Da lista de 80 fases ao longo de sete anos da Operação Lava Jato, nenhuma imagem é mais simbólica da corrupção institucionalizada pelos governos do PT do que o apartamento-cofre, em Salvador (BA), com mais de R$ 50 milhões em dinheiro vivo, acomodados em malas e caixas de papelão. Os agentes da Polícia Federal tiveram de usar máquinas para contar as cédulas. A foto é de 2017. O responsável era Geddel Vieira Lima, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal e ex-ministro. Ele passou cem dias preso, foi libertado e hoje tem uma empresa de consultoria — como o ex-governador Sérgio Cabral e outros contemporâneos de cela.
Não foi a única vez que as cifras surrupiadas dos cofres públicos assustaram os brasileiros. Em 2015, Pedro Barusco, um gerente do terceiro escalão da Petrobras, admitiu que devolveria R$ 300 milhões escondidos no exterior. Ao assinar o acordo de delação, disse: “É uma coisa que foi acontecendo dos dois lados. Tanto um oferece quanto outro recebe, vai estreitando o relacionamento e vai surgindo e, quando a gente vê, está no meio desse processo”. O então juiz Sergio Moro perguntou quem comandava o esquema, ao que Barusco respondeu: “O doutor Vaccari”. Era o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que usava o termo “pixuleco” para negociar propina. Ele também teve a condenação anulada e está solto.
“Cabe ao eleitor julgar se quer ou se não quer que eu volte à política. Lula passou 580 dias no ‘xilindró’. Às vezes, me perguntam: ‘Qual a diferença sua para o Lula?’. Passamos um tempo no mesmo ‘hotel’.”
(Geddel Vieira Lima, em entrevista à revista Veja)
Apenas em Curitiba (PR), a força-tarefa da Lava Jato prendeu quase 300 pessoas e condenou mais da metade delas. Foram rastreados R$ 15 bilhões, sendo R$ 12 bilhões previstos em acordos de leniência do cartel de empreiteiras com a Petrobras — a maioria foi anulada recentemente pelas Cortes superiores.
O cerco a Bolsonaro
Agosto de 2023. A Polícia Federal, com a chancela do Supremo Tribunal Federal (STF), tem feito uma caçada sistemática contra todos os auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro — que também teve o telefone apreendido, embora a investigação trate de carteirinha de vacinação da covid-19. Comandada pelo ministro comunista Flávio Dino, a polícia já prendeu Anderson Torres (seu antecessor no cargo e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal), Silvinei Vasques (diretor da Polícia Rodoviária Federal) e o tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).
No caso de Mauro Cid, pesam contra ele investigações sobre suposta tentativa de venda de joias clandestinamente. Um relógio Rolex teria sido dado a Bolsonaro, e Cid fez uma cotação para vendê-lo nos Estados Unidos por US$ 60 mil. Outros possíveis presentes também teriam sido comercializados. Como o Tribunal de Contas da União (TCU) cobrou a posse do material para o acervo da União, a polícia investiga a recompra por meio do advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef.
É evidente que o caso deve ser apurado com rigor e que não se pode compactuar com nenhum desvio em função pública — afinal, é o pagador de impostos quem custeia a máquina estatal. E a lei deve valer para todos, independentemente do espectro político. Mas também é gritante o ímpeto para colar em Bolsonaro a pecha de “corrupto”, o que o colocaria no mesmo patamar do atual presidente. A esquerda, alojada em cargos em Brasília e nas redações, inclusive, defende que Bolsonaro seja preso “pelo conjunto da obra” e que o “bolsonarismo” seja dizimado da sociedade — na pandemia, um colunista da Folha de S.Paulo chegou a desejar abertamente que ele morresse.
O episódio da tentativa de criminalização do acervo presidencial também tem um paralelo histórico: quando Lula passou a faixa presidencial para Dilma Rousseff, levou caminhões com presentes — os mais valiosos foram guardados numa sala do Banco do Brasil. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que, de uma lista com 568 itens, o petista só havia incorporado nove ao acervo da União. Teve ainda de pagar pelo que desapareceu.
Não só o uso da polícia para perseguir adversários mas também a forma como eventuais “provas” têm sido obtidas preocupam juristas e membros do Ministério Público. O país acompanha o abuso de prisões preventivas que, de acordo com os artigos 282 e 312 do Código de Processo Penal, só devem ocorrer em caráter de excepcionalidade — ou seja, depois que todas as medidas cautelares estiverem esgotadas. Também há um desenfreado uso de fishing expedition (“pesca probatória”), o que é repudiado no meio jurídico. Em suma: durante as operações de busca e apreensão, independentemente do alvo, a polícia toma celulares e computadores, que serão posteriormente vasculhados.
Num outro exemplo de atropelo de garantias constitucionais, familiares se tornam alvos por tabela. É o caso de Gabriela, mulher de Mauro Cid, e do pai dele — de mesmo nome —, um general de quatro estrelas que foi colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras. No celular dela, a Polícia Federal disse ter encontrado indícios de uma rede de fake news. Eis um exemplo, publicado nesta semana: “Nos diálogos com uma amiga, Gabriela Cid criticou o uso de máscaras contra a covid-19”. Ela é investigada por uso de um cartão falso de vacinação, fraude envolvendo joias entregues a Bolsonaro ou qual outro caso?
A novidade da semana foi o teatro montado na CPMI do 8 de janeiro no Congresso para receber o hacker Walter Delgatti. O criminoso ficou conhecido por roubar supostas conversas — até hoje não assumidas — de integrantes da força-tarefa da Lava Jato com o então juiz Sergio Moro. O caso ficou conhecido como Vaza Jato. Os integrantes da quadrilha de Delgatti foram presos e condenados. Mas nesta semana ele foi tratado como o novo herói da esquerda em Brasília e nas redações da mídia. O motivo? O pirata virtual disse que Bolsonaro o procurou num esquema para fraudar o sistema de urnas eletrônicas e ofereceu um grampo contra o ministro Alexandre de Moraes. Ele não apresentou provas e será ouvido novamente pela Polícia Federal.
“Ensina a doutrina do processo penal que pode ocorrer o fenômeno da obtenção casual da prova de um crime, quando a investigação versava sobre outro. É a serendipidade, pela qual, ‘de forma fortuita, são descobertos delitos que não eram objetos da investigação originária’ (STF).”
(Flávio Dino)
Os princípios da serendipidade — descobrir algo desagradável por acaso — ou de que “indícios são provas” não foram aplicados pelas Cortes Superiores do Judiciário em relação a Lula nem à maioria dos réus da Lava Jato.
Quantos milhões a Lava Jato descobriu em contas clandestinas no exterior, a começar pela Suíça, para onde o então dirigente da Petrobras Paulo Roberto Costa — morto no ano passado — mandava dinheiro sujo? Qual é o tamanho do prejuízo das estatais sangradas durante anos pelo PT e seus aliados? Pelo que se sabe até agora, é incomparável o número de casas decimais nas cifras da Lava Jato com o que a Polícia Federal de Flávio Dino apura contra Bolsonaro.
A resposta talvez não esteja em nenhum artigo do Código de Processo Penal. O Supremo Tribunal Federal, a velha imprensa “progressista” e a classe política varrida pela Lava Jato entenderam que a operação foi longe demais. Era hora de vingança. Para essas pessoas, não deve haver limites — nem na Constituição —, desde que o “bolsonarismo seja extirpado”.
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Mas isso foi a muito, muito tempo atrás kkkkk, essa foto do apartamento cheio de dinheiro é a perfeita imagem da harmonia entre os poderes.
Sílvio Navarro é muito bom. Jornalista frio, imparcial, melhora a cada dia. Sucesso há tempo, seu futuro será ainda mais brilhante.
O que dizem os agentes da PF e PRF? Ficarão calados recebendo ordens de um comunista?
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O que esperar de uma Corte Suprema IMORAL e um Presidente da República ex-presidiario, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro? Perseguição aos opositores e a ditadura da toga
Perigosa a insistência na defesa do indefensável. O m3díocre JAERA conseguiu devolver a presidência a um ex-presidiário. Até quando as “viúvas” do JAERA vão agir tal qual os petralhas e enfiar a cabeça em um buraco para não admitir o inadmissível? JAERA é mestre em imposturas e traições de correligionários e de eleitores, os sábios perceberão que urge tentar desvencilhar o conservadorismo desse sujeito patético, o “messias”. Continuar nessa cegueira voluntária é assinar recibo de 3stúpido.
Aquela música de Chico Buarque cai bem pra esse governo, “Acorda amor tá tendo um zum zum zum lá fora… chame o ladrão chame o ladrão…” Ah bando de infeliz
Como diria o Mestre Augusto Nunes: Faroeste a brasileira, o bandido perseguindo o Xerife. Não se pode esperar nenhum tipo de ação legal vinda de um governo CLEPTOCRATA presidido por um meliante chamado de Lula.
“A administração pública precisa apresentar resultados positivos, deixar de ser a estrutura que presta favores públicos e se transformar numa máquina que realiza serviços públicos. Para que isso ocorra a população terá que saber escolher seus líderes, entre aqueles que prometem o impossível ou aqueles que se comprometem com o possível”.Ivan de Carvalho
Mas como escolher seus líderes se as urnas são fraudadas a cada eleição.
Bem lembrado, Sandro, e digo mais: mesmo se não forem fraudadas, as “opções” que nos apresentam variam do ridículo ao patético. Os candidatos são escolhidos pelos donos dos partidos, e a gente tem que votar nos que eles escolhem pra nós.
Excelente, Silvio! Cada vez mais parece q estamos num beco sem saída!