‘Pobre morre sem ter que morrer’

Henrique Prata nasceu em Barretos, no interior de São Paulo, e desde os 7 anos de idade se dedicou a ajudar o avô, Antenor Duarte Varella, a cuidar da fazenda de gado da família. Depois, envolveu-se com o Hospital São Judas Tadeu, administrado pelo seu pai, Paulo Prata, que estava em situação falimentar. Salvou o hospital e o transformou no Hospital de Câncer de Barretos, uma referência nacional e Internacional no tratamento da doença. Hoje, o local foi rebatizado como Hospital de Amor e conta com filiais em Fernandópolis, Jales, Campinas (SP), Juazeiro (BA), Porto Velho (RO), Macapá (AP) e Campo Grande (MS). 

A maior preocupação de Prata é a prevenção de câncer na população mais pobre. Esse é o tema de seu livro O Parque dos Lobos. “É a síntese de uma decepção”, resume. “Vi poucas vezes a medicina se dedicar ao idoso, por exemplo. O hospital público representa 80% do atendimento médico no país. Nesses 33 anos, só teve um serviço de câncer em São Paulo, o Icesp, uma obra do governador José Serra. Atuo em 17 Estados brasileiros e vejo que ninguém se interessa pela prevenção do câncer. Ninguém se incomoda com uma população que envelhece. As filas se arrastam há 60 anos. A classe política e a sociedade ignoram que pobre morre na fila. Além disso, a tabela SUS está congelada há 20 anos. Uma consulta no SUS era R$ 10 há 20 anos, e continua sendo R$ 10. Pobre morre sem ter que morrer.”

Entre outros assuntos, Henrique Prata falou também da sua ligação com o cantor country Garth Brooks, um generoso doador de recursos para o Hospital de Amor. 

Apresentado por Dagomir Marquezi, o OesteCast com Henrique Prata contou com a participação de Edilson Salgueiro. O podcast de Oeste vai ao ar toda quarta-feira, às 20h30. Aproveitem este espaço para sugerir nomes de entrevistados que gostariam de ver por aqui. E não deixem de se inscrever no nosso canal no YouTube.