Algo está realmente muito estranho no Brasil. Na terça-feira 23, o ministro Alexandre de Moraes, que reina no Supremo Tribunal Federal como dono do “inquérito do fim do mundo”, determinou que a PF cumprisse mandados de busca e apreensão em imóveis pertencentes a oito empresários qualificados de “bolsonaristas-golpistas”. O magistrado amparou sua decisão numa reportagem que prometera revelar mensagens acusadas de envolvimento na montagem de um golpe militar trocadas num grupo de WhatsApp. O absurdo só não soou absurdo aos ouvidos enlouquecidos do xerife togado.
“Prefiro golpe do que a volta do PT”, escreveu um empresário. “Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”, emendou outro. “Golpe foi soltar o presidiário!!! Golpe é o ‘supremo’ agir fora da constituição! Golpe é a velha mídia só falar merda”, digitou um terceiro. Como polícias secretas a serviço das piores ditaduras, Moraes conseguiu enxergar conspirações golpistas nesse vaivém de mensagens virtuais.
“A opinião deixou de ser um direito básico do brasileiro”, constata J.R. Guzzo, no artigo de capa desta edição. “A ‘democracia’, nome que o ministro Alexandre de Moraes, a esquerda nacional e o seu candidato à presidência da República deram ao sistema de poder absolutista, ilegal e pervertido que o alto judiciário criou para governar a sociedade deste país, tornou-se mais importante que os direitos individuais dos cidadãos.”
A análise dessa extravagante “democracia” que persegue emojis é complementada por Rodrigo Constantino, que expõe com clareza o ridículo da situação. “Aos 82 anos, o discreto empresário José Isaac Peres, da rede de shoppings Multiplan, sofreu busca e apreensão e quebra de sigilo fiscal e telemático por escrever: ‘Lula só ganha se houver fraude grossa!'”, exemplifica. Segundo Constantino, vão desaparecendo os sinais de que há no Brasil um Estado de Direito. “Não obstante, a imprensa militante antibolsonarista insiste em passar pano e justificar ou amenizar aquilo que é simplesmente surreal.”
Essa “imprensa militante antibolsonarista” mais uma vez foi vista em ação nas sabatinas dos candidatos à Presidência da República exibidas pelo Jornal Nacional. Vale a pena transcrever as perguntas feitas por William Bonner já na abertura das entrevistas com Jair Bolsonaro e Lula. Na segunda-feira, o destinatário foi o presidente da República: “O senhor tem xingado ministros do Supremo Tribunal Federal, tem feito ataques sem prova nenhuma ao sistema eleitoral brasileiro. O senhor chegou, inclusive, a ameaçar não ter eleição no Brasil, como se coubesse ao senhor decidir uma coisa dessas. Candidato, com franqueza, o que é que o senhor pretende ou o que é que o senhor pretendeu com isso? O senhor pretendeu, por acaso, criar um ambiente que, de alguma forma, permitisse um golpe contra o qual inclusive a sociedade civil se manifestou agora com a divulgação de dois manifestos ou outros manifestos em defesa da democracia?”.
Três dias depois, diante do mentor do Mensalão e do Petrolão, condenado em três instâncias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mudaram a forma e o conteúdo: “O Supremo Tribunal Federal lhe deu razão, considerou o então juiz Sergio Moro parcial, anulou a condenação do caso do triplex e anulou também outras ações por ter considerado a vara de Curitiba incompetente. Portanto, o senhor não deve nada à Justiça. Mas houve corrupção na Petrobras. E, segundo a Justiça, com pagamentos a executivos da empresa, a políticos de partidos como o PT, como o então PMDB e o PP. Candidato, como é que o senhor vai convencer os eleitores de que esses escândalos não vão se repetir?”. As sabatinas com Lula, Jair Bolsonaro e Ciro Gomes são o tema dos artigos de Ana Paula Henkel, Augusto Nunes e Guilherme Fiuza.
Quando situações semelhantes ocorrem — e infelizmente isso tem acontecido com frequência —, é saudável lembrar o fecho do artigo de Guzzo publicado na edição 117 de Oeste. “Sempre que você ler no jornal ou ouvir na televisão e rádio algo que não entende, ou que lhe parece uma cretinice, ou que tem cara de mentira, fique tranquilo — é você quem está com a razão, e não eles.”
Boa leitura.
Branca Nunes
Diretora de Redação
Sugiro à equipe de arte da Oeste uma série de cartum sobre Alexandre de Moraes.
Alguns temas: “A Constituição Sou EU”, “O STF Sou Eu”, “O Estado Sou Eu”,
Monumentos substituídos por Alexandre: O Cristo Redentor, Jk,
Ele no centro do Congresso Nacional.
Somente Randolf conseguindo conduzir Alexandre.
Um político pernambucano do Amapá (Randolphe) alegou o salário líquido dele (22 mil reais) para realçar o motivo pelo qual viu o que ele chamou de ‘ladroagem’ nessa história, a ponto de solicitar ao STF a crucificação dos Bolsonaros por causa de imóveis da família. O incauto político alegou o tamanho da fortuna e não do bolo sob o travesseiro.
Como o levantamento do número fantástico do patrimônio da família real foi feito juntando vários parentes – incluindo até os por afinidade, como é o caso do cunhado que não tem sobrenome Bolsonaro – então o número de referência salarial não deveria ser o de senador e sim a soma dos salários de todos os envolvidos; há praticamente todas as categorias: vereador, deputado estadual, deputado federal, senador, presidente e ainda os agregados. Parece que essa soma ultrapassa 100 mil reais, sem levar em conta os salários indiretos dos políticos – que são isentos de certas despesas obrigatórias para o cidadão comum.
Você não acha que essa desonestidade intelectual deveria ser punida no jornalismo, na política e no Supremo Tribunal?
O povo precisa acordar e perceber que a maioria dos políticos parasitas, não gostaram de nossa escolha, e eles não estão só contra o MITO mas contra nós que o elegemos o que prova que estão travando uma batalha contra nossa escolha, e só nós poderemos mudar isso, votando em quem realmente mostra que ama o nosso país, que pensa como nós e defende nossa liberdade, e votando em quem está ao lado dele, e mandar embora todos que só pensam em encher os bolsos, ou que tem políticas à favor de tudo o que é ruim. #BolsonaroReeleitoEm2022
Excelente o editorial da festejará jornalista Branca Nunes. Erdadeiro, objetivo e esclarecedor.
Alguém já ouviu falar de um tal de Kim Jong-un, o supremo líder da República Democrática da Coréia do Norte que , na realidade não passa de um ditador cruel e manda prender e matar qualquer um que fale algo contra ele, inclusive do cabelo? Pois é, o sr. Alexandre de Moraes parece seguir esse modelo. Opinião agora é crime, é ameaça à democracia e todo aquele que ousar falar algo, que o magnânimo Alexandre de Moraes, julgar ameaça a democracia, terá sua privacidade invadida, será preso por sei lá, qualquer coisa que desagrade o magnânimo.
De cueca em cueca os maus políticos vão desviando dinheiro do Brasil e mesmo assim querem tentar reeleger o cuecão mor e sua quadrilha.
O entrevistador da Globo usa Bonnér VERMELHO
Antes de ler esta edição quero cumprimentar toda a redação de Oeste pela revista que se tornou em tão pouco tempo, essencial.
Talvez o togado seja instrumento dos que pretendem voltar, mas não seria o representante desejado. Se a mosca azul for mais a causa do que o conjunto do apoio, ele poderá ser colocado no devido lugar.
O lado bom disso tudo é que o povo já percebeu que para acabar com tudo isso definitivamente será necessário eleger 27 Senadores comprometidos em retirar aqueles que agem ao arrepio da lei. E que também serão indicados mais 2 (dois) ministros para a suprema corte. Neste caso a decisão caberá ao próximo presidente da republica. Espero que não seja o ladrão de 9 dedos. BRASIL A CIMA DE TUDO E DEUS A CIMA DE TODOS !!!
Liberdade de expressão é basilar nos regimes democráticos.
O japonês da federal em seu livro, disse que o doleiro Youssef falou: “Só eu levei 27 bilhões de dólares para paraísos fiscais e calcula que existe uns 6 trilhões nesses paraísos, principalmente nos países asiáticos”
Não confio na apuração das eleições. O argumento vai ser as pesquisas manipuladas com a verdade dos resultados.