Carta ao Leitor — Edição 150

Toda segunda-feira, a direção da Revista Oeste examina a edição que está no ar desde a sexta-feira e começa a preparar o número seguinte, com a escolha dos principais assuntos. Foi assim neste 30 de janeiro. Demorou algum tempo a definição da reportagem de capa. Decidido que o tema seria o rombo nas Lojas Americanas, poucos minutos bastaram para a escolha do responsável pelo trabalho jornalístico: Bruno Meyer.

Repórter e editor da revista Veja por mais de uma década, Meyer fez escalas nas editorias de cultura, tecnologia, inovação, entretenimento e negócios antes de assumir o comando da coluna Gente. Essa tarefa não o impediu de continuar trafegando por outros universos, muitos deles atulhados de ternos e gravatas — sempre com desembaraço e trajes elegantemente informais. Foi nessa época que conversou, por exemplo, com Jeff Bezos, o criador da Amazon, e Reed Hastings, parteiro da Netflix. Essas entrevistas lhe permitiram antecipar a chegada do Kindle e do gigante do streaming ao Brasil.

“Ao conversar com entrevistados, a maioria dos jornalistas brasileiros erra no uso da voz”, diz Augusto Nunes. “Já vi profissionais gritando elogios e abordando questões delicadas com perguntas inaudíveis. Bruno Meyer é uma admirável exceção. O tom perigosamente suave que desarma o interlocutor e lhe permite tratar à vontade de assuntos incômodos.” Outras características favorecem as investigações feitas por Meyer. Mesmo quando as conversas registram elevações de temperatura, ele transpira tranquilidade. Confrontado com vincos ou esgares, nunca fica crispado nem renuncia ao sorriso.

Hoje com 35 anos e à espera do primeiro filho, Meyer apresenta na Jovem Pan o programa Business e avança nos capítulos da biografia de Fafá de Belém. Escreve diariamente no site de Oeste e mantém na revista uma coluna que trata prioritariamente do mundo dos negócios. Os temas vão do Mercado Livre às startups de tecnologia voltadas para o agronegócio, passando por infindáveis setores — artes, transportes, mercado de luxo e inovações científicas são alguns deles.

Nesta edição, Meyer percorre os labirintos que levaram à descoberta impressionante: um dos maiores grupos empresariais do Brasil só sobreviverá se superar uma imensa pedra no caminho calculada em mais de R$ 40 bilhões. “A hecatombe produziu efeitos imediatos dentro e fora do mercado financeiro: fundos de investimentos com a Americanas na carteira perderam R$ 4,2 bilhões em apenas um dia”, conta Meyer. Além de revelações, ele busca respostas para perguntas intrigantes. Por exemplo: como os mecanismos de controle do mercado de capitais brasileiro e uma auditoria independente foram incapazes de identificar o rombo monumental? Quem são os verdadeiros vilões da história?

Ao contrário do que tem feito a maioria dos veículos de comunicação, Oeste promete continuar a perseguir a verdade.

Boa leitura.

Branca Nunes

Diretora de Redação