Há poucos anos, o carro elétrico passou a ser apresentado como a solução para todos os problemas ambientais do planeta provocados por um de seus grandes “vilões”: o veículo automotivo com motor a combustão. Estava criado o dilema: ou todos os carros desapareciam da face da Terra ou sumiam o próprio planeta e os seres que nele vivem. Assim começaram a demonização dos carros tradicionais e uma corrida das grandes montadoras em busca do automóvel elétrico ideal.
Enquanto compravam os primeiros modelos, governantes e milionários do chamado Primeiro Mundo seguiram viajando em jatinhos particulares extraordinariamente poluidores — para discursar contra os combustíveis fósseis em conferências do clima. Em 2022, a União Europeia avisou que seus integrantes, a partir de 2035, proibiriam a venda de veículos zero quilômetro com motor a combustão.
É possível que, na Europa, os veículos 100% elétricos façam sentido — desde que não se leve em conta que boa parte da energia para abastecê-los vem de usinas a carvão, uma das campeãs da poluição. Nesses países, as distâncias são relativamente pequenas, e a rede ferroviária supre boa parte da demanda por viagens. Mas qual será a melhor escolha no Brasil?
A reportagem de capa desta edição, assinada por Carlo Cauti, mostra que a aposta nos carros 100% elétricos é altamente duvidosa. “A autonomia dos carros elétricos, de cerca de 300 quilômetros, permite atravessar de ponta a ponta quase todas as nações do Velho Continente”, registra Cauti. “No Brasil, isso é impossível.” Para tornar minimamente viável essa tecnologia, seriam necessários no mínimo 150 mil eletropostos de recarga espalhados por todas as rodovias em todo o país. “Quem vai pagar por isso?”, pergunta Cauti.
Não é só. O Brasil tem uma fonte energética limpa consolidada há décadas: o etanol. A solução mais inteligente por aqui seria o carro híbrido flex etanol/elétrico, com tecnologia 100% brasileira, admirada e cobiçada por vários países, principalmente a China.
Se não há no Brasil rodovias preparadas para comportar veículos com tecnologia 100% elétrica, por que apostar no duvidoso? Resposta óbvia: como sempre, o Brasil baixa a cabeça quando os europeus falam — sobretudo se o assunto é meio ambiente. Deveria ocorrer o contrário.
Quase 70% do território nacional é preservado. A maior parte dessas áreas verdes está localizada dentro das propriedades rurais — que contabilizam 2,8 milhões de quilômetros quadrados, ou mais de cinco vezes o território da França. Lavouras e pastagens ocupam apenas 30%. Não passa de 9% a área utilizada pela agricultura. E só 14% desses 9% são destinados à cana-de-açúcar.
Está mais que na hora de levantar a cabeça e escolher o que é melhor para o Brasil. E para os brasileiros.
Boa leitura.
Branca Nunes
Diretora de Redação
Obrigado pela informação 😃😃 é bom saber que por trás das narrativas, há agora informação real.
Híbrido somente de etanol e elétrico é interessante.
Já que o tema “condições climáticas” é a coqueluche do momento e aqui foi abordado o assunto, deveríamos apontar com mais ênfase o dedo para os europeus. Eles cobram tanto do nós brasileiros essa questão, mas não mexem uma palha para o que acontece lá. Usinas movidas a carvão, uso de aviões particulares e muitos outros absurdos e pararmos de falar mal de nosso País, inclusive temos um “presidente da república” que faz sucesso no exterior falando mal do País que ele deveria governar.
Como a revista vai chegar a mim assinante
Assinatura refeita! 3 anos. Vcs são muito bons. Parabéns.
Interessante a carta do Carlo Cauti.
Os europeus sempre se preocupam com problemas que não lhe dizem respeito, especialmente, a França que está sempre a criticar
a nossa agricultura, vez que vivem de subsídios, para seus agricultores.
Relativamente aos carros elétricos, como bem disse, Cauti, preocupam-se com eles, mas vivem poluindo o Universo com seus jatos
executivos que usam como transporte para levá-los à reuniões e foruns que criticam a poluição!!! Absurdo.
Outrossim, a edição de sua carta aos leitores, levou-me a uma reflexão, que julgo importante:
– será que não haverá uma mente brilhante que possa desenvolver uma forma de usar a energia solar, abundante em nosso país, para
abastecer nossos automóveis.???
Essa preocupação que o mundo tem com aquecimento, ecologia, combustível verde, lançamento de gases do efeito estufa, tudo é zero com relação ao planeta Terra.a terra não precisa do homem pra modificar ou melhorar à sua natureza, a terra resolve tudo sozinha. O homem deve se preocupar com a sua sobrevivência com relação a se alimentar ou conviver em um lugar poluído na litosfera na hidrosfera e na atmosfera, esse é seu meio-ambiente
Uma pergunta. Por que não temos a opção de motores exclusivamente a álcool, já que é um combustível eficiente e muito amigo da natureza, do emprego e do mercado?
Porque ninguém quer ficar com carro parado sem álcool como em 1989/90.
Depois de 10 anos desde que surgiu no mercado nacional, mais 80% da frota de veículos leves (fora caminhões, máquinas tratores etc) eram movidos a álcool. Contudo, em 1989 , prevaleceu a máxima de “socialismo faz faltar areia no deserto”. Existiam órgãos estatais como Pro-álcool umbilicalmente ligados aos empresarios amigos do rei, mas os postos ficaram sem alcool por questões como subsídios, cambio, mercado internacional de açúcar etc…
Sem ter como abastecer, quem tinha carro a álcool converteu o motor e carros novos eram rejeitados, e sumiram do mercado em pouquíssimos anos. Em 1993/94 já nao se comprava mais carro 0km a álcool no Brasil.
Sou cada vez mais fã dessa Revista Oeste
NO BRASIL, CONTANDO REGISTRADOS E NAO REGISTRADOS EXISTEM APROXIMADAMENTE 60 MILHOES DE VEHICULOS A GASOLINA. O QUE ACONTECE COM ELES SE A GASOLINA E ELIMNADA E SO FICAMOS COM O ETANOL. VAI TER QUE MODIFICAR O MOTOR?
E O DIESEL E QUE CONTAMNA MAIS DO QUE OS CARROS. VAMOS TER CAMINHOES COM ETANOL. VAI SER CARISIMO E OS FRETES VAO SUBIR ENORMEMENTE.
O PROBLEMA E BASTANTE DIFICIL.
Parece que Carlos Cauci nunca viu a live de Bolsonaro, sobre o desenvolvimento de uma super bateria de nióbio, grafeno e stênio, que não tem efeito memória, desenvolvida no Laboratório Nacional de Luz Sincroton, em Campinas (SP), conforme o ex-Ministro Astro Pontes.
Sou assinante e gosto muito da OESTE e sua equipe. Mas a pauta ambiental sempre pega muito pesado…claro que temos que ter equilíbrio mas a preocupação com o meio ambiente também precisa ser pautado e debatido, ou os problemas de saúde causados pela poluição são irrelevantes? Então vamos ter equilíbrio, nem 8 e nem 80, por favor.
Revista Oeste Parabéns!
Que o horizonte desta primorosa revista se mantenha, inequivocamente, centrado e inabalável no que esse país mais precisa: a verdade.
Nesse propósito, sinto-me orgulhoso de ser um simples assinante. É o mínimo que posso fazer.
Brasil!
A única coisa errado com o petróleo é que ele é raro e vai acabando.
Carro elétrico é para a nova ordem mundial onde ninguém vai ver carro, todos vams comer inseto e ser exterilizado com doses diária de mRNA colocado em tudo até no ar que se respira, uma vida miserável para todos com meia dúzia de magnata na mídia
Brasil, meu Brasil brasileiro………excelente, porém sem entrar no mérito se o carro elétrico é viável ou não, assistir uma propaganda de uma jornalista da velha imprensa dizer que fica arrepiada quando ouve falar do carro elétrico, no entanto temos memória extremamente curta e até hoje não ouvi nenhuma citação sobre o engenheiro Gurgel que foi um dos idealizadores do carro elétrico//bateria. Vez em quando ainda se via um desses carros circulando pelas ruas. Em 1969 além dos enormes comboios ferroviários transportando uma quantidade enorme de grãos, de carros etc podia se viajar do interior do Estado de SP até a capital em vagão de primeira qualidade com visão panorâmica, ar condicionado, restaurante etc….hoje ferrovia nem para carregar carrinhos de pipoca. Os casos que cito, ao invés de receberem estudos para viabilidade de melhorias (carro elétrico) e investimentos pesados (ferrovias) foram altamente depreciados pelo próprio governo brasileiro no afã de servir a interesses estrangeiros e desenvolver uma matriz rodoviária altamente poluente. Se pelo menos tivéssemos construído Hubs rodoviários teríamos uma situação melhor inclusive para os profissionais que transportam cargas. Mas nada. Nós nunca tivemos verdadeiros estadistas nesse Brasil brasileiro…(saudoso Ari Barroso).
Excelente iniciativa tratar desse assunto, com a visão voltada para o nosso pais..
Acrescentaria à lista de desvantagens um problema ambiental gigante que é o descarte das baterias após a sua vida útil.
Oeste sempre trazendo verdades
Deveríamos acreditar mais em nosso país com sua trajetória
Um país com as dimensões do Brasil e com um terreno quase que inteiramente plano, propício ao transporte ferroviário, ter acabado com os poucos trens que havia, é capaz de tudo.
E Oeste é capaz de ficar melhor a cada edição.