzada imperialista woke de Washington. O país já está na mira do soft power dos Estados Unidos. As organizações de mídia norte-americanas, como a Netflix, desejam transformar as crianças brasileiras em jovens ansiosos obcecados com seu gênero e sua identidade. Sem dúvida o Brasil precisa ter boas relações geopolíticas com os Estados Unidos. Mas, se o país quiser preservar sua soberania e seu modo de vida, é preciso resistir às tentativas dos guerreiros da cultura woke norte-americana de impor sua ideologia no Brasil.

Leia também “A ‘Nova Ordem Mundial’ de Biden”

9 comentários
  1. Jenielson Sousa Lopes
    Jenielson Sousa Lopes

    Liberdade de expressão. Soberania brasileira

  2. Antonio C. Lameira
    Antonio C. Lameira

    Os EUA, está se prestando a diminuir sua importância no mundo, pobre povo americano, o governo está colocando essa ideologia minoritária goela a dentro. No Brasil acontecera o mesmo caso a esquerda ganhe a eleição, pobre de nós brasileiros.

  3. Gilson Herz
    Gilson Herz

    Esse velho FDP e seus comparsas estão moralmente no lixo. Bando de canalhas.

  4. Robson Oliveira Aires
    Robson Oliveira Aires

    Esperar o que de um país governado por um velho decrépito, senil, pedófilo.

  5. Antonio Rodrigues
    Antonio Rodrigues

    Biden um verdadeiro idiota.

  6. Juliana Alves do Carmo
    Juliana Alves do Carmo

    Aguardando o hasteamento de tal bandeira no Qatar…

  7. JOSE MARIA DA PAIXAO NASCIMENTO
    JOSE MARIA DA PAIXAO NASCIMENTO

    A partir de o momento em que um país se orgulhar de levantar bandeira da sexualidade, como plataforma de governo, a sua moral estará escondida nas partes mais profundas do ser humano. Isso já não é transformação de anjos em demônios, mas a pior forma de esquecer- se de outros valores. Essas ideias só poderiam sair de distopia sem o mínimo de respeito pela religiosidade das pessoas. Essa empáfia só piora mais essa conjuntura intoxicada por ideologias de gênero. Todos vamos pagar o preço disso e com muitos juros. Quando Deus está em silêncio, precisamos ser pacientes. Um Deus de carne e osso não é a solução, é a perdição.

  8. Expedito Aguiar Lopes
    Expedito Aguiar Lopes

    Tome WOKEISM “Ad Naseum” !

  9. Vanildo
    Vanildo

    Abordagem muito importante. Muito obrigado pelo artigo

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