Penso que o fato mais importante dos últimos dias foi o símbolo de uma nação mais forte, mais ágil e mais eficiente que o Estado que lhe deve prestar serviço. Todos vimos as imagens da ponte de ferro sendo levada pelas águas do Rio das Antas, em 4 de setembro. Exatamente 138 dias depois, a ponte estava de novo ligando os municípios de Farroupilha e Nova Roma do Sul, no Rio Grande do Sul. A ponte havia sido aberta em 4 de outubro de 1930, um dia depois do início da revolução que levou Getúlio Vargas ao Poder — o Estado Novo. Agora ela mostra a vontade férrea de gaúchos da região, que não esperaram pelo governo, porque o verdadeiro pilar da ponte resistiu à força das águas; havia uma base pétrea — o caráter da população. O governo do Estado prometia 15 meses para pôr a ponte no lugar, e estimava em R$ 22 milhões o custo das obras. E planeja uma ponte nova, em outro lugar, por R$ 51 milhões. A população fez a ponte por R$ 5,7 milhões. Dinheiro de doações de empresas, rifas, eventos beneficentes e Pix. A força da população somou R$ 8,6 milhões. Agora ela deve decidir como vai aproveitar o saldo de quase R$ 3 milhões.
Neste 20 de janeiro, a inauguração foi festiva, com discursos, música, comes e bebes, bênção do padre. Imagino, se algum ministro ou o governador fosse até lá, a vaia que haveria. Representando a Associação Amigos de Nova Roma do Sul, que tem 200 participantes, o tesoureiro Heleno Pasuch fez num palco a prestação de contas e afirmou que a ponte será um repositório dos valores humanos da região, um monumento à força dos que fazem a nação, a despeito de o Estado, que cobra impostos, estar ausente — apenas dispensou a licença ambiental. O orador lembrou aqueles que, na noite de Natal, trabalhavam na montagem da ponte, dos aposentados que compraram rifas, de todos os que se sentiram responsáveis pela ponte e depositaram seu Pix. Houve leilão para saber quem passaria primeiro pela ponte. Com lance de R$ 14 mil, ganhou a Associação Amigos de Pinto Bandeira, cujos integrantes atravessaram a ponte gloriosamente empurrando uma antiga Rural Willys.
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Há dois anos, também no Rio Grande do Sul, a Associação Comercial e o Sindicato Rural evitaram que Santo Ângelo perdesse suas ligações aéreas com São Paulo e Porto Alegre por falta de segurança de uma das cabeceiras da pista. A obra demoraria meio ano e demandaria de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões. Então 170 voluntários, a maioria agricultores, mobilizaram 39 tratores, compactadoras, caminhões, dragas, motoniveladoras e, em oito dias de trabalho, construíram um aterro compactado de 90 metros de extensão por 60 metros de largura, com a supervisão de professores e alunos da faculdade de engenharia. Tempos atrás, meus amigos gaúchos, agricultores em Guarantã do Norte, na divisa entre Mato Grosso e Pará, tornaram transitável a BR-163, ainda não asfaltada. Políticos criavam emendas de milhões, mas elas não chegavam à estrada. Então os cidadãos se reuniram, arranjaram máquinas e, com R$ 90 mil, a riqueza da região voltou a ser escoada sem problemas.
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Não deveria haver privilégios, mais férias, melhores aposentadorias, penduricalhos; não poderia haver uma casta. Não poderiam ser diferentes dos que pagam impostos em tudo que compram e nomeiam seus representantes pelo voto
Os governos alegam demora nas licitações. Mas o que consome tanto dinheiro dos nossos impostos? Por que a mesma obra, tocada por particulares, custa uma quarta parte? Por que empreiteiras têm necessidade de abrir departamento de propina? Por que há queixas de comissões de 5% a 10% subtraídas das emendas? Lá no palco improvisado na cabeceira da ponte, projetaram ao final da inauguração o estribilho do Hino Rio-Grandense, que diz: “Sirvam nossas façanhas/de modelo a toda terra” (ou de modelo para o Estado brasileiro).
A ponte lança compreensão sobre dois entes: a nação e o Estado. A nação é origem do poder; o Estado existe para servi-la. No Brasil, águas turvas levaram a ponte que deveria ligar os dois. O Estado age com vida própria, mas a vida verdadeira está na nação, como demonstrou o povo do Vale das Antas. O que o povo arrecada é em troca de bens e serviços, em relações voluntárias. O que o Estado arrecada é pela coerção — e deveria ser para a prestação de bons serviços de justiça, segurança, ensino, saneamento básico, saúde e infraestrutura — como pontes. No Estado, todos são servidores do público, inclusive os votados para representar a fonte do poder. Não deveria haver privilégios, mais férias, melhores aposentadorias, penduricalhos; não poderia haver uma casta. Não poderiam ser diferentes dos que pagam impostos em tudo que compram e nomeiam seus representantes pelo voto. Mas há uma ponte derrubada. Separa o Estado da nação. Seu símbolo está lá embaixo, junto ao leito do rio. Uma velha estrutura, retorcida, enferrujada, agora inútil. Um símbolo.
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O Estado é uma ponte caída que virou sucata mas cobra fortunas de impostos dos seus contribuintes.
Mas, não vamos esquecer o quanto o Rio Grande do Sul apoia a esquerda, desde o Jango, passando pelo Brizola e mais recentemente pelo tal de Eduardo Leite, bacharel em Direito e membro do PSDB, o cara que trancou gôndolas de supermercados durante o império do medo imposto pela esquerda. Pertence ao partido que fica em cima do muro quando convém e cai sempre do lado esquerdo quando tem a oportunidade.
Parabens povo de NOVA ROMA DO SUL, vocês mostraram para o estado que sendo honestos tudo é feito e barato. Vocês mostraram quanto de ladrões e de desonestos é feito a nossa politica. Viva o HONESTIDADE da PEQUENINA GRANDE NOVA ROMA DO SUL. DEUS os protejam. Tenham sempre orgulho do que fizeram.
Moro 20 km de Nova Roma do Sul.
Temos que parabenizar este povo, que abriu mão das migalhas de um estado governado por um vi**o.
Quem sabe seja o pontapé inicial para mandar o estado para aquele lugar e dar lugar para quem realmente é dono desta terra.
Mais uma prova que a solução é menos estado, e mais setor privado.
Vdd
Até os vagabundos políticos sabem disso. Porém, não querem abrir mão das altas propinas.
Urge eliminarmos os vermes que habitam o Estado e só sabem espoliar
Não gostei desse aplicativo. KD as fotos? Tenho que sair para entrar no Instagram? Antes não era assim. No outro celular que não baixei o aplicativo, a cada reportagem tenho que entrar de novo. Email e senha. Mudança deve ser para melhorar/ facilitar. Isso não está acontecendo
Pois é Alexandre, entendo que as prefeituras de Farroupilha e Nova Roma do Sul deveriam exigir que os valores orçados de R$22 milhões fossem para seus cofres, porque os utilizarão em beneficio de seus munícipes.
A única serventia do estado é alojar parasitas.
Isso é a prova do desgastes político que existe nesse Brasil. Se o Rio Grande do Sul, um dos mais sérios, acontece essa imundície, e a ponte com a abertura proposital das comportas de uma só vez, e o nível de corrupção 4 vezes maior, imagine no norte e nordeste
Obra pública no Brasil deveria ser tratada como caso de polícia.
Algumas até são como no caso da Lava Jato que acabou enterrada pelo STF corrupto.
A maracutaia começa na licitação com a divisão dos lotes entre as empreiteiras interessadas.
Iniciada a obra em pouco tempo a verba “acaba” e começa e ciranda dos Termos Aditivos, liberando sempre e cada vez mais recursos para obras que nunca serão concluídas.
Temos os Tribunais de Contas, que são cabides de empregos muito bem remunerados para os amigos do rei.
Alguns municípios, como São Paulo tem seu Tribunal de Contas.
Quem deve fiscalizar as contas públicas são os vereadores, deputados estaduais e deputados federais.
Temos que passar esse país (república) a limpo urgentemente.
Que grande artigo,como e grande o seu autor.Exemplo,o povo do Rio Grande do Sul.
Que beleza de artigo, nomeia corretamente a Nação e o Estado, quando os integrantes da “Nação” leem um relato desses devem se sentir orgulhosos porque são a alma de tudo que se construiu nesse país, ao passo que os integrantes do “Estado”, devem sentir vergonha, pois são os parasitas desse país, sempre ausentes na hora que o povo precisa, só pensam em benefícios próprios, o Estado é corrupto e ineficiente.
A nossa atual democracia relativa é cara, obsoleta e voltada apenas para uma casta. O Estado é opressor, é gigante por que essa casta necessita que seja assim. O Brasil produtivo é quem trabalha e paga as regalias dos eleitos por um sistema corrupto e ineficaz. Dizem que saúde, educação e segurança é direito de todos. Mas não é. Direito apenas desta casta.
Mais é mais fica evidente, principalmente nos ambientes de gente esclarecida, vide o estado de Santa Catarina, que o Estado, principalmente o Estado moderno atual, com suas tendências comunonazifascistas, além de oprimir o povo, atrapalha mais que ajuda, ao invés de servir, serve-se do povo. Que hoje, caso se libertasse desse modelo atrasado de Estado, seguiria muito melhor em livres associações. Sim. É simbólica essa ponte. E o simbolismo nos mostra o quando somos sufocados e limitados por uma elite minoritária e criminosa que sequestrou o Estado e hoje domina toda uma população que produz e o sustenta. É hora de mudar, de um verdadeiro Great Reset democrático, não esse do Fórum Econômico Mundial, que pretende arrochar mais a população no controle social.
Acho que o Governo do Rio Grande do Sul nem fica com a cara Vermelha de Vergonha vendo o Povo que paga impostos fazendo o que é de Obrigação deles . Agora eles ´podiam pegar esses 22 milhões que iam gastar na ponte e Distribuir CESTAS BÁSICA pra POPULAÇÃO é o minimo que eles tem que Fazer
Parabéns a todos esse cidadãos.
Não haverá neste nosso Brasil nenhum poder, seja executivo, legislativo ou judiciário, especialmente, que consiga nos destruir. A grande maioria de nossos cidadãos são pessoas de bem e incomparavelmente superiores aos que compõem o governo.
Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.