O governo federal está extinguindo o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares. Onde existem escolas assim, acabou a influência do traficante à sua porta: a disciplina, que é a base de todo e qualquer trabalho ou aprendizado, fez subir o aproveitamento em todas as matérias; a ordem manteve as escolas limpas e sem depredação e baniu a violência. É um exemplo do que dá certo. Um exemplo de que, junto com o ensino, podem vir a formação de cidadania e o respeito às leis. Mas o governo federal crê que disciplina e valores são algo inconveniente. O presidente, no Foro de São Paulo, há pouco dias, confessou que historicamente combate esses valores. Mas um país sem isso não tem futuro.
A reforma tributária já tem relator no Senado, e o povo brasileiro está alheio a ela. Só as elites se manifestam; algumas prevendo mais carga tributária, outras antevendo prosperidade. Ela parece cinzenta, pois está entre o preto e o branco: ou é caixa-preta ou é cheque em branco. Depois de aprovada na Câmara, ouvem-se dos próprios deputados queixas de que votaram sem conhecer o texto, ou votaram sem entender as consequências das mudanças. Representantes do povo são espelho de seus eleitores, que se calam quando seu representante vota o oposto do compromisso de campanha ou quando lhes dá as costas e deixa de representá-los, para ganhar um cargo em outro poder. Uns e outros carecem de educação e ensino que lhes credenciem para praticar um sistema que tem defeitos, mas ainda não se encontrou outro melhor: a democracia, em que todo poder emana do povo e é exercido em seu nome, através de seus representantes nomeados pelo voto. Por isso, a massa dos pagadores de impostos não é ouvida nem sabe o que vai acontecer quando se mexer nas leis tributárias.
Muitos políticos não pensam que educação e ensino são prioridades absolutas para tirar de uma situação crônica um país tão rico de recursos naturais e tão pobre em bem-estar. Políticos que não pensam que é preciso educação e ensino porque, afinal, muitos deles não tiveram formação e ainda assim tiveram votos. Há políticos que nem querem educação e ensino, porque povo sem um e outro é mais fácil de ser conduzido. Paternalismo e clientelismo andam juntos. São pagadores de impostos que nem sabem que pagam e recebem qualquer esmola como dádiva pessoal de quem usa o imposto do suor alheio. Povo que não é ensinado a pensar também não sabe que é a origem do poder, mandante de seus mandatários políticos e daqueles que são servidores do público. Não sabe que o Estado está a seu serviço.
Famílias que não ensinam seus filhos a ética, o cumprimento das leis, a cidadania, as virtudes, o respeito aos outros, os modos de viver em coletividade estão formando que país?
Esse povo que se deixa conduzir só se libertará com a educação e o ensino. Desde criança convive com maus exemplos exaltados na mídia, que omite os heróis verdadeiros. Aí, fica fácil enganar o povo, como aconteceu na pandemia, quando usaram o medo para paralisar corpos e mentes. Uma fórmula antidemocrática em que o medo paralisa e a ignorância aliena. Agora o Censo nos mostra que estamos cada vez mais velhos e aposentados e cada vez menos jovens e produtivos. Não há país que gere bem-estar se os que geram riqueza forem menores em número. A janela dessa oportunidade vai se fechar em breve, e é preciso correr com mais produtividade dos que estão em idade ativa.
Para mais produtividade, ensino; para cidadania e democracia, educação. Educação é tarefa da família; ensino, tarefa da escola. É sinal de que estamos carentes de pais e professores, se as pessoas não praticam a cidadania ou não sabem interpretar um texto nem acertar as letras das palavras que jogam nas redes sociais. Professores que não transmitem conhecimento da língua, da matemática, das ciências; pais que transferem a educação para os professores, se eximindo de sua missão. Famílias que não ensinam seus filhos a ética, o cumprimento das leis, a cidadania, as virtudes, o respeito aos outros, os modos de viver em coletividade estão formando que país? Não há outra saída para garantir futuro para este país a não ser educando e ensinando.
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René Descartes, cunhou a frase:
“Cogito ergo sum”, ou seja: “penso, logo existo” ou “penso, portanto, sou”
John Watson, integrante do grupo Behaviorista, disse:
“Dê-me uma dúzia de crianças saudáveis, bem formadas, e meu próprio mundo especificado para cria-los e eu vou garantir a tomar qualquer uma ao acaso e treiná-lo para se transformar em qualquer tipo de especialista que eu selecione – advogado, médico, artista, comerciante-chefe, e, sim, mesmo mendigo e ladrão, independentemente dos seus talentos, inclinações, tendências, habilidades, vocações e raças de seus antepassados. Eu vou além dos meus fatos e eu admito isso, mas tem os defensores do contrário e eles foram fazendo isso por muitos milhares de anos.
Gosto de utilizar a Coreia do Sul como parâmetro para o Brasil.
Em 1960 o PIB per capita da Coreia era de US$ 158.00. Em 2022 fechou em US$ 42,500.00.
O Brasil fechou 2022 com PIB per capita de US$ 9.230,92 considerando dólar médio a R$ 5,00.
A Coreia conseguiu um milagre? Não, apenas investimentos no ensino com garantia de retorno certo e por isso após 6 décadas seu PIB per capita é quase 5 vezes superior ao brasileiro.
Vale ressaltar que existem profissionais da educação brasileiros trabalhando na Coreia do Sul, alguns ocupando cargos de direção nas instituições de ensino.
O resultado prático pode ser observado através de fotos noturnas de satélite com a Coreia do Sul toda iluminada e a Coreia do Norte na total escuridão.
A esquerda prega a desordem. Portanto, seus governos não combinam com este modelo de escolas.
a coisa é grave! o analfabetismo funcional, por exemplo, está migrando para as camadas mais “altas” da pirâmide educacional…nao é incomum hoje ver profissionais saídos da universidade que tropeçam constantemente no “plural” (a primeira vítima) mas já começo a ver com preocupação que o “gênero gramatical” também está sendo “assassinado” aos poucos. Pobre da “pontuação” também…parágrafos inteiros sem nenhuma vírgula ou ponto final. Que dizer daqueles com pouca ou nenhuma instrução…comunicam-se na forma escrita em uma outra língua que não o português…
Sou professora aposentada e bem sei o quanto precisamos de uma boa escola para nossos jovens .Excelente artigo ,Alexandre Garcia.
Excelente artigo Alexandre. Vivemos uma baderna Institucional a maioria do povo vota por esmolas.
Pacheco é o grande responsável por essa insegurança que vivemos hoje. FAÇA O SEU PAPEL COLOQUE EM PAUTA O IMPEACHMENT DOS TOGADOS QUE ESTÃO NA SUA GAVETA, QUE TANTO MAL FAZEM AO PAÍS, COM A HIPOCRISIA QUE É PARA DEFENDER A DEMOCRACIA.
Estamos afundando dia a dia como sociedade. Nossa classe política, exceto alguns, são fisiológicos e parasitas. O caos está se instalando e isso não vai acabar bem.
Olha a falta de critério nas escolhas dos ministérios, olha o da ciência, tecnologia e inovação. Como pode meu Deus do céu, é a mesma coisa de você dar um jaleco branco pra um mecânico de automóvel operar um paciente cardíaco
A grande maioria do nosso povo desconhece a importância do Concresso e vota em pessoas no mínimo despreparadas que chegam à esse cargo sem entender a sua importância para a sobrevivência e o bem estar dos seus eleitores. No Brasil a ignorância é maioria absoluta.
É por isso meu caro Alexandre Garcia que temos pessoas despreparadas no mais alto Cargo da Nação!
É o famoso: “rouba mas faz”! Onde já se viu isso?
Um País tão grande mas com enormes desafios pela frente. Em todas as áreas: educação, ciência, infraestrutura, etc. Mas só querem nos taxar com a criação de impostos novos. Infelizmente o POVO não tem acesso ao que acontece de fato. Aos seus PODERES. O PODER é do POVO. E deverá ser em seu nome e benefício exercido de forma plena, consciente, objetiva, clara.
Eu costumo dizer que somos jovens. Daqui a uns 500 anos talvez sejamos diferentes, quem sabe?
Excelente artigo, seja muito bem vindo Alexandre Garcia.
Mas, o que dizer de um país onde um desqualificado moral e culturalmente, chega à Presidência da República pela terceira vez, demonstrando além de qualquer resquício de dúvida que aqui, neste país, não é necessário ser honesto, competente, trabalhador, educado, para ter muito sucesso. Pelo contrário, essas que outrora já foram virtudes, aqui são vistas como defeitos. Então, vale lembrar o que disse em seu discurso no Senado em 1914, Rui Barbosa. Como acontecia naquela época, não mudamos, o mesmo tipo de gente detém o poder e nós continuamos a nos desanimar da virtude, rir da honra e ter vergonha de ser honesto. O Brasil só se deteriorou desde que aquele traidor do excelente D. Pedro II, proclamou a república.