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Paul Robin Krugman é economista norte-americano, vencedor do Nobel de Economia de 2008 | Foto: University of Chicago Institute of Politics/Flickr
Edição 161

Os vilões super-ricos de Krugman

O economista considera que “a concentração de riqueza no topo está minando a democracia” e que isso é assustador. Curiosamente, os três exemplos que ele oferece envolvem conservadores

Rodrigo Constantino
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Paul Krugman tem uma trajetória fascinante: conseguiu um Prêmio Nobel de Economia por estudos sérios sobre a globalização, para logo depois se tornar um caricato militante esquerdista, que repete todos os chavões típicos de bobocas do DCE. Krugman conseguiu a façanha de errar praticamente todas as suas previsões, e, em momentos mais cômicos, demandou gastos estatais para uma hipotética proteção contra alienígenas, só para “aquecer a economia”.

​Em artigo recente, o esquerdista ataca os super-ricos que, segundo ele, podem destruir os Estados Unidos. Krugman considera que “a concentração de riqueza no topo está minando a democracia” e que isso é assustador. Curiosamente, os três exemplos que ele oferece envolvem conservadores, e absolutamente nenhum traz à tona o uso de fortunas pessoais ou de fundações para promover a agenda radical “progressista”.

O primeiro caso explorado por Krugman é o do relacionamento entre o juiz Clarence Thomas e o bilionário Harlan Crow: “Até recentemente, eu teria dito que a corrupção direta — compra direta de favores de formuladores de políticas — era rara. A revelação do ProPublica de que o juiz da Suprema Corte Clarence Thomas desfrutou de muitas férias luxuosas e não reveladas à custa de Crow sugere que posso ter sido insuficientemente cínico”.

É impressionante como nenhum bilionário financiador do Partido Democrata assusta Krugman. Quando Mark Zuckerberg coloca seu Facebook e seu Instagram à disposição das pautas “progressistas”, Krugman acha lindo

​O fato de Thomas ser o primeiro justice negro nunca importou para a esquerda, normalmente tão ávida por pautas raciais, pelo simples motivo de se tratar de um negro conservador. Bastou um indício de amizade suspeita para a esquerda colocar no magistrado o rótulo de corrupto. Não preocupa Krugman, ao contrário, que alguém na Suprema Corte tenha vazado o voto de um justice sobre a questão do aborto, o que levou até mesmo a uma ameaça de morte e um sujeito que se aproximou da casa particular de Brett Kavanaugh. 

O juiz Clarence Thomas e o bilionário Harlan Crow | Foto: Wikimedia Commons/Reprodução Redes Sociais

​Podemos apenas imaginar o que Krugman diria sobre os relacionamentos promíscuos entre os nossos ministros supremos e alguns de seus “pacientes”, que coincidentemente acabam recebendo habeas corpus ou solturas e arquivamentos de casos aos montes. Provavelmente Krugman não diria nada, pois são de esquerda e defendem a mesma agenda estatizante do economista democrata. Se alguém atacasse dessa forma uma justice negra com viés “progressista”, por outro lado, seria logo tachado de racista. 

​O segundo exemplo de Krugman de por que devemos temer os super-ricos na política é a ajuda que Ron DeSantis recebeu de doadores importantes do Partido Republicano. Krugman odeia a política do governador da Flórida, mesmo que ela apresente bons resultados, pois ela vai à contramão da agenda esquerdista. Segundo Krugman, o apoio recebido por DeSantis desses doadores era para atender a interesses financeiros, e eles desejavam um charlatão, não um “fanático genuíno”. Krugman prefere exemplos de gestores como Cuomo em Nova Iorque ou Gavin Newsom na Califórnia, apesar de seus resultados medíocres e vários indícios de hipocrisia.

O governador da Flórida, Ron DeSantis | Foto: The Old Major/Shutterstock

​O último caso trazido por Krugman envolve o bilionário Elon Musk, que comprou o Twitter. “A loucura que ele ajudou a fomentar não tomou conta de sua organização — tomou conta de sua mente”, afirma Krugman, a “voz da razão”. Krugman preferia certamente o ambiente de censura e viés ideológico do Twitter antes de ser libertado pelo dono da Tesla, já que antes a rede social não passava de um instrumento democrata para endossar narrativas falsas. 

​É impressionante como nenhum bilionário financiador do Partido Democrata assusta Krugman. Quando Mark Zuckerberg coloca seu Facebook e seu Instagram à disposição das pautas “progressistas”, Krugman acha lindo. Quando bilionários que se mostram criminosos ou abusadores, como Jeffrey Epstein ou Harvey Weinstein, doam fortunas para candidatos esquerdistas, Krugman aplaude. Existem os super-ricos que são vilões — aqueles mais conservadores —, e existem os “do bem” — aqueles que financiam os democratas, como George Soros. Krugman só está preocupado com um lado nessa interferência de ricaços na política norte-americana. 

​Não é a concentração de riqueza que o incomoda de fato, até porque, por mais medíocre que ele tenha se tornado como economista, Krugman ainda sabe que a economia não é um jogo de soma zero. Ele está assustado apenas com os bilionários que são de direita. Os bilionários de esquerda ele abraça com carinho e sem qualquer desprezo. A democracia não estaria ameaçada por estes bilhões do bem, assim como podem existir o “racismo do bem”, o “ódio do bem” etc. O problema de esquerdistas radicais como Krugman nunca foi com os super-ricos em si, mas com a direita em geral.

Meta demissões
Quando Mark Zuckerberg coloca seu Facebook e seu Instagram à disposição das pautas “progressistas”, Krugman acha lindo | Foto: Reprodução/Flickr

Leia também “A história do escorpião petista”

17 comentários
  1. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Sugestão de artigo: Como funciona o sistema eleitoral nos EUA, a apuração descentralizada realizada pelos estados, e o que pode servir como espelho para o Brasil tirar a centralização do voto dos canalhas do TSE.

    1. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
      Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

      Acrescentando. E convencendo os TREs, que teriam mais autonomia.

  2. Arnaldo Braga Feitoza
    Arnaldo Braga Feitoza

    O texto é ótimo, mas também não dá para passar pano na direita conservadora quando cruza a linha do conflito de interesses. Juiz de suprema corte receber benesses é coisa de republica de bananas, composta por manés. Parece que a espécie humana tem dois generos diferentes:: esquerda e direita. Cade nosso John Galt?

  3. Roger
    Roger

    Inevitavelmente estamos presenciando a implantação de uma ditadura global, globalista. Do lado ocidental, o comunoglobalismo, regido exatamente por essas big techs, biga pharma e esses grandes conglomerados financeiros, como o BlackRock! Essa gente todo está empenhada em estabelecer uma Nova Ordem Mundial, em aplicar um Great Reset monetário que irá mudar radicalmente as relações comerciais no mundo, as cadeias de produção e a demanda mundial de alimentos e de bens manufaturados. Para implementar essa pauta com exito, estão aí as ODS da Agenda 2030 da ONU, que parecem fofinhas a princípio, mas escondem armadilhas de dominação, de controle dos países atrelados em uma grande cadeia global, a qual quem estiver fora será um pária e sofrerá as consequências do isolamento e marginalização de um mundo sob um regime comunoglobalista. É claro que estão nos planos dessa gente, a redução populacional e a censura. O fim da liberdade de expressão, controle da informação e criminalização da opinião é crucial para a implementação dessa Nova (des)Ordem Mundial. Daí a urgência dos canalhas que colocaram esse marginal no poder, em aprovarem sem debate público – o que, aliás, não deveria nem existir nenhum debate sobre qualquer projeto de censura – a PL 2630.

  4. Maria Macia
    Maria Macia

    A questão toda é: quem paga Krugman com dinheiro e prestígio escolhe a música que ele toca.

  5. Luiz Francisco Albrecht
    Luiz Francisco Albrecht

    Rascismo ou racismo? revisem o texto antes de publicar.

    1. XY / XX
      XY / XX

      KKKK , a tua preocupaçao ficou centrada em um equivoco ortografico. FAZ UELI E RECLAME PARA O TEU LIDER. KKKKKKKKK MIM VOTOU NO LULA, MIM QUERER QUE VOCE DEIXE DE ……………………. (FICOU CONTENTE???)

  6. Carlos Alberto Carravetta
    Carlos Alberto Carravetta

    Parabéns, Rodrigo! Mais um artigo excelente, desmascarando estes embusteiros esquerdistas. Continue firme, que você tem muitos “patreon”!

  7. Marcio Bambirra Santos
    Marcio Bambirra Santos

    Típico! Um cara desses engrossar a fileira de um John Nash é a mesma coisa que nivelar Paulo Coelho com Guimarães Rosa. Muito bom artigo.

  8. Jarlan Barroso Botelho
    Jarlan Barroso Botelho

    Como todo esquerdista, Paul Krugman não passa de hipócrita arrogante, distribuindo suas teorias fajutas e suas conclusões seletivas, que só pendem para um lado. Da esquerda, é lógico. Só que ele faz isso “pelo bem de todos”.

  9. Antonio Carlos Neves
    Antonio Carlos Neves

    Constantino, Krugman é tucano? Acho até que foram esses notáveis tucanos como FHC, JEREISSATI, DÓRIA, ALCKIMIN e outras celebridades que promoveram esse retorno de Lula, imaginando que o conduziriam como um tolinho. Acabaram com o partido, que seguramente vai ficar um penduricalho do PT. Aos 77 anos não consigo imaginar como fui tucano desde a fundação do partido até 2019 ano que se revelaram esses maus caráter que fizeram o L para tentar voltar ao poder.
    Constantino, sugira a Revista Oeste que entreviste FHC para nos dizer como pôde apoiar LULA depois de ter escrito seus “diários da presidência”.
    Aproveito para repetir que lendo teu livro Brasileiro é Otário na pg. 64 você comenta as facilidades para obter TITULO ELEITORAL no Cariri-Ceará, lembro que já escrevi a jornalistas da R. Oeste e Gazeta do Povo, que é necessário fazer uma matéria que analise o elevado crescimento da população eleitoral nos estados NORTE/NORDESTE que Lula foi vitorioso em relação ao SUL/SUDESTE. Maranhão cresceu 11,15% Pará 10,6 Bahia 8,64 Piauí 8,56 Paraíba 7,81 R. G. Norte 7,63 Ceará 7,51 Pernambuco 6,82 Sergipe 6,01 totalizando um crescimento de 8,5%. O total de eleitores desse grupo em 2018 foi de 42.533.465 e em 2022 46.147.632 portanto superior em 3.614.167.
    Já São Paulo cresceu 4,93% R. de Janeiro 3,38 R.G. do Sul 2,86 D. Federal 5,69 E. Santo 6,05 Paraná 6,33 S. Catarina 8,27 Goiás 9,34 totalizando 5,14%. Este grupo tinha 76.138.363 eleitores em 2018 e 80.048.753 em 2022 portanto superior somente 3.910.390.
    Não é estranho Constantino? Somente como exercício, se este grupo crescesse 8,5% teria mais 2.558.250 eleitores. Creio interessante pesquisar esse esforço na criação de eleitores. Talvez seja matéria interessante para documentário do Brasil Paralelo. Aconteceu muita coisa estranha nesse ano eleitoral.

    1. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
      Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

      Pertinente sua preocupação, Antonio. Sou de Maceió e fico cismado também com esses movimentos na região Nordeste.

  10. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    A esquerda no mundo todo sempre tem razão, eles são progressistas e conservadores, a direita também é. Depende da semântica. A razão é que o ego progressista é bem maior

  11. Frederico Oliveira dos Santos Melo
    Frederico Oliveira dos Santos Melo

    Em suma, é mais um hipócrita!

  12. Marcio Antonio Curi
    Marcio Antonio Curi

    Muito bom Constantino! Até nos EUA há um desgoverno atual, mas q não faz diferença alguma no sistema politico norte-americano: os Estados são hegemônicos e independentes. Os democratas note-americanos e outros países tendenciosos continuam com inveja do nível de vida e progresso dos EUA. Todos os Soros deste mundo vão acabar “vendo navios.”

  13. Joviana Cavaliere Lorentz
    Joviana Cavaliere Lorentz

    Parabéns! De novo a esquerda captura pauta indispensável para destruir quem pode incomodar seu próprio uso da concentração de renda.

  14. RODRIGO DE SOUZA COSTA
    RODRIGO DE SOUZA COSTA

    Pois é Rodrigo, gostei demais e esperava que houvesse mais textos nesse sentido. Vivemos em uma agenda globalista voltada para a esquerda autoritária. Afinal de contas, contratos com governos são muito vantajosos e enquanto pessoas incapacitadas, ignorantes e senis estiverem no comando, mas fácil será para os mais ricos.

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