Fundada em 2000, por Sidney Oliveira, a Ultrafarma acaba de assinar um contrato que já é considerado um dos mais importantes da sua história. A rede de farmácias brasileira vai entrar no mercado norte-americano através de uma parceria com a Amazon. A gigante de tecnologia vai vender e entregar novos produtos criados pela equipe de Oliveira especialmente para a empresa nos Estados Unidos. “É uma grande notícia: nossos produtos serão vendidos e entregues pela Amazon na casa dos americanos”, celebra Oliveira, numa rara entrevista a Oeste. Essa é apenas a ponta de uma sucessão de novos negócios do empresário. Com os anúncios, o faturamento do grupo que reúne as marcas Ultrafarma e Sidney Oliveira, incluindo os licenciamentos, pode chegar a inéditos R$ 3 bilhões em 2024.
Da libido ao novo Engov
O empresário paranaense Sidney Oliveira vai seguir a recomendação que recebeu da própria Amazon na criação e venda dos novos produtos. A farmacêutica tem desenvolvido produtos que aumentam a libido, um energético com formulação parecida com a do Engov, feito para amenizar a ressaca, além de um medicamento para quem deseja dormir melhor — um dos itens mais procurados e vendidos nos Estados Unidos. Detalhe: todos com componentes da flora brasileira, vindos da Amazônia. “Vamos lançar algo diferenciado e voltado para matérias-primas da flora brasileira, tipo o guaraná”, diz Oliveira. O empresário recrutou farmacêuticos e médicos norte-americanos para fazer os novos produtos. A expectativa é a entrada da Ultrafarma no site norte-americano em 60 dias.
Do balconista ao dono da farmácia
Outra novidade mexe diretamente com o varejo farmacêutico brasileiro. Com a força da marca, muito propagada na mídia nacional desde a sua fundação, com o próprio empresário servindo de garoto-propaganda, Sidney Oliveira criou um modelo de licenciamento de suas farmácias. A nova Farmácia Sidney Oliveira está disponível para quem quer abrir ou converter unidades farmacêuticas no país. A conversão, segundo ele, é o melhor perfil para quem deseja licenciar o nome: há casos, por exemplo, de donos de pequenas redes de farmácias no interior que converteram uma unidade e, depois, fizeram o mesmo com todas as outras. “Outro bom perfil é aquele profissional que já foi balconista, conhece bem o segmento, trabalha na área, é gerente de uma loja. Ele sabe do negócio. Desde cedo, coloca o umbigo no balcão, conhece o perfil do cliente, sabe atender e o que vender”, diz Sidney. Um rígido treinamento é feito para que todas as unidades sejam padronizadas, dando a impressão de que todas são iguais umas às outras.
O mundo e as vitaminas
As linhas de produtos e vitaminas que levam o nome do dono passarão também por uma profunda mudança: elas deixarão de ser produzidas no Brasil e serão fabricadas nos Estados Unidos e na Europa. Para isso, serão utilizados laboratórios e fábricas aprovados pela FDA, a rígida agência reguladora de medicamentos norte-americana, e chancelados pela Good Manufacturing Practice (GMP, ou “Boas Práticas de Fabricação”) Quality, cujas recomendações são formalizadas por órgãos reguladores europeus. “Nenhuma empresa brasileira vai ter o padrão e o controle de qualidade que a gente vai ter”, diz Oliveira. “O consumo de vitaminas aumentou muito no mundo inteiro. Hoje há falta de insumos para fazer vitaminas. Eu importava vitaminas há cinco anos, e eles entregavam em 15 dias. Agora tem produtos que eles me pedem 15 semanas de espera, porque estão exportando muito mais.”
Da Polônia para o Brasil
A fabricação das vitaminas no exterior envolve uma operação complexa. Uma equipe de nutricionistas e farmacêuticos faz a formulação no Brasil, seguindo as recomendações da Anvisa. A receita é enviada para laboratórios na Polônia, na Alemanha e nos Estados Unidos. Lá, é feito um lote-teste, que é introduzido em equipamentos chamados aceleradores. Esses aceleradores testam a eficácia do produto em uma passagem de tempo simulada de três anos. Um dos objetivos é verificar se o produto oxida ou muda de consistência. Com tudo testado e aprovado, a fórmula é fabricada na planta do exterior, e os produtos são enviados por avião apenas para ser embalados numa nova fábrica em Santa Isabel, em São Paulo.
168 milhões de pets
O empresário anuncia, ainda, um investimento no cada vez mais pujante setor pet — o número de animais domésticos no país já supera 168 milhões. “Visitei feiras pelo mundo e vi uma tendência de comportamento, baseada em pesquisa, de muita gente que não quer mais ter filhos, quer ter um cachorro”, diz Oliveira. A rede de farmácias online vai passar a contar também com um comércio eletrônico próprio para o segmento, com produtos como tapetes higiênicos, além de uma megaloja de mais de mil metros quadrados. “O Brasil virou o terceiro maior mercado pet do mundo”, diz.
O grande empreendedor brasileiro
Natural do Paraná, Sidney Oliveira tem uma história grandiosa como empreendedor: de origem pobre, chegou a ser vendedor de bebidas no Sul do país até conseguir abrir uma farmácia própria em seu Estado natal. Em São Paulo, ele se transformou em um dos maiores nomes do poderoso e lucrativo setor farmacêutico brasileiro. Até hoje, Oliveira tem o hábito de visitar a maior parte das farmácias que encontra pelo caminho, sobretudo quando viaja ao exterior. “É um trabalho de pesquisa”, diz. “Se vejo algo importante, fotografo e mando para minha equipe. É uma forma de saber o que acontece no mundo.” O segredo da farmácia de sucesso? “A receita parece simples, mas não é: escolher um lugar a que o cliente tem acesso, saber comprar bem, barato, e atender bem o cliente para que ele volte. Nunca enganar e ser sempre honesto com o consumidor.”
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O chip trilionário
O fabuloso resultado financeiro da Nvidia no segundo trimestre de 2023 mostrou um feito ainda mais espetacular, que está fora do balanço financeiro, divulgado nesta semana: a fabricante de chips vale hoje mais que Tesla, Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp) e Netflix juntas.
843%
Fundada em 1993, na Califórnia, a Nvidia lucrou US$ 6,19 bilhões nos últimos três meses, uma alta de 843% na comparação anual. É a empresa que mais se beneficiou do advento da inteligência artificial. Sua subida, sobretudo, se deve ao fato de ela desenvolver o microchip usado pelo ChatGPT.
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