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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Fernando Haddad, ministro da Fazenda | Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda
Edição 189

Haddad com os dias contados?

Considerando a impossibilidade do governo de entregar resultados fiscais positivos, o ministro acabaria queimando a sua imagem e perdendo credibilidade com a opinião pública

Carlo Cauti
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode ser realocado para o Ministério da Casa Civil. Fontes do próprio Ministério informaram à coluna que a pasta da economia deverá ser liderada por Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Econômica do Banco Central.

Segundo as fontes, Haddad “teria cumprido a missão” frente ao Ministério da Fazenda com a aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária. 

Considerando a impossibilidade do governo de entregar resultados fiscais positivos, ele acabaria queimando a sua imagem e perdendo credibilidade com a opinião pública. A desastrosa coletiva de imprensa da última segunda-feira, 30, ligou o alerta vermelho no Palácio do Planalto.

Haddad continua sendo o candidato mais provável do PT para as eleições presidenciais de 2026. Pragmático, ele conseguiu conquistar a confiança do mercado e do próprio presidente Lula. 

Se permanecer no Ministério da Fazenda, acabará perdendo capital político — e favorecendo outras lideranças, mais ideológicas. 

A desautorização em praça pública por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pegou muita gente de surpresa em Brasília. 

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Academia Bluefit | Foto: Divulgação
Mubadala assume controle da Bluefit

O Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, adquiriu 51% do capital social da rede de academias Bluefit por mais de R$ 464 milhões, tornando-se controlador da empresa.

A Bluefit é a segunda maior rede de academias do Brasil, com cerca de 140 unidades em 17 Estados e 380 mil alunos ativos.

A empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 1 milhão no primeiro semestre de 2023. Um resultado melhor do que o obtido no mesmo período de 2022, quando o prejuízo foi de R$ 3,2 milhões.

O Mubadala está com planos de investimentos pesados no Brasil. O fundo já possui a Refinaria de Mataripe, na Bahia. Tentou adquirir o Burger King, sem sucesso. E planeja aplicar no país pelo menos US$ 1 bilhão por ano.

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Brasil no radar dos investidores estrangeiros

O Brasil foi o segundo país que mais atraiu Investimento Estrangeiro Direto (IED) no primeiro semestre, com US$ 34 bilhões, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. No ano passado, o Brasil foi o quinto colocado, com US$ 86 bilhões. 

O resultado é ainda mais significativo considerando o cenário de enormes incertezas globais. Em comparação ao primeiro semestre de 2022, o volume de IED para a economia brasileira diminuiu 32,6%, na esteira do que vem sendo registrado em nível internacional. A alta das taxas de juros nos Estados Unidos e na União Europeia inibiu os investimentos no exterior por parte de gestores norte-americanos e europeus. 

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Nova gestora, mais de 1 bilhão

A Faria Lima ganha mais uma gestora — e de peso. A Etti Partners vai chegar ao mercado financeiro com mais de R$ 1 bilhão sob gestão. 

Ela será liderada por Luiz Aires, que foi sócio-fundador e head de Relações com Investidores (RI) da RPS Capital, Rodrigo Knudsen, o “Kiki”, ex-head de Gestão da Empiricus Investimentos (ex-Vitreo), e Bruno Quelhas, ambos ex-JSI, o antigo family office da família Safra.

Os recursos foram aportados por 30 a 40 famílias, que vão confiar na nova gestora para administrar seu patrimônio. Além do tamanho do capital, esse lançamento é um sinal positivo para o mercado. Há dois anos a indústria enfrenta um movimento de perda de patrimônio de fundos multimercados e de ações para a renda fixa, por causa da alta das taxas de juros e do aumento das incertezas.

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Projeto Cidade Sete Sóis Pirituba, da MRV | Foto: Divulgação/MRV
São Paulo vai ganhar um novo bairro

A cidade de São Paulo vai ganhar em breve um novo bairro, com mais de 30 mil habitantes. A construtora MRV lançará o projeto “Cidade Sete Sóis Pirituba”: 11 mil unidades habitacionais, em um terreno de 1,7 milhão de metros quadrados. 

Serão construídos 64 condomínios de prédios, cada um com quatro torres em média. As obras deverão durar dez anos. O investimento previsto pela construtora é de R$ 2 bilhões. 

O público-alvo do projeto são os beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Para adquirir uma unidade habitacional será suficiente uma renda de R$ 3 mil. O bairro de Pirituba, no noroeste de São Paulo, fica a 19 quilômetros do centro da cidade e abriga o atual maior projeto da MRV, o Grand Reserva Paulista, com 7,3 mil unidades.

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Brasil, líder mundial do milho

O Brasil se tornou o maior exportador de milho do mundo. Segundo o Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), a produção brasileira responde por 32% de todo o mercado internacional da commodity no ciclo 2022/23, que se iniciou no meio do ano passado e chegou ao fim na metade deste ano. 

Os Estados Unidos, até então na liderança, responderam por apenas 23% das exportações mundiais no mesmo período. 

O Brasil já é o maior exportador de soja do mundo. 

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os bons resultados da safra brasileira permitiram esse resultado. E a maior demanda internacional deverá elevar o volume das exportações em 2023. 

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Fusões e aquisições aumentam no agronegócio

As fusões e aquisições de empresas no agronegócio registraram uma tendência de crescimento nos últimos três anos. Segundo dados da consultoria PwC Brasil, em 2023 o setor registrou um aumento de 30% nas operações de fusão e aquisição. O oposto de outros segmentos, que tiveram queda de até 23% nas transações no mesmo período. 

Os segmentos de máquinas e sementes lideraram as operações, seguidas por empresas de tecnologia, consumo e químicos. Os dados da PwC mostram como companhias nacionais estão substituindo a participação de multinacionais. Uma sinalização clara da potência do agronegócio brasileiro.

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Os preços do suco de laranja não param de subir | Foto: Shutterstock
Suco de laranja nas alturas

Os preços do suco de laranja não param de subir. No acumulado do ano, a cotação da commodity subiu mais de 90%. Desde 2019, a alta é de quase 310%.

Dois motivos estão por trás disso. De um lado, os problemas climáticos nas regiões de maior produção de laranja. De outro, a propagação do huanglongbing (HLB), também conhecido como “doença do ramo amarelo”, letal para as frutas cítricas.

A praga já destruiu milhões de plantas em todo o mundo, da China aos Estados Unidos. O Brasil, maior produtor mundial de laranja, não foi poupado pelo HLB, que está dizimando as prósperas árvores frutíferas da região e fonte de cerca de 70% do suco de laranja produzido globalmente. 

Segundo vários analistas, será difícil preencher, pelo menos rapidamente, os problemas na oferta, até porque nos últimos dois anos a América do Sul enfrentou temperaturas mais elevadas.

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Os cereais conquistarão o mundo

O mercado mundial de cereais matinais vale mais de US$ 36 bilhões — e 80% dele é controlado por três empresas multinacionais. Um grupo de jovens em São Paulo quer desafiar esse quase monopólio. 

A empresa The Cereal foi fundada há dois anos por três jovens, Gabriel Bergo, Gabriel Dupin e Rafael Silverio, com idade média de 20 anos, todos estudantes da Link School of Business, a primeira faculdade de empreendedorismo do Brasil. E foi na incubadora da própria faculdade que a startup deu os primeiros passos. 

Vendendo apenas online e com uma estratégia de marketing inovadora, a The Cereal já comercializou 5,3 mil caixas e lançou três sabores diferentes. 

Hoje, conta com investidores que aportaram centenas de milhares de reais na empresa. E outros que manifestaram interesse em entrar no capital, ou até adquirir o controle. “Mas, se vendêssemos agora, estaríamos vendendo barato”, dizem os fundadores. 

Produtos da The Cereal | Foto: Divulgação
Qual é o diferencial da The Cereal em relação aos concorrentes do mercado?

Somos o primeiro cereal matinal proteico e, ao mesmo tempo, saudável do Brasil. Uma porção é equivalente a dois ovos e uma fatia de pão integral. Juntamos o sabor do cereal a uma refeição saudável. 

Como surgiu a ideia de criar a The Cereal?

Aqui na Link, um dos objetivos do curso é pensar em ideias inovadoras de empreendedorismo. Um dos nossos fundadores foi estudante de medicina antes de entrar na Link e sempre foi muito atento a questões de alimentação saudável. Além disso, um dos maiores problemas das pessoas no início do dia é preparar o café da manhã. A maioria acorda muito em cima da hora e não tem tempo para isso. A The Cereal quer resolver esses dois problemas: ser uma refeição rápida, mas ao mesmo tempo saudável. 

Como conseguiram desenvolver e produzir seus cereais?

O trabalho de pesquisa e desenvolvimento demorou um ano e meio. Produzir cereais matinais pode parecer fácil, mas não há nada de simples nesse processo. Tentamos com laboratórios consagrados, com a Unicamp, mas não deu certo. Foram necessárias mais de cem formulações até chegarmos à atual. O projeto previa a extrusão da proteína e a junção com o milho e o açúcar. Nada trivial. A produção foi outro grande problema. Tentamos com as grandes fabricantes, mas obviamente nos boicotaram. Finalmente, conseguimos encontrar uma fábrica no Paraná que atendeu nossos pedidos. Mas foi muito complicado.

Quem é seu público-alvo?

É muito variado. Desde a geração Z, que conhece a gente pelo TikTok, até os jovens adultos que querem se manter saudáveis. Mas temos muitas mães que compram nossos produtos porque facilitam sua vida, principalmente no preparo do café da manhã. Elas sabem que podem colocar o The Cereal na mesa e ir se preparar para sair, com a certeza de que os filhos vão comer algo saudável e nutritivo. 

Gabriel Bergo, Gabriel Dupin e Rafael Silverio, fundadores da The Cereal | Foto: Divulgação
Como conseguiram obter tanto sucesso nas redes sociais e vender tantos produtos em tão pouco tempo?

Criamos uma espécie de Big Brother da empresa. Ganhamos clientes mostrando nosso dia a dia empresarial. As pessoas puderam acompanhar o passo a passo de nossa jornada, desde a fundação da The Cereal. Tudo foi postado nas redes sociais: tanto os sucessos como os fracassos. Isso gerou empatia e confiança no nosso trabalho.

Já receberam proposta de aquisição?

Toda semana recebemos propostas de potenciais sócios que querem investir na empresa, ou que querem adquirir o controle. Mas não queremos vender agora. O mercado é muito grande, e nosso produto é único. Se vendêssemos agora, estaríamos vendendo barato. Ainda temos muito espaço para crescer.

Leia também “O inferno astral da Petrobras”

3 comentários
  1. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Haddad sempre foi desqualificado. Só presta para os alienados petistas.

  2. Lenart Palmeira do Nascimento Filho
    Lenart Palmeira do Nascimento Filho

    Gosto muito desse informe econômico do Carlo Cauti. Parabéns! Legal essa história do The Cereal.

  3. MNJM
    MNJM

    Haddad no Ministério da Fazenda já demonstrou ser um desastre, imagina o poste na PR?? Deixa concorrer não ganha.

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