Todo ano é marcado por homens e mulheres cujas ações deixam marcas que merecem destaque. Neste 2023, Oeste escolheu seis personalidades de diversos campos, todas com algo em comum: cada qual na sua área de atuação, elas influenciaram o curso da política, dos esportes, do meio ambiente e da economia. São elas o sul-africano Elon Musk, o argentino Javier Milei, a venezuelana María Corina Machado, o holandês Max Verstappen, o sérvio Novak Djokovic e a brasileira Sílvia Waiãpi.
Elon Musk
O sul-africano naturalizado americano Elon Musk nasceu em 28 de junho de 1971. Empresário, inventor e visionário tecnológico, Musk desempenha um papel de vanguarda no cenário da inovação e do empreendedorismo global. Fundar e liderar empresas revolucionárias é uma de suas marcas. Entre os seus negócios, um dos mais notáveis é a Tesla, companhia norte-americana de veículos movidos a energia elétrica e de tecnologias relacionadas. Sob sua liderança, a empresa se tornou uma das principais fabricantes de carros elétricos do mundo, transformando a indústria automobilística. Um documentário chega a conferir a ele o epíteto de “o verdadeiro Homem de Ferro”, em alusão ao super-herói, gênio e bilionário das histórias em quadrinhos, Tony Stark.
Além da Tesla, Musk é fundador e CEO da SpaceX, uma empresa aeroespacial privada. A SpaceX tem sido pioneira em tecnologias de foguetes reutilizáveis e tem objetivos ambiciosos, incluindo a colonização de Marte. O sucesso da SpaceX na redução de custos e na realização de missões espaciais tem impactado significativamente o setor espacial. Musk também está associado a outros empreendimentos notáveis, como SolarCity (de energia solar), Neuralink (que desenvolve uma tecnologia de interface cérebro-máquina) e The Boring Company (infraestrutura de transporte subterrâneo).
Sua presença nas redes sociais, especialmente no (antigo) Twitter — que comprou em abril de 2022 e cujo nome mudou para X —, tem ampliado ainda mais sua influência. Além disso, a abordagem ousada para a inovação e o compromisso com a sustentabilidade e a exploração espacial o tornaram uma figura proeminente e, por vezes, polêmica. “Disruptivo” por natureza, Elon Musk é frequentemente reconhecido como uma das personalidades que mais causam impacto no cenário empresarial e tecnológico do planeta, assim como sua defesa da liberdade de expressão e sua oposição à “cultura woke”.
Javier Milei
Javier Gerardo Milei, nascido em 22 de outubro de 1971, é, antes de tudo, um libertário. O economista e político argentino é conhecido por suas declarações provocativas, discursos inflamados e performances exaltadas. Ele foi eleito presidente da Argentina em novembro, no segundo turno, contra o candidato peronista da situação. Com suas ideias consideradas “radicais”, foi alçado ao posto máximo do Executivo argentino por uma população exausta, depois de décadas de fracasso socioeconômico.
Milei é conhecido por sua abordagem “ultraliberal”, como se diz na velha imprensa, e suas críticas contundentes às políticas econômicas tradicionais da Argentina. Ele compara a falsa dicotomia entre kirchnerismo/peronismo e macrismo a um teatro de tesouras, em que duas lâminas aparentemente opostas convergem para um mesmo objetivo.
Se também será vitorioso na implementação de seu projeto político, apenas os próximos anos dirão, mas sua ascensão já refletiu a demanda por mudanças significativas e a busca por lideranças que desafiem o status quo. Desde a vitória nas urnas, é possível encontrar uma dezena de teses na imprensa mundial sobre o que levou mais de 14 milhões de argentinos a elegerem uma figura tão excêntrica. Uma dessas teorias é absolutamente certeira: os argentinos entenderam que, desta vez, o país está falido.
María Corina Machado
Nascida em 7 de outubro de 1967, María Corina Machado Parisca é uma política e ativista pelos direitos humanos venezuelana. Ao longo de sua carreira, ela se destacou como uma figura proeminente na oposição ao regime ditatorial de Nicolás Maduro, sucessor de Hugo Chávez. Tendo iniciado sua carreira política como deputada, em 2014, Corina foi uma das líderes do movimento de protesto conhecido como La Salida, que buscava “encontrar uma saída pacífica, democrática e constitucional ao governo de Nicolás Maduro”. Sua liderança corajosa bem como suas críticas contundentes às políticas autoritárias do governo a tornaram uma voz respeitada no cenário político venezuelano.
Em outubro, María Corina venceu as primárias de seu partido, Primeiro Justiça (PJ), credenciando-se como adversária de Maduro nas próximas eleições. No entanto, ela continua impedida de participar do pleito, por decisão do próprio regime, que proíbe Corina de ocupar cargos públicos por ter acusado o Estado venezuelano de violação dos direitos humanos. Mesmo assim, a vitória foi comemorada por opositores do regime.
Maduro está há dez anos no cargo. Ele foi reeleito em 2018 sem a participação da oposição e com o comparecimento de menos da metade (46%) dos eleitores.
Max Verstappen
Nascido em 30 de setembro de 1997, o piloto holandês Max Verstappen é filho do também piloto de automobilismo Jos Verstappen, já aposentado. Max começou a carreira nas categorias de base e rapidamente chamou atenção por sua excepcional habilidade ao volante. Em 2015, com menos de 20 anos, ele se tornou o piloto mais jovem a competir na Fórmula 1. Juntou-se à equipe da Red Bull Racing em 2016. De lá para cá, o atleta emergiu como um dos principais talentos da F1.
Em 2023, o holandês conquistou o terceiro campeonato mundial de Fórmula 1 de sua carreira, igualando-se a outros ídolos do esporte, como os brasileiros Nelson Piquet (que é seu sogro) e Ayrton Senna. O título foi assegurado no GP do Catar, com seis provas ainda pendentes para o término da temporada. O piloto venceu em 19 dos 22 circuitos e levou a Red Bull Racing ao título de construtora do ano.
Namorado de Kelly Piquet desde 2020, Verstappen esteve no Brasil para o casamento de seu cunhado, Nelsinho Piquet. Em seguida, descansou na mansão da família, em Brasília. Conhecido pela natureza reservada, o tricampeão surpreendeu as redes sociais ao interagir e tirar fotos com fãs no aeroporto internacional da capital federal. O holandês participou, ainda, de desafios de kart e de videogame, além de uma inusitada aventura a bordo de uma Kombi.
Novak Djokovic
Nascido em Belgrado, capital da Sérvia, em 22 de maio de 1987, Novak “Djoko” Djokovic é um dos maiores tenistas da história do esporte. Sua carreira é marcada por conquistas extraordinárias e uma habilidade técnica excepcional. O atleta alcançou o primeiro lugar no ranking mundial da Associação de Tenistas Profissionais em várias ocasiões, consolidando-se como um dos “Três Grandes” do tênis, ao lado de Roger Federer e Rafael Nadal.
Em 2021, Djokovic conquistou o Aberto da Austrália, Roland Garros e Wimbledon, realizando a notável façanha de vencer três Grand Slams numa única temporada. Além do sucesso nas quadras, Djoko ganhou os holofotes por outro motivo: seu posicionamento sobre questões relacionadas à pandemia de covid-19. Em janeiro, ao vencer o grego Stefanos Tsitsipas, o sérvio ganhou o décimo título do Aberto da Austrália, seu 22º Grand Slam — mesma marca de Rafael Nadal. “Esta é provavelmente a maior vitória da minha vida, considerando as circunstâncias”, disse.
O multicampeão voltava ao topo do ranking mundial depois de ter sido “cancelado” e deportado e de ter o visto suspenso pela Austrália por ter se recusado a tomar a vacina contra a covid-19. Foi tratado como vilão pela grande mídia — alguns cronistas sugeriram até que ele fosse banido do esporte. O ministro da Imigração, Alex Hawke, usou sua caneta para impedi-lo de jogar no país. Aos 34 anos, Novak Djokovic se recusou a parar de jogar.
Sílvia Waiãpi
A liderança indígena brasileira Sílvia Nobre Waiãpi nasceu em Macapá, em 29 de agosto de 1975. Membro da etnia Waiãpi, ela emergiu como uma voz proeminente na defesa dos direitos dos povos indígenas e na preservação da Amazônia. Sílvia desempenha um papel crucial na resistência contra as ameaças à integridade territorial e cultural de seu povo.
A ativista ganhou destaque nacional e internacional ao levantar a voz contra invasões ilegais em terras indígenas e pela preservação da biodiversidade amazônica. Sílvia, contudo, não conta com o apoio da militância de esquerda. Isso porque ela contesta a atuação de organizações não governamentais (ONGs), especialmente as estrangeiras, na floresta.
Deputada federal pelo PL, ela afirma que a atividade das ONGs em território indígena não contribui para melhorar a vida dos integrantes das aldeias. Durante a CPI das ONGs da Amazônia, Sílvia ressaltou que essa atuação “condena um povo a viver em 1500”. Ela chama de “cárcere verde” a condição em que vivem os ribeirinhos e os indígenas da floresta. Segundo Sílvia, ONGs financiadas por organismos estrangeiros impõem a completa pobreza a essas populações.
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Grandes figuras que realmente merecem destaque.