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Foto: Shutterstock
Edição 196

Carta ao Leitor — Edição 196

O papel do STF no governo Lula e as ameaças à democracia estão entre os destaques desta edição

Redação Oeste
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“Quando ocorreu o ponto de inflexão em que o Supremo Tribunal Federal começou a agir como se fosse um poder mais igual que os outros?”, perguntou Augusto Nunes durante uma live realizada na noite desta quinta-feira, 21, com o jornalista Alexandre Garcia, ambos colunistas de Oeste. “No dia em que Ricardo Lewandowski, então presidente do STF, rasgou a Constituição e fatiou o impeachment para permitir que Dilma Rousseff pudesse exercer cargos públicos”, afirmou Garcia. 

Os tapas na Constituição transformaram-se em agressões com a instauração do chamado “inquérito do fim do mundo”. Hoje, é como se a Carta Magna não existisse. Os brasileiros não sabem ao certo quais direitos continuam valendo ou quais deixarão de valer caso algum dos ministros da Suprema Corte deseje interpretá-los de maneira diferente. Como mostra J.R. Guzzo no artigo de capa desta edição, o STF está criando um novo regime: a democracia que não existe. 

“No Brasil de 2023 o STF, em parceria plena com o governo Lula, tenta convencer o público de que ele não está vivendo num estado de exceção cada vez mais totalitário”, observa Guzzo. “O tribunal e o sistema de propaganda que mantém na mídia, junto aos influencers e nos grupos de esquerda sustentam que para salvar a democracia é preciso agir como numa ditadura.”

Entre as peculiaridades dessa “ditadura democrática” — ou “democracia ditatorial” — estão centenas de réus primários condenados a até 17 anos de cadeia por terem participado de depredações em Brasília. As aberrações incluem também condenações em lote e advogados impedidos de fazer a sustentação oral na defesa de seus clientes nas sessões virtuais. Ou a permanência na prisão de presos com enfermidades graves que exigem tratamento médico adequado em hospitais. Ou a imposição do uso de tornozeleira eletrônica a inocentes. Ou a desmonetização de canais sem qualquer justificativa. Ou a determinação de operações de busca e apreensão na casa de quem desagrada um dos ministros. Fora o resto. 

“É o Ato 5 do Brasil atual”, conclui Guzzo. Depois de ressuscitar Lula politicamente, a Corte agora age para viabilizar seu governo. Quando alguma coisa não sai como planejado no Congresso, basta o recurso ao STF para que seus ministros aprovem o que parlamentares eleitos pelo povo vetaram. Essa nova forma de governar exige manobras diversionistas. Uma delas é anunciar escândalos envolvendo os adversários para camuflar verdades que prejudiquem o governo.

Nesta edição, Silvio Navarro oferece alguns exemplos: as imagens do incidente envolvendo o filho do ministro Alexandre de Moraes num aeroporto na Itália, o desaparecimento das câmeras do Ministério da Justiça do dia 8 de janeiro em Brasília, a delação de Mauro Cid, ex-auxiliar de Jair Bolsonaro, e as joias presenteadas a Michelle Bolsonaro. A manobra do momento é a supervalorização do caso do hacker que teria invadido uma rede social de Janja.

Como se vê, não faltam problemas a enfrentar. Mas a esperança sempre cresce com a aproximação do Natal. Oeste acredita que o Brasil sobrevive a qualquer intempérie. Continuaremos empenhados na busca de informações corretas e na defesa incondicional das liberdades democráticas. 

Boa leitura.

Feliz Natal.

Branca Nunes

Diretora de Redação

Capa da Revista Oeste, edição 196. Alexandre de Moraes, Luís Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, ministros do STF | Foto: SCO/STF
9 comentários
  1. Eduardo Augusto de Oliveira Dornas
    Eduardo Augusto de Oliveira Dornas

    Nunca acreditei na eleição do Lula em Pura fraude.

  2. CAIO TACLA
    CAIO TACLA

    O uso político das instituições é uma espécie de “all in” da esquerda porque eles sabem que no longo prazo eles já estão derrotados. Hoje, no calor político, a esquerda consegue fazer todos esses absurdos e não colherem os maus frutos do que estão fazendo. Mas quanto mais a política atual ir se tornando história, mais próximo da derrota a esquerda estará. Nossos desafios são: cometer o mínimo de erros e nos manter na defensiva até que a própria esquerda se derrote. Não seremos nós que derrotaremos a esquerda, ela mesma se implodirá. Nosso papel é proporcionar ambiente favorável para que esse tão sonhado acontecimento ocorra o mais breve possível. Mas, não acredito que isso ocorra no curto e médio prazos. Não tem solução à vista, não há atalhos. Tudo que podemos fazer hoje é continuar seguindo com o jornalismo de alta qualidade que surgiu nesses últimos anos. E isso sim é uma vitória, uma conquista, que a esquerda jamais vai conseguir apagar. E eles sabem disso ….

  3. Luzia Helena Lacerda Nunes Da Silva
    Luzia Helena Lacerda Nunes Da Silva

    O Brasil transformou-se num lugar perigoso para se viver.
    Pelo menos nesta semana em que se comemora o nascimento de Jesus e a Paz Mundial, vamos nos deixar levar pela ilusão de que somos felizes.

  4. Leila marta Vieira Lima
    Leila marta Vieira Lima

    Oremos para no 2024 apareça uma luz no fim do túnel. Que a nossa pátria amada Brasil possa sair deste caos e que logo possamos nos livrar deste governo nefasto.

  5. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    A quadrilha do supremo sabe que vem agindo fora da lei. Cabe a nós a repulsa.

  6. Alexander Rocha
    Alexander Rocha

    Assinei a revista Oeste, estou muito feliz e tenho a certeza que fiz a escolha certa. Que Deus continue abençoando e dando forças a essa equipe maravilhosa.

  7. Fernando Guercio Duarte
    Fernando Guercio Duarte

    O Brasil caminha rapidamente para a sua destruição e caos.

    1. Alzira Conceição Pacheco de Lima
      Alzira Conceição Pacheco de Lima

      Há alguns artigos nos quais não consigo comentar pq a caixa para abrir os comentários se sobrepõe ao próximo artigo abrindo-o qdo tento comentar. Vcs poderiam verificar isso, por favor?

  8. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Quem vive à margem da lei é marginal

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