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Foto: Shutterstock
Edição 179

A casa de dona Ruth

No começo de 2012, já morando na Califórnia, um telefonema para o meu pai mudaria para sempre a minha percepção do que é vontade, desejo e até ilusão

Ana Paula Henkel
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Olá, amigos. Escrevo este texto hoje ouvindo Ludovico Einaudi. Para quem não conhece esse espetacular pianista italiano, deixo o convite para acessar suas músicas enquanto estamos juntos aqui nas linhas de nosso encontro semanal. Há algo atemporal e além de nossas mundanas percepções que vem do som desse espetacular músico. Nuvole Bianque, Una Mattina, Experience, Ora, Divenire… não importa, clique em qualquer título. E vamos conversar. Deixar os problemas, a ansiedade, o medo de lado… e apenas conversar. Precisamos reabastecer para prosseguir.

Depois de quase três anos conversando com vocês aqui toda semana, creio que muitos já devem saber que meu pai foi professor de matemática e diretor da escola norte-americana onde estudei, o Instituto Gammon, em Lavras, Minas Gerais. Constantemente, ele trazia livros em inglês para casa. Minha mãe, professora de português e inglês, possuía uma infinidade de dicionários e livros em inglês onde eu mergulhava e costumava passar horas tentando traduzir as letras das músicas de bandas como U2, Dire Straits e The Police.

E foi nessa rica coleção de livros de minha mãe que vi pela primeira vez a foto da Ponte Golden Gate, em São Francisco, na Califórnia. A foto de um dos cartões-postais mais famosos do mundo estampava a capa de um grosso livro em inglês. Na contracapa, a Estátua da Liberdade, em Nova York. Impressionada com a exuberância da ponte californiana, debrucei-me em outros livros da vasta coleção da minha mãe para achar mais fotos daquele estado americano que parecia ter monumentos majestosos e belezas naturais de tirar o fôlego.

Não foi necessário muito tempo mergulhada naqueles livros para entender a razão dos versos da canção de Lulu Santos que tanto cantarolávamos quando adolescentes: “Garota eu vou pra Califórnia, viver a vida sobre as ondas, vou ser artista de cinema, o meu destino é ser star… o vento beija meus cabelos, as ondas lambem minhas pernas…”. Lulu conhecia a Califórnia, com certeza! E ela era linda. Aquelas fotos se encaixavam na música e no pensamento do que seria a costa oeste dos Estados Unidos. O “Velho Oeste”, tão presente nos filmes a que meu pai adorava assistir aos sábados à tarde. Um lugar tão distante da minha querida Lavras, da minha realidade, mas tão próximo e tão bonito, ali na minha frente, através dos livros da minha mãe.

Ana Paula Henkel e os pais, Maria Auxiliadora e Paulo Monteiro Rodrigues | Foto: Reprodução

Os anos se passaram, a menina do interior de Minas cresceu, disse que ia jogar vôlei e disputar uma Olimpíada pelo Brasil. Saiu pelo mundo afora, participou dos Jogos Olímpicos, ganhou algumas medalhas e guardou os melhores troféus que a vida pôde lhe dar — uma penca de bons amigos espalhados pelo globo e uma flechada no coração de um “ianque” californiano.

E lá foi a “menininha de Lavras” morar no estado americano da tal Ponte Golden Gate.

No começo de 2012, já morando aqui na Califórnia, um telefonema para o meu pai mudaria para sempre a minha percepção do que é vontade, desejo e até ilusão; e do que é correto, belo e moral. Ainda jogando vôlei de praia e tentando uma classificação para a Olimpíada de Londres naquele ano, eu havia acabado de terminar uma produtiva reunião com um possível patrocinador que estava disposto a bancar toda a nossa corrida olímpica. Técnicos, auxiliares, passagens, hotéis e toda a estrutura necessária para apenas treinar e focar o que seria a minha quinta participação nos Jogos Olímpicos pelo Brasil — tudo a poucos dias e duas ou três assinaturas de acontecer. Atletas no Brasil sabem quanto esse tipo de estrutura e apoio é raro, e eu estava empolgadíssima para ligar para meu pai — meu melhor amigo, meu mentor e maior torcedor — para contar a novidade!

— Alô! Papai!

— Oi, filha! Tudo bem?

— Tudo! Tenho ótimas notícias!

E, durante uns dez minutos ininterruptos, falei sem parar. Eu mal respirava contando todos os detalhes da minha cruzada para a minha quinta Olimpíada! Afinal, eu tinha conseguido o mais difícil — um patrocinador disposto e capaz de arcar com todas as despesas para que eu e a minha parceira pudéssemos focar apenas em treinar sem parar!

Depois de perceber que eu não ouvia mais o meu pai e pensar que a ligação havia caído, fiquei com medo de ter sido indelicada e não ter dado uma chance ao meu pai de comemorar comigo. Meu pai não disse uma única vez “Ahã…”, “Sei..” ou “Que bom, filha!”. Tive certeza de que a ligação havia sido desconectada, mas arrisquei: “Alô?”. E, para a minha surpresa, meu pai respondeu: “Estou aqui, filha. Pode falar”. Aliviada, continuei num falatório por mais uns três ou quatro minutos até finalmente parar e perguntar, esperando a pontual torcida e força que meu pai sempre me deu ao longo de todos aqueles anos como esportista: “Então, o que você acha?”.

Para o meu absoluto choque, o que ouvi jamais será esquecido pela minha alma e meu coração. Com a voz serena, ele disse: “Cinco Olimpíadas, filha? Quatro não estão de bom tamanho? Você precisa mesmo de cinco Olimpíadas na sua vida? Você sabe o que é preciso ser feito para chegar ao absoluto estado de competição olímpica. Não há meia entrega, não há meia dedicação, não há mais ou menos. Não há nenhum resquício de vida fora daquela quadra de areia. Você terá que deixar tudo e todos — de novo — para o final da sua lista. Você sabe que é só assim que você chega lá, naquele lugar em que você já esteve quatro vezes — isso inclui seu marido e sua família, que a apoiaram infinitamente até aqui. Durante muitos anos você conseguiu carregar seu filho com você para o mundo, ele era pequeno. Gabriel está com 11 anos, e não é justo que ele deixe a vida dele para acompanhá-la. Não seja egoísta. Ele já tem a vida dele, ele precisa dela e de VOCÊ nela. Depois de colocar todos os seus relacionamentos em segundo plano pelo voleibol, pelo Brasil e pelos seus sonhos, você finalmente se casou com um homem que acredita que estará com você para o resto de sua vida. Esse novo livro na sua vida não é mais sobre você apenas”.

Ana Paula Henkel recebe um abraço do pai, Paulo Monteiro Rodrigues | Foto: Reprodução

Meu queixo estava no chão, eu não sabia o que sentir, e ele continuou: “Por que você precisa de cinco Olimpíadas? Eu respondo. Você não precisa. Você não precisa provar mais nada para ninguém, nem para você mesma. Saia desse círculo que você acha que lhe traz conforto. Seu conforto não está ali mais. Eu diria para você fechar esse capítulo na sua vida, mas sua trajetória no esporte já é um livro inteiro, um bom livro, e que você pode guardar agora. Abra outro livro. O livro da família, do caminho de volta aos estudos que você sempre quis percorrer e não pôde. Vá fazer sua arquitetura, jornalismo, ler todos os livros que não conseguiu acabar por estar cansada demais ou com muita dor nos ombros ou joelhos. Vá cuidar de outros sonhos, cuidar dos outros, do seu filho, do seu marido, plantar outras árvores. Eles precisam de você, e você precisa deles”.

Eu não sei por quanto tempo eu fiquei em absoluto silêncio, parada no tempo, até chegar a vez do meu pai de dizer: “Alô? Filha?”.

Então, sem conseguir encontrar as palavras corretas, eu disse que havia ouvido tudo e que ia pensar no assunto com muita consideração. Despedi-me com carinho do meu pai e voltei andando para casa. Eu estava em um píer perto da minha rua, mas não sei quanto tempo durou minha caminhada de volta. Não me lembro exatamente no que eu pensava. Só quando cheguei na porta de casa, percebi que eu havia ido de bicicleta até o píer e que a bicicleta havia ficado lá. Meu pai havia me tirado de órbita… E, ao mesmo tempo, me colocado no meu eixo correto. Eixo da vida em família, do respeito ao passado, do legado da minha família, e da continuação da manutenção das raízes fortes que recebi para que minhas asas também pudessem ser fortes e voar alto. Era chegado o tempo de passar isso adiante.

Confesso que, depois do choque inicial, não foi tão difícil seguir para a próxima página da minha vida ou, como disse o meu pai, para meu próximo livro. Em poucas semanas eu estava na UCLA, em uma sala de aula. Quatro anos depois, já estava me formando em arquitetura de interiores e design. Durante esse tempo, tive uma experiência profundamente enriquecedora com uma professora de história da arte, Eleanor Schrader. Por uma enorme coincidência, ela era casada com um dos ex-assessores de Ronald Reagan na Casa Branca. Meu pai admirava Reagan imensamente! Eleanor ensinava com uma paixão avassaladora todas as nuances da história da arte e mostrava com maestria como a arte e a arquitetura jamais se desprenderam da política e dos movimentos sociais através de toda a humanidade.

Foi com Eleanor que aprendi a amar as linhas clássicas da arquitetura, e as eras e estilos com imensa ligação humana com a divindade, como, por exemplo, o gótico, onde as belezas mais exuberantes e trabalhadas nos fazem olhar para cima, em uma conexão com Deus. Foi também com ela que aprendi a apreciar peças antigas, seja uma mobília, um quadro velho, seja uma xícara pintada à mão. Belezas que vão muito além da estética, mas que contam, como páginas de um bom livro, uma história que nos conecta com raízes e asas.

Bem, o tempo passou rápido, e já faz quase 15 anos que moro aqui nos Estados Unidos. Nesse tempo, muita coisa aconteceu. Além de ter visitado inúmeras cidades americanas com belíssimos perfis arquitetônicos, li livros, fiz projetos, escrevi artigos, entrevistei muitas pessoas e fui entrevistada. Cuidei da família, da casa e, confesso, não cuidei como deveria do corpo surrado pelo esporte profissional. Ganhei algumas rugas e alguns cabelos brancos e, em muitos momentos, deixei a correria do dia a dia e das notícias me engolir. Às vezes, até a tristeza em ver o Brasil como estamos testemunhando, sendo tomado por um nefasto projeto de poder, tirou meu sono e tomou conta de algumas preciosas horas do meu dia. Somos humanos. Entra dia, sai dia, temos que encontrar saídas de escape para a nossa sobrevivência mental. Quantas vezes ouvimos alguém dizer, às vezes falamos até em nossa própria cabeça, “será que Deus nos abandonou?”. Como saímos daqui? Já buscamos a história, já conversamos com nossa assembleia de vozes, já tentamos seguir sem desanimar… e até conseguimos. Mas até quando?

Foi então que Deus, escondido em dezenas de caixas velhas e empoeiradas em uma garagem de uma casa abandonada no estado americano da tal Ponte Golden State, falou comigo.

A Ponte Golden Gate, em São Francisco, nos Estados Unidos | Foto: Shutterstock

Há alguns meses, meu marido foi chamado para uma reunião familiar para conversar sobre um “problema” que ninguém queria resolver. A casa de sua avó Ruth, localizada em uma região complicada da Califórnia e sobre um terreno extremamente arenoso, havia se tornado um estorvo: “Só dor de cabeça!”, meu sogro e cunhada diziam. A pequena residência, no meio de árvores, mas sem luxo e que foi construída nos anos 1960, nunca passou por grandes reparos. Sua fundação está avariada, canos e fios elétricos precisam ser trocados, e a garagem está abarrotada de móveis velhos e caixas e mais caixas empilhadas. 

Olhando para aquela montanha de caixas, móveis e pó, muito pó, eu não sabia por onde começar. Por um momento, pensei em desistir. “Esquece. Você vai mover esse monte de coisa velha?”

Na tal reunião familiar, ficou decidido que a melhor saída seria demolir a casa com tudo dentro, já que ela estava abandonada há pelo menos seis ou sete anos, e vender o terreno, que tem muitos problemas no solo, pelo preço que alguém quisesse pagar. Mas ninguém queria fazer isso também. Passar os olhos e as mãos naquela tonelada de poeira? Meu marido, alimentado por boas memórias na casa com sua avó, disse que resolveria o “problema” para a família, afinal, “minha esposa é arquiteta”. Todos se mostraram aliviados, desejaram “boa sorte”, e, assim, embarquei em uma viagem de duas horas de Los Angeles para visitar a casa abandonada.

Há exatos oito meses, diante de uma vegetação densa que tomava conta de todo o perímetro exterior da pequena casa, abri a garagem pela primeira vez, e tudo o que eu via eram gigantescas teias de aranha e rastros de roedores. No entanto, eu não imaginava que ali, diante de tanta sujeira, Deus me proporcionaria uma viagem interior inigualável e me apresentaria uma amizade além deste mundo.

Olhando para aquela montanha de caixas, móveis e pó, muito pó, eu não sabia por onde começar. Por um momento, pensei em desistir. “Esquece. Você vai mover esse monte de coisa velha?”, pensei. E foi ali, estática, que a homilia que ouvi de um padre em uma missa em que eu havia estado poucos dias antes, ali mesmo, em uma igreja fundada em 1869, a cinco minutos daquela casa, voltou à minha cabeça como uma flechada. 

O padre trouxe para a reflexão um poema do poeta francês Charles Péguy — Le Porche du Mystère de la Deuxième Vertu’ (“O portal do mistério da esperança”, numa tradução livre).

Charles Pierre Péguy, poeta francês | Foto: Wikimedia Commons

Péguy escreveu o poema em 1911, quando as sombras da Primeira Guerra Mundial se acumulavam sobre a Europa em uma guerra que ele também acreditava ser “a guerra para acabar com todas as guerras”, e na qual ele morreria, lutando pelo desarmamento geral, em 1914, aos 41 anos, em um ambiente de crescente tensão política e econômica. Sem filosofar, sem moralizar, sem fazer advertências, sem prescrições leves, Péguy propõe uma terapia radical em suas palavras: a esperança. Como os profetas bíblicos, ele discerne a presença de Deus nas experiências humanas concretas. Para ele, a esperança brota da leitura da criação, onde Deus fala, transformando a angústia em compaixão, o fracasso em abandono criativo, a angústia em ternura. Péguy, em Le Porche du Mystère de la Deuxième Vertu, é o escriba de Deus, e a mensagem de Deus é a esperança.

Naturalmente, o poeta personifica a esperança (Hope), assim como a fé (Faith) e a caridade (Charity), embora, curiosamente, seja apenas em uma seção muito curta do poema que ele dá letras maiúsculas aos três nomes. Todos os três personagens são femininos, o que não é surpreendente, porque “l’espérance (“Esperança”), “la foi” (“Fé”), e “la charité” (“Caridade”), assim como no português, são palavras femininas em francês.

Péguy as vê como três irmãs, caminhando juntas pela estrada áspera e pedregosa que conduz à salvação (“le chemin raboteux du salut”), a estrada que continua e continua (“la route interminable”). Enquanto caminham, a fé está de um lado, a caridade do outro, enquanto no meio está a pequena esperança, quase escondida nas saias de suas duas irmãs mais velhas. O poeta não resiste a algumas imagens vívidas. A fé, diz ele, é uma catedral, construída sobre fortes alicerces, sólida, antiga, venerável, que dura séculos. A fé é uma esposa, firme e íntegra, uma mulher casada de fidelidade inquestionável. A caridade, ao contrário, é um hospital, uma casa de esmolas, e ali recolhem-se todas as misérias do mundo, ali acolhem-se os feridos, os doentes, os tristes, os indesejados. A caridade tem se doado incessantemente ao longo de todos os séculos da existência humana e sempre o fará. Ela é uma mãe viva em seu coração profundo, compassiva e gentil. Seus olhos brilham com preocupação amorosa, suas mãos estão estendidas para ajudar todos os necessitados. Assim ela vive.

Mas e a esperança? A esperança de Péguy é uma criança, “une petite fille de rien du tout“, inocente, confiante, indefesa. Ela não carrega fardos pesados, então ela pula entre suas duas irmãs mais velhas, despreocupada e alegre, e ninguém, na verdade, liga muito para ela. Todas as noites ela vai para a cama, dorme muito bem e levanta-se todas as manhãs, revigorada e renovada.

Le Porche du Mystère de la Deuxième Vertu, do poeta francês Charles Péguy | Foto: Divulgação

O poema abre com a voz de Deus dizendo que a fé não o surpreende em nada: “La foi, ça ne m’étonne pas./ Ҫa n’est pas étonnant“. Deus brilha na criação. O tom de Péguy, melancólico e contemplativo em seu imaginário, transporta o leitor para a França rural, ainda tocada pela beleza do cristianismo medieval e suas devoções tradicionais. Deus não é revelado no universo? Deus não é visível na face da terra, na face das águas, no movimento das estrelas, no vento que sopra sobre a terra e o mar, nas montanhas e vales e florestas e campos, nos povos e nações, em homem e mulher? Não vemos Deus sobretudo nas crianças — no seu olhar inocente, na pureza da sua voz? Basta que os nossos olhos contemplem a criação, diz o poeta, e seremos levados sem esforço ao reino da fé. Para não acreditar, para não ter fé, diz ele, teríamos de fazer violência a nós mesmos, teríamos de tapar os olhos e tapar os ouvidos.

A caridade também não surpreende a Deus: “‘La charité,’ dit Dieu, ‘ça ne m’étonne pas’“. Estamos cercados por tantos infelizes, desolados, feridos no corpo e na alma, que precisaríamos ter um coração de pedra para não responder a eles, nossos irmãos e irmãs, em sua necessidade. Como não desejar repartir o nosso pão com os famintos? Não tiraríamos de nossas próprias bocas o próprio alimento, nosso próprio pão de cada dia, e o daríamos de bom grado a qualquer criança faminta que cruzasse nosso caminho? Certamente não seria natural fazer o contrário. Teríamos que tapar os olhos para não ver tanta gente sofrendo; teríamos que tapar os ouvidos para não desejar responder a tantos gritos de angústia. Segundo Deus, de acordo com o poeta, a caridade é totalmente natural, e o coração humano está cheio dela: jorra como um rio cheio, e nada, nem ninguém, pode impedir o seu fluxo.

“Não”, diz Deus, “a fé e a caridade não surpreendem”. Elas são bastante naturais e simplesmente acontecem.

O que Deus acha realmente incrível é a esperança. Que vê tudo o que está acontecendo ao nosso redor hoje e ainda espera que amanhã seja melhor: “Ҫa c’est étonnant“, diz Deus. A fé e a caridade são comparativamente fáceis e diretas — a esperança é muito mais difícil, pois a tentação de perder a esperança paira constantemente sobre nós. A fé vê o que é, no tempo e na eternidade; a esperança vê o que ainda não é e o que será, no tempo e na eternidade. A caridade ama o que é, no tempo e na eternidade; a esperança ama o que ainda não é e o que será, no tempo e na eternidade. Péguy apresenta a esperança ao mesmo tempo natural e sobrenatural, temporal e eterna, terrena e espiritual, mortal e imortal. Ela é uma chama frágil, mas não pode ser extinta, nem mesmo pelo sopro da própria morte. Essa pequena chama perfurará a escuridão da eternidade: “Une flamme percera des ténèbres éternelles“.

Foto: Shutterstock

À medida que o cristianismo avança através dos tempos, as novas gerações de cristãos extraem força desse trio de virtudes. A fé é o fundamento, e, de acordo com Paulo, a caridade, “sempre paciente e bondosa, nunca ciumenta”, é a maior das três. Mas a esperança também é essencial — ela também é um dom espiritual muito precioso. O “petite fille de rien du tout” de Péguy é indispensável para as outras duas virtudes, pois na verdade é ela quem permite que todas continuem caminhando: “en réalité c’est elle qui fait marcher les deux autres“. Sem ela, tudo é humanamente impossível. A esperança humaniza a fé. Ela sabe que não é fácil, nem mesmo possível, acreditar em Deus sem cessar e sem nunca duvidar. Ela sabe que é impossível para nós vivermos sempre à altura das exigências da fé que professamos.

Ao acordar todas as manhãs, vulnerável, mas invencível, ela nos sensibiliza a perceber os minúsculos vislumbres de luz na escuridão espessa que tantas vezes nos envolve e recorda-nos de que, se a nossa fé enfraquece e perdemos Deus de vista no caminho da vida, podemos sempre reencontrar a sua presença e caminhar com Ele.

É a esperança que caminha nas trevas, sem medo, e ilumina a escuridão — ou mesmo uma garagem abandonada e escura, cheia de teias de aranha. 

Em nosso próximo encontro, abro algumas caixas na garagem de dona Ruth e um novo capítulo no livro da vida e da família de que meu pai tanto falava. Surpresas que trouxeram lágrimas e um sentimento de que jamais estaremos sós e desamparados neste caótico mundo. Há algo de muito bom e poderoso tomando conta de todos nós. Deus está em todo lugar e sempre vai arrumar um jeito de nos dizer que Ele jamais nos abandona. Nem que, para isso, Ele tenha que usar caixas abandonadas.

Leia também “Geração plástico-bolha”

80 comentários
  1. CLÁUDIO ANTÔNIO DA C DOURADO
    CLÁUDIO ANTÔNIO DA C DOURADO

    Com muita “ Esperança “ seguinte seus comentários e artigos na Revista OESTE, pelos quatro cantos do universo.

  2. CLÁUDIO ANTÔNIO DA C DOURADO
    CLÁUDIO ANTÔNIO DA C DOURADO

  3. CLÁUDIO ANTÔNIO DA C DOURADO
    CLÁUDIO ANTÔNIO DA C DOURADO

  4. Cristina Pinheiro Lima Rosa
    Cristina Pinheiro Lima Rosa

    Ana seus textos são maravilhosos!!! Amei ler e me senti rodeada de caixas de papelão empoeiradas!!! Já vivi essa experiência transformadora , com as caixas da minha mãe. Depois de toda essa minha experiência , para mim , ficaram muitas perguntas sobre histórias não contadas, sobre aquele outro mundo, de valores tão diferentes dos de hoje… Quantas conversas incríveis poderíamos ter com as ” D. Rute” das nossas vidas??? Quanta significação traríamos para nossa vida?

  5. Antonia Lúcia Pereira Giocondo
    Antonia Lúcia Pereira Giocondo

    Adorei Ana, sou sua fã

  6. Aline Nizer Lederer
    Aline Nizer Lederer

    Ana amei este artigo, chorei copiosamente com a suas palavras, pois fizeram um sentido enorme pra minha vida, mesmo que de forma totalmente diferente da sua, me fizeram pensar que a família, os filhos estão sempre em primeiro lugar e nunca estaremos erradas quando fazemos essa opção. E após lê-las fui conhecer a música do tal Ludovico Einaudi é simplesmente maravilhosa adorei. Muito obrigada por ser luz nesses caminhos tortuosos do nosso dia a dia.

  7. PASCHOAL LOURENCO PAIONE
    PASCHOAL LOURENCO PAIONE

    Querida Ana Paula : sempre fui admirador de suas colocações quando ainda na TV Jovem Pan, assim como as do Augusto e Fiuza também. Por sua causa, acabei de assinar a Revista Oeste. Adorei esse texto sobre você e sua Família ! Nossa, que lição de vida !! Tenho 80 anos, sou Engenheiro Mecânico aposentado, toco ainda meu pianinho, leio muitíssimo, e ainda mantenho e cuido com muito carinho de meu pequeno orquidário aqui em casa. Sempre fui Bolsonarista, desde a época dele quando Deputado Federal. Aliás, sou um FANÁTICO Bolsonarista de extrema direita. Quarta feira passada , apesar de minha idade, peguei o metrô e participei da manifestação da Paulista, que, aliás achei meio fraca. Nunca perdi uma só manifestação da Paulista. Tenho verdadeiro nojo do Capiroto cabeça chata de 9 Dedos. Quando ouço sua voz, dá vontade de vomitar. Vamos esperar que esse ser ignóbil morra logo. Acho que será a única maneira de acabar com o atual estado das coisas. Bom, falando de coisas agradáveis, mais uma vez, parabéns pelas suas crónicas e parabéns por tudo o que você fez e ainda faz pelo bem do nosso pobre Brasil. Forte abraço deste, agora assinante da Oeste.

  8. Marinês Aparecida Josefi
    Marinês Aparecida Josefi

    Ana Paula querida! Esses dias fazendo caminhadas com minha mãe de 74 anos , levei meu telefone para ouvir a Oeste Sem Filtro ,e vez ou outra eu olhava para a tela. Minha mãe do meu lado pegou no meu telefone e viu você . Posso chamar de você acho eu, temos quase a mesma idade 🤭 ela disse – Eu conheço essa moça. Eu perguntei – De once mãe ? Ela respondeu – Essa moça é aquela que ganhou as medalhas no vôlei . Eu disse – Sim, é ela . – Mas o que ela está fazendo aí? Perguntou minha mãe. Disse que você mora fora do país e hoje é jornalista , comentarista e colunista da Revista Oeste . Ela te conheceu eu já tinha 15 anos quando foi instalada energia elétrica no sítio do meu pai . A TV era preto e branco usada . Meu pai não tinha dinheiro pra comprar outra melhor . Ela lembrou de ti décadas depois ! Mas o que eu quero dizer é que, adoro meus artigos , esse em especial! Me faz lembrar da casa da minha vovó ! Você descreve com tanta emoção , que da para sentir que vem do seu coração 💓 Eu consigo me ver lá contigo remexendo nas coisas da dona Ruth. Consigo sentir a emoção que você sente ! Gratidão por compartilhar essa história tão linda conosco ! E quero também dizer que você apesar de ter tido sucesso , fama , “dinheiro” não perdeu a sua verdadeira ESSÊNCIA ! Te admiro muito mais agora ! Um abraço 🤗 bem forte ! 💓🌸🤗🥰🌷🙌💐🌺🌼🙏🙏🙏

  9. Djalmir Caparroz Salas
    Djalmir Caparroz Salas

    Como é gratificante, emocionante, maravilhoso mesmo, este texto. Ele nos faz acreditar e continuar tendo esperança na humanidade. Uma mulher com tanto carisma, tanto carinho e amor pelos seus pais, pela família, exemplo de ser humano que se preocupa com os outros seres humanos. Minha admiração e respeito só aumentam com as opiniões, sábias, inteligentes, precisas em seus argumentos. E agora, sua demonstração de fé, caridade e esperança em Deus, me fazem agradecer mais ainda por voce existir. “God bless you”, Escrevi em inglês para ser, como poderei dizer, gentil, rs, Na verdade, eu desejo que Deus na sua infinita bondade, misericordia e amor, continue abençoando voce e toda sua família. Você é uma fonte de esperança para mim, e espero que para todos os brasileiros. obrigado.

  10. Maria Inez Abreu e Souza
    Maria Inez Abreu e Souza

    Oi, Ana Paula.

    Confesso que não a conheço muito. Melhor dizendo, não conheço a trajetória dos esportes brasileiros no mundo: esportes nunca foram a minha “praia”.

    Mas ler e escrever são. E tenho assistido você – nem sei onde, direito, pelo computador – visto que comecei a assinar a revista Oeste anteontem, parece.

    No entanto, suas declarações – sua opinião, melhor dizendo, nesses vídeos que parecem de um jornal televisivo – sempre me agradam. Você se expressa muito bem, e seu rosto corresponde a uma indignação que legítima com o que ocorre hoje no país que amo tanto quanto você.

    Hoje, abrindo pela primeira vez a Revista Oeste, dei com os dois artigos sobre a dona Ruth.
    E consigo imaginar perfeitamente seus sentimentos ante esses testemunhos do passado.
    Suas palavras me emocionaram, por vezes me arrepiaram, outras me levaram lágrimas aos olhos.

    Podia ser sua mãe. Mas, talvez por você ter nascido mineira do interior, como meu pai, foi criada dentro do catolicismo, indo à missa, conseguindo ter a FÉ que tanto busco – carioca de 76 anos.

    Tenho melhorado nesse caminho. À missa ainda não vou, porque não entendo nada (e confesso: eu a preferia quando criança, depois da primeira comunhão, em latim, mais solene, mais firme, impondo um respeito que penso estar quase perdido hoje).

    Mas meus “herdeiros” – filhas e netos, não creem. Não fui educada assim, o bairro era grande, poucos vizinhos iam à missa – aquele conjunto de pessoas não era como devia ser em Lavras, ou como era em Três Corações, nos meus julhos de férias, obrigada a ir à missa das dez com avô, pai e tios.

    Que iam pelo patriarca, mas também não eram homens de fé. Iam porque meu avô era conhecido, muito idoso, e era como se ele (o avô) quisesse fazer uma demonstração semanal da hereditariedade familiar.

    E lá, na Matriz imponente – que se vê de longe na estrada, pra quem chega de Cambuquira – todos, todos, literalmente todos os fiéis – se cumprimentavam, conversavam depois da missa, falavam com meus “condutores”. E se reuniam na frente da igreja, à saída da missa. Era um ritual.

    Mas seu texto, todo referido à poesia de Péguy, um trecho chamou minha atenção em especial:
    “A esperança humaniza a fé. Ela sabe que não é fácil, nem mesmo possível, acreditar em Deus sem cessar e sem nunca duvidar. Ela sabe que é impossível para nós vivermos sempre à altura da fé que professamos”.

    Ele conseguiu aumentar em mim a confiança de que a “minha” fé é (quase) como a de todos os católicos. E isso trouxe um novo alento para o meu dia. E lhe sou grata por isso.

    P.S. – Agora estou caindo em mim e vendo que escrevi “demais” – demais mesmo e demais sobre detalhes da minha vida – e não estou escrevendo para um email ou whatsapp seu, pessoal.

    Mas agora já está. E não vou apagar.

    Parabéns pelo curso da sua vida, parabéns pelos seus pais (vivos ou não), parabéns pelas suas opiniões, sua forma de falar e, agora comprovo, sua naturalidade em escrever tão bem.

    Um abraço,
    Inez

  11. Anamaria T. Racy
    Anamaria T. Racy

    Lindo texto, Ana! Cheio de lembranças e sensibilidade. Conhecimento e coração, obrigada!

  12. Juçara L.Reis
    Juçara L.Reis

    Ana que tecto mais lindo, emocionada com suas palavras, vc conseguiu transmitir todo o seu sentimento pra nós leitores, achei lindo e profundo as palavras do seu pai. 👏👏👏👏👏 aplaudindo em pé … que paizao😍😍😍 também fiquei muito feliz de ver/ler vc falar da sua mae, professora e apoiadora 😍😍😍 Sempre ouvi vc falar seu pai e hoje fiquei mais feliz de saber q vc tbem teve uma Maezona, que tbem marcou na sua vida ❤️❤️❤️ adorei saber mais da sua historia, talvez vc ja tenha contado tudo isso anteriormente, mas eu, que acompanhei o seu passo a passo nas caixas da D.Ruth, que fiquei encantada e emocionada com tudo q vc viveu e fez pelas lembrancas da D.Ruth, descobri caracteristicas em voce que eu nunca imaginei (seu trabalho dedicacao rm recuperar as peças e a cristaleira, e deu trabalho hein …) com tudo isso pude ver o ser humano especial q vc é ❤️❤️👏👏 com ctz D.Auxiliadora e seu paizao que agora me fugiu o nome) certamente estao orgulhosos da Filhota deles … entao, so agora, nesses ultimos textos e posts q vc fez é q conheci a sua historia ai nos EUA. Amei tambem a poesia francesa das 3 irmas … vou ler e reler … lindo e profunfo D+ As 2 irmas + velhas (A Fé e a Caridade) e a irmã mais nova a Esperanca. Lindo D+ parabens 👏👏😍😍 Deus abençoe abundamente vc e sua familia 🙌🙌🙌🙌 te admiro D+ 🥰🥰🥰😘😘😘

  13. Valesca Frois Nassif
    Valesca Frois Nassif

    Só mesmo com muita fé e esperança para conseguirmos superar momento tão difícil e dramático, querida Ana! Parabéns pelo belíssimo texto!

  14. Celso Guerini
    Celso Guerini

    Que satisfação poder desfrutar dos artigos e comentários desta “querida filha”, Ana Paula Henkel. Mais do que nas quadras e Olímpiadas, nos campos do jornalismo, de comentarista em programas de mídia, da família, do cristianismo, da política, da literatura, das artes, da pedagogia, do humanismo, … está superando e me surpreendendo positivamente em todos os sentidos e a toda vez. Além do meu muito obrigado, confiro a você todas as minhas medalhas de ouro.

    1. Juçara L.Reis
      Juçara L.Reis

      👏👏👏👏

  15. Odilon Soares Teixeira da Silveira
    Odilon Soares Teixeira da Silveira

    Sempre fico me perguntando por que Augusto Nunes fica “amarrando” lançamento de um livro escrito por ele (já fazem uns 10 anos)… A resposta veio rápida: Ele está esperando que Ana Paula publique o seu primeiro…Hahaha… a primeira parte desse seu belo texto foi de emocionar (depoimento pessoal e muito tocante); a segunda foi uma bela interpretação do poema: a esperança humaniza a fé… precisamos disso no momento em que a nossa fé por um país mais justo possa emergir de uma falsa caridade berrada aos 4 cantos pelos “iluminados do bem” desse nosso(ainda) brasil(letra minúscula mesmo)… saudações à Lavras e à Califórnia daqui da Divinópolis do Cleitinho(que ainda não me decepcionou)…

    1. Juçara L.Reis
      Juçara L.Reis

      👏👏👏 certíssimo … bora escrever um livro Ana 😍😍👏👏

  16. Miguel Pereira de Carvalho
    Miguel Pereira de Carvalho

    Espetacular!!!

  17. gustavo reboucas da palma
    gustavo reboucas da palma

    l
    Lindo.

  18. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Muito bom Ana, incluso a sugestão do piano de Ludovico.

  19. DONIZETE LOURENCO
    DONIZETE LOURENCO

    Emocionante texto mostrando as virtudes da família e a proteção divina.

  20. Andre Ribeiro das Neves
    Andre Ribeiro das Neves

    Ótimo.

  21. Marta Cardoso
    Marta Cardoso

    Texto maravilhoso Ana ❤️❤️❤️ tenho muita admiração por você!

    1. Ana Cristina zecchin
      Ana Cristina zecchin

      Que texto envolvente! Parabéns Ana Paula pela sensibilidade e esse olhar que nos encanta!

  22. Márcia Silveira
    Márcia Silveira

    Que belo texto.❤️

  23. Olnei Pinto
    Olnei Pinto

    Parabéns, seus textos não nos permite intervalos.

  24. Luiz Antônio Alves
    Luiz Antônio Alves

    Será que é verdade o que anda aparecendo nas redes sociais sobre um leilão de um quadro famoso na Itália e que foi vendidas pelo Lula quando era presidente?

  25. JOSE SALOMÃO KOERICH
    JOSE SALOMÃO KOERICH

    Lindíssimo e oportuno texto para os dias que vivemos.

  26. Kilma Costa de Amorim
    Kilma Costa de Amorim

    Esse texto maravilhoso nos mostra que Deus, Família e Educação resultam nessa mulher fantástica chamada Ana Paula. Parabéns aos pais!

    1. Juçara L.Reis
      Juçara L.Reis

      👏👏👏

  27. Luiz Pereira De Castro Junior
    Luiz Pereira De Castro Junior

    Ana Paula, mais um excelente artigo .

  28. Regina Maria Falcão Rangel Vila
    Regina Maria Falcão Rangel Vila

    Querida Ana Paula, obrigada por nos presentear com esse texto maravilhoso e emocionante.
    Aguardando novo capítulo.

  29. Maria Elizabete Menezes Duque
    Maria Elizabete Menezes Duque

    Que texto emocionante, Ana. Confesso estava muito sem esperança de ver um Brasil melhor; porém, depois que li este texto a minha esperança ressurgiu. Obrigada por me trazer um alento.

  30. José Maurício Borrelli
    José Maurício Borrelli

    Lindíssimo texto, Ana Paula. Como você comentou na live passada, ele é imperdível. Acrescento que é sensível e humano. Estou curioso para saber o que você encontrou nessas caixas empoeiradas de Dna Ruth. Abraço carinhoso.

  31. Adalberto Franco Netto Telles
    Adalberto Franco Netto Telles

    Mais uma vez, obrigado.

  32. Alice Wailer Ferraz
    Alice Wailer Ferraz

    Maravilhoso texto. Li com muita emoção, sou tua fã. Um abraço bem apertado.

  33. Marcia Macedo Meireles
    Marcia Macedo Meireles

    Perfeito! Amei a ideia de começar um novo livro, e esse livre sempre deve ter como base a fá, caridade e a tão incansável esperança. Bem, e o piano fez me lembrar as aulas de piano que abandonei na infância, mas, nunca saiu das preferencias de ouvir. Só não conhecida “Ludovico Einaudi” o qual já foi incluído na coleção de preferidos. Obrigada pelo artigo, pois, trouxe lembranças maravilhosas do Bairro do Brooklin (São Paulo), do clube Banespa (Santo Amaro) onde fazia minha apresentações de piano e das diversas mudanças que fiz na vida.
    Que Deus continue conosco na luta para um país melhor.

  34. SONIA MARIA LIMA ABDALA
    SONIA MARIA LIMA ABDALA

    Ana, excelente texto, me emocionou, eu também já abri caixas empoeiradas da família e ainda tenho outras para abrir, é uma missão, sendo do nosso lado da familia ou do lado do marido, da nova família que formamos. A caridade é o que reje a doutrina espírita, sem caridade não há salvação. Continue contando essa historia.

  35. Lenart Palmeira do Nascimento Filho
    Lenart Palmeira do Nascimento Filho

    Maravilhoso artigo! A começar pelo piano de Ludovico Einaudi, que não conhecia, mas passei a ouvir, passando pelo excelente conselho de seu pai, com muita sabedoria, e terminando no belíssimo poema de Charles Péguy (esse eu conhecia, li no site do Padre Paulo Ricardo). Com fé, esperança e caridade o Brasil sairá dessas trevas.

  36. Jorge Luiz Dias Ferreira
    Jorge Luiz Dias Ferreira

    Simplesmente sensacional o artigo! Parabéns, Ana Paula!

  37. José de Mendonça Ferreira
    José de Mendonça Ferreira

    Ana, parabéns pelo belíssimo texto. São palavras assim que nos permite sonhar, ter esperança, e que eleva para o sagrado , pois fora do ser há um vazio existencial em cada vida humana. Deus te abençoe.

  38. juscelio dos Santos
    juscelio dos Santos

    😢…..Emocionante. Parabéns Ana Paula, lindo texto, leve, poderia virar a noite de hoje lendo…Seu testemunho de vida com os ” Seus” pais, o Biológico e Deus, me transmite um ESPERANÇA em também continuar lutando para transformar este mundo…Muito obrigado Ana. Deus te abençoe..Abraço

  39. ANDRÉ LUÍS AUGUSTO DE OLIVEIRA
    ANDRÉ LUÍS AUGUSTO DE OLIVEIRA

    Ana Paula ainda bem que você acatou os conselhos do seu pai. Um pai que soube direcionar a capacidade da filha para o esporte e para a vida pessoal e profissional.
    Se não tivesse sido assim nós não estaríamos tendo o privilégio de apreciar seus artigos na revista e comentários no Oeste sem filtro tão categóricos. Com certeza Deus está nos dirigimos todos os dias, como a verdade é forte Ele nos salvará de todo caos e te dará mais inspiração para seus trabalhos tão arrebatadores. Parabéns

  40. Gisella Maria Parreira Batista
    Gisella Maria Parreira Batista

    Ana Paula… comovente… de grudar em cada palavra…

  41. Oldemar Reis Sebalhos
    Oldemar Reis Sebalhos

    Parabéns Ana Paula mais uma vez, por esse artigo maravilhoso!!!

  42. Luis Felipe Toledo França
    Luis Felipe Toledo França

    Texto espetacular. Parabéns !!!

  43. Jonas Ferreira do Nascimento
    Jonas Ferreira do Nascimento

    Não por acaso sou fã incondicional dessa mulher, brasileira, patriota. Texto que trouxe-me lágrimas aos olhos. Mais um capítulo nessa vida pródiga de experiências duras mas vitoriosas.

  44. Fabio R
    Fabio R

    Ana Paula, seus textos são sempre fonte de inspiração.
    Obrigado por compartilhar sua vida conosco.
    Deus há de salvar nosso Brasil das mãos dos comunistas, bandidos e usurpadores do poder.
    Muito obrigado

  45. monica martins merkx
    monica martins merkx

    Ludovico Einaudi trouxe meu filho ao mundo da música, ele é borderline, e, assim como o texto, a fé me dá forças para trilhar o difícil caminho desse estranho mundo em que meu filho vive, a caridade me faz ver o quanto temos que estar abertos a compartilhar as dores, sem julgar e ah… esperança, ter a certeza que Deus, com Sua grande sabedoria, nos mostra os caminhos para, a cada dia, levantarmos e acreditar que será um dia melhor.

  46. Reginaldo Corteletti
    Reginaldo Corteletti

    Coração aberto, mostrando força. Sempre esperamos pela luz, apesar das trevas que estamos vivendo. Dividindo nossas histórias, nos fortalece nesses momentos difíceis que vivemos, onde meia dúzia de doentes espirituais impõe a milhões, sofrimentos no corpo e espírito. Que Ele traga sua luz sobre nós!

  47. Antonio Carlos Almeida Rocha
    Antonio Carlos Almeida Rocha

    Ana, que maravilha de texto!! o li enquanto escutava Ludovico Einaudi, o qual nao conhecia (eu toco piano)…que belíssima experiência a sua e muita sabedoria do seu pai de te ajudar a encontrar os melhores caminhos e dar “volta” na vida…

  48. Rogério Soares Carvalho
    Rogério Soares Carvalho

    Ana Paula, um texto brilhante, na forma e no conteúdo. Só uma retificação – que não interfere no que foi dito – para fazer justiça a um profissional da maior competência: a canção De repente, California, composta e cantada por Lulu Santos, tem letra de Nélson Motta, o autor das frases que você citou.

  49. Edson procidonio da silva
    Edson procidonio da silva

    Nossa Ana Paula, que lindo texto. Quase chorei e acho até que deveria ter chorado. Realmente a esperança caminha com a fé e com a caridade. Nosso Brasil, ou talvez o mundo, precisam demais desses três substantivos da alma. É por isso que dá gosto ser assinante da Oeste.

    1. ANDRÉ LUÍS AUGUSTO DE OLIVEIRA
      ANDRÉ LUÍS AUGUSTO DE OLIVEIRA

      Oi Ana Paula ainda bem que você ouviu e atendeu os conselhos do seu pai, um pai que soube direcionar a sua grande capacidade não só para o esporte mas também para toda a vida pessoal e profissional. Se assim não tivesse sido, talvez hoje não teríamos o privilégio de poder receber tantas belas inspirações e direcionamentos de condutas nos seus artigos e comentários na Oeste Sem Filtro. Deus na sua grandiosidade com certeza está nos conduzindo para o melhor, mesmo nesse caos em que o Brasil se encontra. E com certeza te inspirando cada vez mais para escrever esses artigos tão arrebatadores. Parabéns.

  50. Luiz Eduardo Andrade
    Luiz Eduardo Andrade

    Lindo,profundo…o silêncio é o melhor comentário! Que Deus a abençoe e siga te iluminando. Luiz Eduardo,diácono permanente da diocese de Rio do Sul sc

  51. lineu machado silva
    lineu machado silva

    Fantástica aula. Ana Paula Henkel mais que arquiteta. Uma filósofa. Deus a conserve entre nós e nos ajude a vivermos em meio a tanta desilusão com nosso país.

  52. Vanda Chaves
    Vanda Chaves

    NUNCA LI UM TEXTO TÃO LINDO!
    Já admirava você por tudo que ouço nos seus comentários. Já te acompanho há muito tempo , mas este texto, fechou o círculo. SIMPLESMENTE MARAVILHOSA! Como você abre o programa: minha audiência “MARAVILHOSA.”.
    O TEXTO NOS LEVA A REFLEXÕES MUITO IMPORTANTES PARA NOSSAS VIDAS

  53. Fernando Homero Richard Ávila
    Fernando Homero Richard Ávila

    Obrigado ,Ana Paula.
    Um artigo brilhante. Um presente que nos inspira cada vez mais acreditar e viver com fé e caridade ,mas principalmente com esperança.
    Tenho fé e espero que o Brasil se livre destes tempos obscuros.

  54. Marcos Japiassu
    Marcos Japiassu

    Que artigo maravilhoso, Ana Paula! Inspirador! Deus lhe abençoe.

  55. Leonor
    Leonor

    Ana Paula você escreve com o coração, com muita emoção. O texto é cativante e nos faz refletir. Obrigada.

  56. Jorge Luiz da Silva Rocha
    Jorge Luiz da Silva Rocha

    Gratidão Ana Paula, pelos belíssimos textos, da conversa com seu Paizão e do Tesouro na casa da Avó de seu Maridão! Parabéns pelas Mensagens sobre Princípios, Valores e Família, sobre Fé, Caridade e Esperança, és um Ser Humano Especial, nossa Eterna Musa do Vôlei, uma Analista Política Maior, uma Mulher Fantástica! Saúde, Harmonia, Alegrias, Paz e Vida Longa junto aos teus.

  57. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Ana Paula te admiro demais com esse ar de alegria e determinação. Eu era doutrinado por toda essa gama de academia governos e políticos fazendo-nos de bobo e que acreditássemos nessa mentira de socialismo. Pois eu era ateu e me achava muito capaz dessa posição, com o tempo virei agnóstico, achava que estava no caminho certo pela verdade de não ter condição de acreditar numa coisa tão difícil que rachava todo corpo de cientistas. Estou com 68 anos passei demandando sobre mim mesmo, encontrei a harmonia e a luz, hoje nesse momento sou crente da existência de Deus

  58. Antonio Molina Neto
    Antonio Molina Neto

    ANA … LEIA NATALIA SANMARTIN FENOLLERA – “O DESPERTAR DA MENINA PRIM’… GARANTO QUE C VAI AMAR. Menina católica de boa fé, fé genuina…

  59. Nelson Roberto Pires do Rio Porto
    Nelson Roberto Pires do Rio Porto

    Parabéns Ana Paula! Maravilhoso e emocionante texto! Espero ansioso pela continuação. Que bom que você escreve na Oeste, assim podemos ler esses textos lindos!

  60. Luiz Antônio Alves
    Luiz Antônio Alves

    Aqui no fundo do sertão, no meio do campo aberto, a gente trata bem as pessoas com termos carinhosos. Pois então, Prenda: a face de Deus está no coração bom.
    Entre o leitor e a colunista existe um espaço temporal e espacial que mostra as difernças e as coinscidências. Uma mulher prendada com títulos e famosa. E lá no fim da linha o leitor com muitos livros escritos, sem patrocínio e pouco badalado. Coisa boa. Escolher caminhos passa pelos sentimentos e pela alma livre.
    Quase fui fazer doutorado no Canadá e nos Estados Unidos (algumas universidades me citaram em suas revistas na década de 70). Estava tudo pronto. Mas, o casamento e os filhos e mais os pais doentes fizeram com que me recolhesse ao meu mundinho que não reclamdo e me deixa satisfeito e ter cumprido uma missão que Deus me ofereceu.

  61. Maria da glória cruz Filgueiras
    Maria da glória cruz Filgueiras

    Adoro seus textos. Sempre honestos, as vezes tristemente verdadeiros. Mas, nunca vi um texto seu que não desse esperanças. Às vezes ela entra rapidinho. Mas, sempre está lá.
    Ana, muito obrigada. Seus textos são faróis em mares tempestuosos. Na barca que nunca afundara vive a esperança.
    Maria da glória cruz Filgueiras

  62. Silas Veloso
    Silas Veloso

    Grato pela indicação do Ludovico Einaudi

  63. Roberto Gomes
    Roberto Gomes

    Bah. Simplesmente isso: Bah! Que força. Que impacto. Que doçura. Bah!

  64. artemio da silva barbosa
    artemio da silva barbosa

    meu nome é artemio, moro em área rural, no município de Piracaia-São Paulo. sempre ouvi seus comentários com certo encantamento pela clareza dos temas abordados. Hoje, porém, ao ler seu texto na revista oeste, sem ter que percorrer, viver e enfrenta tudo que relatou a respeito da montanha de caixas empoeiradas, posso afirmar
    que a esperança saiu do poema, pra ganhar vida você. confesso, nunca havia perdido a esperança em dias melhores. agora no entanto, se renova vigorosa em mim.
    Fã incondicional!

  65. LUIZ ANTONIO DE SANTA RITTA
    LUIZ ANTONIO DE SANTA RITTA

    Excelente história! Pena que ficou para o próximo capítulo, o salvamento dagui casa de Dona Ruth.
    Como foi a guinada de arquiteta para jornalista?

  66. Alexandre Tavares Cerqueira
    Alexandre Tavares Cerqueira

    Obrigado Deus!

  67. Herbert de Moura Santos
    Herbert de Moura Santos

    Olá Ana. Impressiona seu talento para escrever. Como você está antenada e contribuindo sensivelmente para nosso conhecimento. Confesso que não conhecia os escritos do Padre Charles Pégui que você nos mostra de modo impressionante. Mais uma vez parabéns.

  68. Petula Clara e Silva Borba
    Petula Clara e Silva Borba

    Ana, se eu for descoberta chorando no trabalho é por causa do texto. Estou profundamente emocionada com o texto e aguardando ansiosa a continuação.
    Acompanhei pelo Instagram alguns dos tesouros encontrados.
    Descobri por acaso o “Oeste sem filtro” em janeiro desde ano e não perco nenhum dia, não vejo ao vivo pq estou no deslocamento para casa e não gosto de ficar com fone de ouvido no ônibus. Mas chego em casa e faço as minhas coisas ouvindo vcs. Hj sou assinante com muito orgulho da Oeste.

    1. Ana Paula Henkel

      Querida Petula,
      Obrigada por estar aqui em Oeste comigo e meus parceiros maravilhosos. É uma honra poder estar neste espaço com você e com eles. Obrigada pelo carinho também lá no Instagram. Certamente continuarei postando a linda história de dona Ruth através dos registros fotográficos que trazem lágrimas também aos meus olhos. Honrar o passado de homens e mulheres de bem deve ser sempre nossa prioridade diária.
      Um beijo,
      Ana

  69. Robson Pacheco de Moraes
    Robson Pacheco de Moraes

    Parabéns Ana Paula !! Texto belíssimo e bastante inspirador. Vamos em frente !!! Desistir jamais !!!

  70. Bruno
    Bruno

    Deus Vult. Belo texto.

  71. Carmen Regina Pfeifer
    Carmen Regina Pfeifer

    Obrigada Ana. Sensação de chegarmos a um oásis em pleno deserto.

  72. Fernando Tupinambá
    Fernando Tupinambá

    Maravilhoso, fiquei extremamente emocionado!
    Simples assim, adorei. Parabéns

  73. Laudares Capella
    Laudares Capella

    E incrível que não haja nenhum comentário para esse belíssimo artigo da Ana Paula.

    1. Nelci Terezinha Canal
      Nelci Terezinha Canal

      Parabéns 👏👏👏👏 excelente artigo.

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