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Edição 146

Como as ditaduras nascem

O controle autoritário não vai ficar restrito aos “bolsonaristas”, pois, quando se dá tanto poder a tão pouca gente, é da natureza humana desejar mais e mais poder

Rodrigo Constantino
-

Muitos livros e textos foram escritos recentemente sobre como as democracias morrem. Os autores, geralmente, pretendiam denunciar as ameaças da direita nacional-populista, de gente como Trump ou Bolsonaro. Mas as democracias norte-americana e brasileira não sucumbiram por atitudes desses presidentes. Elas, porém, se enfraqueceram muito sob o pretexto de combatê-los. Ou seja, para “salvar a democracia”, o sistema, com seu viés esquerdista, atuou para dilapidar o tecido social e dilacerar as instituições republicanas.

No Brasil, por conta da fragilidade maior dessas instituições e da cultura da liberdade, o avanço tirânico foi muito maior. Hoje já estamos sob uma ditadura no Brasil, eis a triste verdade. Há jornalistas e parlamentares punidos pelo “crime” de opinião, censurados, impedidos de parlar na praça pública da era moderna. Isso sem nada que remeta ao devido processo legal. Não há império das leis, mas, sim, de homens que vêm abusando de seu poder e rasgando a Constituição da qual deveriam ser os guardiões.

No começo, quando os alvos eram os mais “radicais”, a imensa maioria se calou. Allan dos Santos era muito barulhento e xingava o ministro Alexandre de Moraes. Então tudo bem destruir seu canal Terça Livre? Daniel Silveira se excedeu num vídeo em que fala até em dar uns sopapos no ministro Fachin. Mas então tudo bem ignorar sua imunidade material e prendê-lo? Alguns foram ficando mais assustados, mas ainda consideravam uma realidade muito distante, coisa que acontecia só com os “bolsonaristas fanáticos”.

Terça Livre
Allan dos Santos | Foto: Reprodução/YouTube

Mas Guilherme Fiuza, respeitado jornalista, com décadas de trabalho reconhecido, teve suas contas banidas das redes sociais. Esse que vos escreve idem, mesmo trabalhando para grandes veículos de comunicação, como Gazeta do Povo, Jovem Pan e esta Revista Oeste. Não só minhas contas com milhões de seguidores foram suspensas e agora só podem ser vistas por quem usa VPN no Brasil, como acontece em ditaduras comunistas, mas minhas contas bancárias foram congeladas e meu passaporte foi cancelado. Sou tratado como um perigoso bandido, um marginal, um terrorista, tudo isso sem transparência, sem o devido processo legal, sem chance de defesa. Democracia?


Ser um cidadão brasileiro, neste momento, é assustador. Felizmente tenho mais cidadanias e estou fisicamente como residente permanente de um país mais sério, com leis. Os tentáculos da ditadura togada podem chegar longe, mas não podem tudo. O intuito está evidente: asfixiar meu sustento, inviabilizar meu trabalho e me intimidar, me calar. E não estou sozinho, como vimos. A tendência é cada vez mais gente ser incluída no grupo dos “golpistas perigosos”, até que todos compreendam que só haverá “liberdade” para quem disser amém para Alexandre de Moraes ou Lula. Isso é ditadura.

Luiz Inácio Lula da Silva e Alexandre de Moraes durante a cerimônia de diplomação do novo presidente da República | Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

E há um lado fascinante nisso tudo, em que pese o desespero como brasileiro. É poder, como intelectual, acompanhar de perto — muito perto, como vítima — a criação e o avanço de uma ditadura. Eu li muitos livros sobre o assunto, a gente acha que conhece bem as teorias, mas nada como a prática para confirmar as teses. O que está em curso no Brasil hoje era previsível, e os principais responsáveis não se enxergam como culpados — ainda. Quando a ficha cair, será tarde demais.

O sucesso dos jornalistas independentes e corajosos incomodou demais a turma do clubinho, da velha imprensa, os medíocres, que são incapazes de brilhar por conta própria

Falo dos “moderados”, dos “liberais”, dos “tucanos”, dos “jornalistas” que ou se calam diante de tanto absurdo ou incentivam o “fiador da democracia” a perseguir “bolsonaristas”. Os motivos para isso são muitos, e vão desde o oportunismo até a inveja. Eu, Fiuza, Paulo Figueiredo, nós temos não só milhões de seguidores, mas engajamento, audiência e o respeito de boa parte do público. Isso incomoda quem é pena de aluguel ou covarde a ponto de não denunciar o arbítrio supremo. A luz incomoda as criaturas das sombras.

E toda ditadura começa com certo apoio, eis a verdade. Ela raramente se apresenta como um projeto maligno e terrível. Ayn Rand, em A Revolta de Atlas, explica bem o emocional por trás do avanço tirânico quando uma fábrica é tomada por revolucionários. O funcionário que aceita e aplaude o discurso autoritário o faz para destruir o colega mais bem-sucedido. Freud falava do narcisismo das pequenas diferenças. O plebeu não inveja tanto o rei, inalcançável e distante, mas, sim, o outro plebeu que melhorou de vida por mérito próprio. O invejoso se irrita com a grama mais verde do vizinho, com a promoção do colega de trabalho, com o carro novo do “amigo”.

Ayn Rand, em A Revolta de Atlas | Foto: Divulgação

O sucesso dos jornalistas independentes e corajosos incomodou demais a turma do clubinho, da velha imprensa, os medíocres, que são incapazes de brilhar por conta própria. A TV Jovem Pan, com um ano de existência, já passava a audiência da GloboNews. Esta Revista Oeste cresce sem parar, enquanto aquela outra revista se prostitui cada vez mais para depender de mecenas corruptos ou verbas públicas. A Gazeta do Povo ultrapassou a marca de 100 mil assinantes, com o respeito dos seus leitores por fazer jornalismo de verdade. Os militantes petistas, diante de um espelho, precisam acusar os independentes corajosos de “militantes bolsonaristas”, pois não entendem como pode alguém fazer de fato análise sem obedecer a algum político qualquer.

E foi graças a essa mídia oportunista e pusilânime que a ditadura conseguiu avançar. Faltam bagagem cultural e conhecimento histórico a essa turma, porém, para entender que uma tirania jamais se satisfaz. O controle autoritário não vai ficar restrito aos “bolsonaristas”, pois, quando se dá tanto poder arbitrário a tão pouca gente, é da natureza humana desejar mais e mais poder. O abuso veio para ficar, portanto, e deve seguir crescendo. Quem não rezar a cartilha desses poderosos será alvo de censura, de inquéritos ilegais e sigilosos, caso resolva emitir suas opiniões. As ditaduras avançam sob o silêncio dos “bons”, que acham que nunca serão eles as vítimas da tirania. Quando perceberem que estavam errados não haverá mais a quem recorrer.

Leia também “Foi apenas um sonho”

28 comentários
  1. Ed Camargo
    Ed Camargo

    O poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente.
    A inveja de uns sobre a conquista inovativa de outros é o início da ditadura.
    Quem aceita e aplaude o discurso autoritário o faz com a intenção de se dar bem as custas de outros.

  2. Daniel BG
    Daniel BG

    Constantino, foi através de um artigo seu, isso da época em que o ladrão nem havia sido condenado, explicando se havia partido de direita no Brasil, que comecei a segui-lo. E, como o tempo passa e o vinho fica mais valioso, me sinto muito a vontade para elogiá-lo como um ótimo repórter e economista.

  3. Jorge Sakamoto
    Jorge Sakamoto

    Como combater a “ovelha imprensa”? Está encastelada em empresas mantidas com maioria de dinheiro público, pouco, privado.

  4. julio bento da silva bento
    julio bento da silva bento

    Boa tarde a todos! Deparo-me com absurdos e mais absurdos: as lentes de contato do Ministro Barroso que vê sinceridade, resignação e a “alma limpa” do Terrorista italiano, A Santa honestidade de João de Deus, já devia ter trocado as lentes por outra de melhor qualidade. Moraes, o tirano, não se cansa de ver atos antidemocráticos com sua luneta dada pelo 9 dedos e condenado a três instâncias onde só clama por Liberdade. Fachim, parece que sempre trabalhou nos correios, PHD em CEP! Rosa Weber , cheira a rosa de banheiro da Central do Brasil, omissa. Cármen Lúcia, vê cores celestiais quando o PT, PSOL e O MST jogaram tinta vermelha em sua casa. Toffili, amigo do amigo de meu pai e irmão de invasor de lugar protegido, parece no país das maravilhas. Gilmar Mendes, amigão de Barata, compadre, diz que não tem parentesco com esse inseto que acabou com o transporte público do Rio de Janeiro. Lewandowski , filho da vizinha, deve favor e agradece de joelhos ate hoje, aos 9 dedos, pois ele o transformou em ministro. Fux que nada sabe, quer a escuridão do esquecimento. Flavio Dino, processos em abundância proporcional ao seu volume é Ministro da Justiça, piada do tamanho de seu comunismo. José Dirceu e filho: bandidos, Hélder Barbalho e filho: bandidos ², Renan Calheiros e filho: marginais ³, e por aí vai, lista infinita, roubos infinitos, desqualificados aos montes! Chico, Gil, Caetano e muitos outros que só venderam discos na “tal ditadura” e agora se venderam fácil ao “diabo” e querem falar que foram maltratados. Essas minorias, feitas como massa de manobra se não acordaram, vão acordar. Estou enojado de ver tanta sacanagem e inversão de valores!

  5. Ricardo Malheiros Aguirre
    Ricardo Malheiros Aguirre

    O problema não são só os tiranos, o problema está nos cúmplices e nos covardes, que têm poder mas se omitem de forma conivente, para impor suas ideias e suas péssimas intenções com a coisa pública, de forma oportunista.

  6. Eloi
    Eloi

    Qual será o destino do Brasil?
    A meu ver, sombrio.
    A meu ver, destruído moralmente
    A meu ver, rechaçado pelo resto do mundo.
    Só por DEUS!

  7. Wilton Portela Serra de Moura
    Wilton Portela Serra de Moura

    A JOVEM PAM ESTÁ PERSENDO NOMES IMPORTANTES. VAI TORNAR-SE MEDÍOCRE.

  8. Marcos Gondim Costa
    Marcos Gondim Costa

    Impressionante e real a reportagem de Rodrigo Constantino,mostrando toda a covardia e subserviência dos políticos,comunicadores e homens da lei. A ditadura está posta e o governador Ibaneis acaba de pedir perdão a Lula e Alexandre Moraes. Quem não pedir perdão,certeza acabará na prisão ou no exílio,talvez.

  9. Jairo Ferreira cavalcanti
    Jairo Ferreira cavalcanti

    É isso mesmo, estamos vivendo numa ditadura do judiciário, diga-se STF a frente

  10. maisvalia
    maisvalia

    Fora Luladrão e impeachment já do Imoraes

  11. Marcelo Gurgel
    Marcelo Gurgel

    Infelizmente estamos trilhando por esse caminho.

  12. Antonio da Cunha Araújo
    Antonio da Cunha Araújo

    Parabéns Constantino. Expôs a verdade 👍. Quero também destacar o que escreveu Maria D. Giaretta
    Chaves. Falou a verdade também. 👍

  13. Matheus Duarte de Moura
    Matheus Duarte de Moura

    Toda minha solidariedade à você Constantino! Belíssimo texto, sou seu fã!

  14. Claudio Fortes
    Claudio Fortes

    Ingressamos em tempos sombrios mesmo. Mas a resistência está bem viva. Vamos virar esse jogo nas ruas.

  15. JOSE TADEU MOURA SERRA
    JOSE TADEU MOURA SERRA

    CONSTATINO estamos com você ,do seu lado .
    Fui assinante da REVISTA VEJA por trinta anos ,quando tínhamos colunistas de alto nível e informação independente .
    Quando ESTEPAN KANISTH e outros do seu nível começaram a deixar ou ser afastados , cancelei minha assinatura .Hoje sou assinante da GAZETA DO POVO e da REVISTA OESTE.
    Não sou ingênuo e sei que tudo tem um custo ,esse é minha colaboração á VERDADE que é tão importante pra mim.
    Eu sempre digo ,há dois tipos de pessoa na ESQUERDA ;
    a) os de pensamento simples e inocentes .
    b) os corruptos e bandidos oportunistas que não tem escrúpulos.
    Os primeiros usam os segundos .

  16. Jose Carlos Rodrigues Da Silva
    Jose Carlos Rodrigues Da Silva

    Lastimável o acontecimento, mas eu penso então que o mundo só vai ter esquerda, não tem mais solução para os que pensam diferente?

  17. Ana carolina souza de carvalho
    Ana carolina souza de carvalho

    Excelente texto Constantino! Estamos com vc! 👏🏻💪🏻

  18. Maria Deosdedite Giaretta Chaves
    Maria Deosdedite Giaretta Chaves

    Acho que nossa ditadura começou assim:
    Percebi muito bem que um navio Titanic, chamado Brasil, preparava-se para chafundar nos mares da corrupção. Foi por volta do final de 80 que mexeram na educação brasileira, porque era daí que se construiria uma nova e jamais sonhada nação. Foi por volta dos idos de 80, que os professores de ensino fundamental e médio, quando ainda esse ensino se chamava de 1o e 2o graus, receberam, como eu recebi, uma ‘ minienciclopédia do que existia de mais básico e chulo no ensino de português, como se fora cartilhona linguística, que permitia, como acerto normativo, que se dissesse e escrevesse “ nóis vai porque nois qué”; e justificavam: se compreendem o que o aluno quer dizer, não corrijam, pois que a correção é motivo de êxodo escolar. Quase enfartei ao ler o célebre “ verdão”, cor do verde sinistro, longe do verde da bandeira do Brasil. Depois vieram os “ conselhos de classe” estimulando a bondade dos professores, para que a maioria aprovasse os analfas. Em seguida, explodiram as escolas particulares que retiravam os melhores professores dos colégios públicos, oferecendo-lhes salários compensadores e…as escolas públicas ficaram sem seus grandes mestres. Depois vieram os cursinhos pra desestimularem o último ano do 2o grau, e vai por aí. Os cursinhos mesclavam professores competentíssimos, e outros, que eram mestres das piadas e decoravam o que era necessário de cada disciplina, sem que tivessem dela formação. Os alunos precisavam se divertir muito e, ao mesmo tempo, aprender. Será? Com isso e com o aumento populacional, estimulado pela onda dos motéis e coadjuvantes, tais como os drive-ins, foi necessária a criação de muitas creches, para que casados e solteiros estudassem, e ao mesmo tempo, de faculdades que pipocaram por todo o Brasil, que, num fácil passe de mágica, tornavam-se Universidades. A USP, pensada a moldes do rigoroso ensino francês, foi se adequando às novas ondas de obtenção de diplomas, mas nunca mais de formação de intelectuais, no sentido literal da palavra. Para preencher as universidades, foi criada a promoção continuada, isto é, ninguém mais ficava reprovado. O Brasil recebeu a chancela de ser o país onde todos podiam cursar universidades, como intelectuais, embora longe de chegarem a isso. E vieram as concessões de vagas aos ditos excluídos. No tempo em que cursei a USP, eu já era pobre e só eram excluídos os que não se atinham aos estudos. Concomitante, choveram métodos “inovadores”, condenação de cartilhas, apogeu do construtivismo, descargas de mestres e doutores que, em 2 anos, concluíam mestrados e doutorados, longe das antigas exigências de pelo menos 3 a 5 anos de pesquisa. E deu no que deu. Professores “ especialistas”, às vezes indicados por políticos interesseiros, “ lecionavam” para centenas e milhares de alunos de ensino médio e superior, doutrinando-os com memórias de “ revolução permanente”, arma infalível preparatória para a magia do comunismo, sistema mágico que faria todos iguais, ricos e poderosos , na imensa comunidade que forma a nação brasileira. E como todos acreditaram em Harry Potter, acreditaram nessa utopia, até a última raiz do cabelo, do cérebro e do cerebelo. Afinal, a magia e a pedra filosofal constituem a esperança de um mundo melhor. Sem contar o derrame de dinheiro nas mãos de celebridades, de empresários, de parentes e correligionários e até de instituições, até então de credibilidade inabalável. E o povo, Ó! E vejam aí o que restou: só injustiças, desrespeito, fragmentação familiar, ausência de religião, multiplicidade religiosa, a maioria desconhecida, individualismo crônico, aumento de doenças depressivas, ensino desqualificado das ciências humanas, apogeu do tecnicismo em detrimento das humanidades, violência familiar, escolar e social sem limites, um caos que se instalou em razão de crise moral e ética jamais vista e sentida ! Percebam que o nó de tudo o que aqui expusemos está na ausência de educação e de conhecimento, porque esses são os caminhos da verdade, roubada de nos brasileiros paulatinamente, pacientemente, sem pressa, até que o golpe mortal pudesse ser desfechado no coração da pátria. Fazer o quê e como? Quer desencorajar um povo? Roubem-lhe repticiamente educação e cultura. Taí!

    1. CRISTIANE DE ARAUJO MODESTO
      CRISTIANE DE ARAUJO MODESTO

      Perfeito!

  19. Teresa Guzzo
    Teresa Guzzo

    Constantino sinto-me extremamente envergonhada como brasileira com tudo que vc está passando.Sim estamos vivendo uma ditadura instalada aos.poucos desde que Lula foi.solto, agora vemos isso com muita clareza.Estamos sem liberdade de expressão, é proibido falar,o cala boca já morreu está mais vivo que nunca.Que esses tempos sombrios passem para todos nós e principalmente para os jornalistas corajosos como vc.

    1. Regina Célia Gomes
      Regina Célia Gomes

      O povo conheceu o verdadeiro jornalismo. Acabou pra esses panfletários

  20. Mara Nadia Jorge Mattos
    Mara Nadia Jorge Mattos

    Os jornalistas da velha mídia precisam se curvar diante da ditadura do judiciário, para manter o seu emprego, principalmente os que trabalham na Globolixo e Folha.
    São profissionais sem brilho sem moral, que se submetem a esse vexame.
    A audiência e a assinatura desses veículos despencou, o povo sabe onde buscar informação de qualidade. Temos que lutar pelos nossos direitos a liberdade , esse novo governo é o lixo do lixo, só tem bandido.

  21. IMP
    IMP

    VOCE AINDA TEM DUVIDAS QUE O POVO PRECISA REALMENTE LUTAR PELA LIBERDADE??? ASSISTA O FILME NA NETFLIX “”WINTER ON FIRE”” Em tempos tirânicos, sempre bacana reviver e aprender com as histórias daqueles que resistiram e venceram a perseguição e a censura.
    No começo dos anos 80 – olha que história incrível – os poloneses viviam sob a opressão comunista. Tudo era restrito e monitorado, sobretudo a comunicação e o direito de ir e vir.
    Os poloneses tiveram seus passaportes cancelados e durante os primeiros meses da Lei marcial, ninguém podia sequer viajar entre as cidades da Polônia sem a devida autorização do governo.
    Cartas sempre eram entregues abertas, amassadas dentro de sacos plásticos e com um carimbo escrito “Censurado”. Quando alguém discava um número no telefone, uma voz automaticamente avisava, “conversa monitorada”.
    Os comunistas assumiram o controle de toda a comunicação, substituíram âncoras e jornalistas dos jornais, rádios, tudo passou a ser monitorado e na TV era comum a transmissão de filmes russos sobre a Segunda Guerra Mundial.
    Então começaram a surgir editoriais independentes e clandestinos. Poloneses passaram a traduzir, imprimir e distribuir várias obras “subversivas” de Alexander Solzhenitsyn, George Orwell, e até mesmo de Murray Rothbard e Ayn Rand.
    O melhor veio com o heróico casal Zbigniew e Sofia Romaszewski. Eles montaram uma estação de rádio clandestina, que constantemente mudava de lugar para não serem pegos pela polícia.
    A transmissão era curta, cerca de oito a dez minutos de cada vez, sempre levando uma voz de esperança e notícias que jamais seriam divulgadas na mídia oficial.
    Uma certa noite, quando estavam “no ar”, perguntaram se havia alguém ouvindo e pediram para piscarem as luzes de suas residências para mostrar se acreditavam na liberdade.
    Zbigniew e Sofia, curiosos e ansiosos, correram para a janela para conferir e durante horas, assistiram toda Varsóvia piscando suas luzes nos apartamentos e casas. Foi a noite mais bela da história de Varsóvia e da Polônia.
    Os poloneses descobriram que não estavam sozinhos no sonho e desejo por liberdade. Algum tempo depois o regime comunista caiu e Varsóvia nunca mais teve uma noite nas trevas da tirania.
    Quem sabe os brasileiros em breve não façam o mesmo? Toda vez que alguém censurar e cercear liberdades, que as luzes pisquem para nos lembrar que somos muitos dispostos a lutar pela liberdade.
    (TENHO MEDO DE MORRER ACOVARDADO E ASSISTINDO ESSES IMPOSTORES CONQUISTANDO DEFINITIVAMENTE O BRASIL PARA O SOCIALISMO COMUNISMO)
    AS ELEIÇOES FORAM UMA COMPLETA FRAUDE E O SILENCIO DO POVO NAO IRA TRANFORMAR ESSA MENTIRA EM UMA VERDADE.

  22. IMP
    IMP

    VOCE AINDA TEM DUVIDAS QUE O POVO PRECISA REALMENTE LUTAR PELA LIBERDADE??? ASSISTA O FILME NA NETFLIX “”WINTER ON FIRE”” Em tempos tirânicos, sempre bacana reviver e aprender com as histórias daqueles que resistiram e venceram a perseguição e a censura.
    No começo dos anos 80 – olha que história incrível – os poloneses viviam sob a opressão comunista. Tudo era restrito e monitorado, sobretudo a comunicação e o direito de ir e vir.
    Os poloneses tiveram seus passaportes cancelados e durante os primeiros meses da Lei marcial, ninguém podia sequer viajar entre as cidades da Polônia sem a devida autorização do governo.
    Cartas sempre eram entregues abertas, amassadas dentro de sacos plásticos e com um carimbo escrito “Censurado”. Quando alguém discava um número no telefone, uma voz automaticamente avisava, “conversa monitorada”.
    Os comunistas assumiram o controle de toda a comunicação, substituíram âncoras e jornalistas dos jornais, rádios, tudo passou a ser monitorado e na TV era comum a transmissão de filmes russos sobre a Segunda Guerra Mundial.
    Então começaram a surgir editoriais independentes e clandestinos. Poloneses passaram a traduzir, imprimir e distribuir várias obras “subversivas” de Alexander Solzhenitsyn, George Orwell, e até mesmo de Murray Rothbard e Ayn Rand.
    O melhor veio com o heróico casal Zbigniew e Sofia Romaszewski. Eles montaram uma estação de rádio clandestina, que constantemente mudava de lugar para não serem pegos pela polícia.
    A transmissão era curta, cerca de oito a dez minutos de cada vez, sempre levando uma voz de esperança e notícias que jamais seriam divulgadas na mídia oficial.
    Uma certa noite, quando estavam “no ar”, perguntaram se havia alguém ouvindo e pediram para piscarem as luzes de suas residências para mostrar se acreditavam na liberdade.
    Zbigniew e Sofia, curiosos e ansiosos, correram para a janela para conferir e durante horas, assistiram toda Varsóvia piscando suas luzes nos apartamentos e casas. Foi a noite mais bela da história de Varsóvia e da Polônia.
    Os poloneses descobriram que não estavam sozinhos no sonho e desejo por liberdade. Algum tempo depois o regime comunista caiu e Varsóvia nunca mais teve uma noite nas trevas da tirania.
    Quem sabe os brasileiros em breve não façam o mesmo? Toda vez que alguém censurar e cercear liberdades, que as luzes pisquem para nos lembrar que somos muitos dispostos a lutar pela liberdade.

  23. Belon Muskulous
    Belon Muskulous

    Está na hora de jornalistas e demais pessoas abandonarem a estrutura centralizada das
    redes sociais normais, como Twitter, Facebook, etc. e passarem para as redes e serviços
    descentralizados e livres de censura e controle governamental, como Matrix, Mastodon, etc…

    O mesmo vale para o cidadão comum, que deveria pensar em usar redes descentralizadas de
    topologia em malha (MESH), ao menos como uma rede secundária (back up), no caso cada
    vez mais provável de censura e até blooqueio total de uso da Internet por parte do governo
    comunista e virulento que agora se instala no Brasil.

    Está na hora de acordar e ver que tempos sombrios e infelizmente longos já chegaram naquele
    país.

  24. Paulo Miranda
    Paulo Miranda

    A inveja sempre incomoda os medíocres e os acomodados nas funções públicas.

    1. Paulo Miranda
      Paulo Miranda

      ERRATA: o sucesso sempre incomoda os medíocres e os acomodados nas repartições públicas.

  25. Amaury G Feitosa
    Amaury G Feitosa

    As ditaduras começam com a submissão aos Alexandres de Moraes e termina entre as coxas da Roze Noronha e aí a Janja aamacia a carne de terceira.

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