Já estive em algumas das maiores e mais icônicas favelas do Rio de Janeiro. São lugares que estão frequentemente no noticiário, principalmente por razões negativas. Esqueça o noticiário. Nada substitui a experiência de visitar uma “comunidade”.
Minha visita à Favela Dona Marta ocorreu no auge do sucesso da experiência com as Unidades de Polícia Pacificadora, as famosas UPPs. Nunca gostei muito do nome. Chamar a polícia de “pacificadora” soa estranho. “Pacificação” não parece uma descrição adequada do objetivo de uma força policial brasileira, principalmente no Rio de Janeiro. Paz é o oposto de guerra. A polícia não procura a paz; ela combate o crime, uma atividade que, com frequência — especialmente no Rio —, envolve o confronto com criminosos.
Pelo que conheço desse projeto, o nome “polícia pacificadora” veio de uma estratégia de atuação policial nas favelas que muitos consideram equivocada. Segundo os críticos, o projeto das UPPs era baseado na expectativa de que seria possível conviver com a presença do narcotráfico nas favelas cariocas, desde que os traficantes conduzissem seus negócios sem o uso de violência armada. A presença da polícia no coração de várias comunidades — o formato essencial de uma UPP — não teria como objetivo acabar com o tráfico de drogas, mas simplesmente impedir sua expressão em termos de criminalidade armada. Não é preciso muito conhecimento de história ou de segurança pública para concluir que essa expectativa tinha poucas chances de se realizar. Apesar disso, em nome desse equívoco, foram sacrificadas a segurança e a vida de muitos policiais. Essa é uma realidade bem descrita no filme Intervenção, que conta a rotina de policiais em uma UPP encravada no coração de uma favela dominada pelo tráfico. Spoiler: o final não é feliz.
Minha visita à Dona Marta começou pelo quartel-general da UPP, localizado na parte mais alta do morro. O acesso é feito pelo bairro das Laranjeiras, por uma rua de onde se tem uma visão magnífica da cidade. O comandante da UPP explicou as atividades de sua equipe. Lembro que ele falou de treinamento de artes marciais ministrado pelos policiais aos jovens do local, e da participação dos policiais em bailes de debutantes. Qualquer tentativa de aproximar a polícia da sociedade deve ser louvada, mas confesso que aquilo me soou inadequado. A polícia tinha uma missão dificílima: retomar o domínio da região das mãos dos traficantes. Esse era o foco, o objetivo — por que desviar os esforços dos policiais para outras atividades, mais apropriadas para outros tipos de organizações?
Naquela visita aprendi que, em favelas localizadas em morros, a parte de cima é sempre a mais pobre. Descemos o morro pelas “ruas” do Dona Marta — na verdade, caminhos que pareciam vielas de uma cidade medieval, serpenteando entre construções improvisadas que se projetavam de todas as formas sobre nossa cabeça. Em alguns trechos era difícil ver o céu. Eu me lembrei dessa caminhada muitos anos depois, quando andava em certas partes da cidade velha de Jerusalém.
Aqui e ali o oficial que nos guiava batia em uma porta e conversava com o morador. Um dos barracos que visitamos não tinha nenhuma mobília. A família que o habitava era composta de oito pessoas, das quais apenas uma tinha emprego regular. Não havia fogão; a família cozinhava em um buraco no chão, onde fazia o fogo.
Os barracos, debruçados sobre o despenhadeiro, se sustentavam sobre pilares entre os quais se acumulava lixo e ciscavam galinhas. Em várias esquinas cruzamos com grupos de moradores sentados em cadeiras plásticas, fazendo churrasco e bebendo cerveja. À medida que descíamos, a qualidade, o aspecto e o tamanho das construções melhoravam, até que, na parte de baixo, a comunidade já se confundia com o resto da cidade.
Deixamos a favela caminhando e, dez minutos depois, almoçávamos em um bom restaurante de Botafogo. Sentados ali era difícil acreditar na existência, a um quarteirão de distância, daquele universo paralelo, onde pessoas cozinhavam em um buraco no chão. Mas ele existia, e ainda existe — e agora, com o fim das UPPs, voltou a ser domínio de traficantes.
Na Cidade de Deus não havia morro. Naquele momento a comunidade também estava — como veríamos depois, apenas temporariamente — livre do narcotráfico. Entramos com uma equipe de policiais até o ponto mais central da favela. Ao longo do caminho, minúsculos barracos se equilibravam na margem de um rio. Fomos até a Praça do Karatê, onde a UPP tinha sido instalada. Era um local de grande simbolismo, o lugar usado pelos traficantes para fazer o “justiçamento” dos condenados pelo tribunal do tráfico.
Anos depois dessa visita, quando trabalhava como assessor do governo estadual, fui procurado pelo vice-presidente de um clube de futebol. Convencido do retorno da região à normalidade, o clube tinha instalado um centro de treinamento ao lado da Cidade de Deus. Mas a normalidade era de vidro e se quebrou, e agora o campo do centro era, vez por outra, invadido por criminosos que fugiam de operações policiais. O vice-presidente vinha pedir minha ajuda. Não havia nada que eu pudesse fazer por ele.
No Complexo da Maré entramos em um comboio de viaturas policiais, muito embora, pelo menos na teoria, a pacificação do local ainda estivesse em vigor. Visitamos uma creche do governo estadual, construída no coração do complexo. Quase todos os visitantes que chegam ao Rio conhecem a Favela da Maré. É essa a comunidade que saúda o recém-chegado que se desloca do Aeroporto do Galeão até o centro ou a zona sul pela Linha Vermelha. O visitante que faz esse trajeto verá, à sua direita, primeiro a massa de moradias construídas ao lado da estrada, depois a sede do 22º Batalhão da Polícia Militar e em seguida um conjunto de escolas e quadras esportivas. As crianças que estudam têm que seguir regras que determinam por onde podem caminhar para chegar à escola. Os traficantes estabelecem zonas de exclusão para os moradores, dependendo da facção que controla a comunidade onde moram.
Já estive várias vezes na Favela Tavares Bastos, localizada no bairro do Catete. Essa é a única comunidade do Rio de Janeiro que não é dominada por nenhum poder paralelo. A razão disso é sua localização, ao lado da sede do Batalhão de Operações Especiais (o Bope, do filme Tropa de Elite). Quando o batalhão se instalou ali, no esqueleto abandonado do que deve ter sido um hotel, os policiais resolveram que naquela favela o crime não prosperaria. Os resultados dessa decisão podem ser admirados por qualquer visitante. Tavares Bastos se assemelha a uma cidade do interior: vizinhos conversam na porta das casas, crianças brincam nas ruas, visitantes tiram fotografias despreocupados. Na última vez que estive lá, o portão que conecta o batalhão com a comunidade estava aberto, e ao lado dele um policial conversava com moradores que comemoravam um aniversário. Há muitas histórias de negócios que prosperaram na comunidade, como consequência da segurança. Tavares Bastos é a exceção quando deveria ser a regra.
Há quem acredite que a solução para o resgate das favelas está em um processo de evolução natural que hoje é impedido pelo tráfico. O guru da gestão empresarial Michael Porter aborda um aspecto dessa questão no seu famoso artigo A Vantagem Competitiva de Áreas Urbanas Degradadas. A libertação dessas áreas do controle do tráfico poderia transformá-las, ao longo do tempo, em bairros como quaisquer outros, liberando a imensa vitalidade econômica que hoje é forçada para a informalidade e clandestinidade pela tirania do crime. Para visualizar os resultados possíveis, basta visitar Tavares Bastos.
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Sempre saio em defesa da minha terra adotiva, todas as vezes que ela é alvo de críticas que considero injustas. É preciso saber diferenciar a cidade, que é maravilhosa, do conjunto de circunstâncias aos quais ela vem sendo submetida há décadas. O povo do Rio de Janeiro é por natureza alegre, comunicativo, amante dos esportes e da vida ao ar livre, e extremamente criativo (não é à toa que o Rio é o berço da indústria da TV e do entretenimento no Brasil). É preciso saber diferenciar esse povo da elite que controla seus destinos.
Durante 197 anos o Rio foi a capital do país. Até 1960, quando a capital foi transferida para Brasília, conviviam no mesmo espaço urbano o centro do poder político nacional e uma cidade vibrante, com uma rica vida cultural e social e uma paisagem exuberante, famosa em todo o mundo. Quando a política voou para Brasília, a cidade ficou sozinha.
É importante esclarecer algumas partes dessa história, que hoje estão esquecidas. Quando o Distrito Federal foi para Brasília, o Rio de Janeiro foi transformado em um animal exótico, um Estado — o Estado da Guanabara — que tinha um único município, o município do Rio de Janeiro.
Peguem o mapa atual do município do Rio de Janeiro. Ele era exatamente a área do antigo Estado da Guanabara. A Guanabara era um enclave, uma cidade-estado cercada em três lados por outro Estado, o Estado do Rio de Janeiro, cuja capital era a cidade de Niterói. O Estado da Guanabara e o Estado do Rio de Janeiro tinham culturas políticas muito diferentes. Enquanto a política do antigo Estado do Rio de Janeiro era caracterizada por populismo e um envolvimento histórico com a esquerda — basta lembrar que o Partido Comunista do Brasil foi fundado na cidade de Niterói, em 1922 —, o Estado da Guanabara elegeria como seu primeiro governador Carlos Lacerda, uma das maiores expressões da política nacional com posições firmemente de direita. Intelectual vigoroso, político combativo e polêmico, e administrador exemplar, Lacerda se destacou pela oposição contra o regime ditatorial de Getúlio Vargas. Na administração Carlos Lacerda foram feitas obras como a adutora do Guandu, o Túnel Rebouças e o Parque do Flamengo, que até hoje fazem parte da espinha dorsal da infraestrutura carioca.
Pelo vigor de sua atuação política, que incluía um anticomunismo vibrante, Lacerda foi declarado persona non grata pela esquerda por toda a eternidade. O resultado foi uma campanha de difamação e destruição de imagem que ainda hoje reverbera.
Observadores culpam a longa presença do governo federal no Rio pela criação de uma cultura de dependência do Estado, na qual o cidadão está sempre em busca de uma boquinha, de um cargo, de um esquema. De acordo com essa teoria, as preferências do carioca seriam a praia, o Carnaval e um emprego público — a ordem não importa muito. Discordo dessa teoria, embora alguns indicadores lhe ofereçam sustentação (por exemplo: decorridos 50 anos da transferência da capital, o Rio de Janeiro ainda tem mais servidores públicos federais do que Brasília).
Se há quem afirme que a decadência do Rio começou com a ida da capital para Brasília, o processo parece ter recebido um impulso definitivo com a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, em 1975
Uma teoria famosa diz que, em qualquer estrutura administrativa, as pessoas são promovidas até o nível da sua incompetência. Isso significa o seguinte: o sujeito é um bom técnico, é promovido a gerente e se torna um bom gerente, depois é promovido a diretor e se mostra um péssimo diretor, totalmente incompetente. É nesse nível que ele para: no nível da sua incompetência.
Na minha experiência, na administração pública não existe essa barreira. Pessoas completamente incompetentes chegam a cargos importantes e poderosos, simplesmente usando suas conexões. Um de meus amigos sempre me conta as aventuras de um amigo dele, abençoado com o carinho de uma poderosa figura política do Rio. Esse sujeito nunca está desempregado. Ele passa de diretor do Departamento de Trânsito a presidente de uma empresa estatal de informática, e dali pula para um cargo de assessoria parlamentar, sempre muito bem remunerado. No Brasil, amizade com político é o melhor seguro-desemprego.
Se há quem afirme que a decadência do Rio começou com a ida da capital para Brasília, o processo parece ter recebido um impulso definitivo com a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, em 1975. Essa fusão teria misturado culturas políticas bastante diferentes e criado condições para que o populismo dominante na política fluminense se tornasse hegemônico.
A partir dos anos 1980, a esquerda explícita chega ao governo com Leonel Brizola. É também nessa época que o narcotráfico introduz metralhadoras e fuzis em suas operações nas favelas cariocas; é nesses anos que empresas industriais e do mercado financeiro começam a se mudar para São Paulo, iniciando um processo que produziria o abandono de grandes regiões ao longo da Avenida Brasil e do centro da cidade — regiões com excelente acesso e infraestrutura agora seriam entregues a invasões e ao domínio dos criminosos.
Depois da privatização das telecomunicações, em 1999, foi formada a Telemar — hoje rebatizada como Oi — unindo as antigas operadoras estaduais desde o Rio de Janeiro até o Amazonas. A Telemar possuía uma enorme instalação no bairro do Jacaré (herdada da antiga Telerj), uma região que ficava cada vez mais perigosa. A Telemar acabou cedendo essa área ao governo do Estado, que construiu ali um complexo para alojar delegacias e setores da Polícia Civil. O bairro, que já era degradado, piorou muito, e o complexo policial — conhecido como “Cidade da Polícia” — é agora completamente cercado por algumas das favelas mais perigosas do Estado. Policiais cuja rotina já é naturalmente marcada por constante tensão viram o ato de chegar ou sair do trabalho ser transformado em um cuidadoso e estressante ritual onde o menor descuido pode significar a morte.
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As manchetes da mídia no dia 29 de março de 2017 informavam que a Polícia Federal havia prendido cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Em nota, a PF informou que as ações foram determinadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no curso de um inquérito judicial.
Dois anos depois, no dia 22 de março de 2019, uma matéria do jornal O Globo informava: “livro de posse sai da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) pela primeira vez, e destino é a cadeia de Bangu, onde deputados estão presos”. A mesa diretora da Assembleia Legislativa do Rio tinha decidido dar posse a cinco deputados eleitos que estavam presos. Daí a necessidade de levar o livro de posse até o presídio. Essa foi a primeira vez que o livro de posse saiu das dependências da Assembleia.
Entre os anos de 2017 e 2020, cinco ex-governadores do Estado do Rio de Janeiro foram presos, e um sofreu impeachment.
Várias explicações jurídicas, criminais e políticas podem ser dadas sobre esses episódios, com diferentes graus de sofisticação intelectual. Mas uma das melhores que já ouvi foi também uma das mais simples. Tratou-se, na verdade, de um desabafo. Aconteceu há muitos anos, quando eu trabalhava como vendedor de sistemas de tecnologia e estava em uma reunião com um subsecretário do governo do Estado, na qual discutíamos possíveis projetos. O subsecretário me relatava sua enorme dificuldade de lidar com a burocracia. Ele demonstrou o que dizia apontando para uma pilha de papéis em sua mesa — vários volumes encadernados que, empilhados, chegavam a quase 30 centímetros de altura.
“Está vendo isso?”, ele me perguntou. “Essa papelada é o processo de compra de pó de café para a Secretaria. Esses papéis representam oito meses de trabalho. Aqui as coisas funcionam assim. Para falar com o responsável pelo setor que fica na sala ao lado, eu tenho que enviar um ofício e esperar dias pela resposta.” Ele fez um gesto de desânimo e apontou de novo para a pilha de papéis. “O resultado é isso”, ele disse. “Oito meses de esforço para comprar pó de café.”
Ele me olhou e disse uma frase que nunca esqueci: “A máquina do Estado foi feita para não funcionar”.
A segunda vez que me encontrei com o subsecretário foi em um dia marcado por uma tragédia. Enquanto andava pelos longos corredores da Secretaria, ao seu encontro, eu observava expressões de desamparo no rosto das pessoas, como se o mundo tivesse caído em um abismo.
Finalmente cheguei à sala dele. O subsecretário me recebeu e nos cumprimentamos. Ele sentou-se atrás da sua escrivaninha, me olhou por alguns segundos e começou a chorar alto.
Criminosos haviam roubado um carro à mão armada na Tijuca. O veículo era dirigido por uma mãe, que estava acompanhada de seus dois filhos pequenos. Quando os bandidos abordaram o carro, a mãe e um dos filhos conseguiram sair. Mas, quando a mulher tentou tirar o filho que estava no banco de trás, preso pelo cinto de segurança, os bandidos arrancaram com o veículo. O menino foi arrancado das mãos da mãe e ficou pendurado pelo cinto do lado de fora do carro em movimento. O nome do menino era João Hélio.
João foi arrastado pelo asfalto das ruas do Rio por mais de 7 quilômetros. Seu martírio durou mais de dez minutos. Quando populares tentaram avisar aos criminosos que havia uma criança pendurada fora do carro, um deles — um menor de idade, ou “adolescente em conflito com a lei” — riu e disse que era apenas um boneco de Judas. O pequeno corpo de João ficou tão despedaçado que um dos peritos encarregado de examiná-lo desabou em um choro compulsivo.
Quando Deus avisou a Lot que iria destruir Sodoma e Gomorra com uma chuva de fogo, Ele recomendou que ninguém olhasse para trás. A mulher de Lot não obedeceu e, ao se virar para olhar a destruição da cidade, foi transformada em uma estátua de sal.
Quem vai embora do Rio de Janeiro não costuma olhar para trás.
Leia também “Uma mistura de marxismo e populismo corrupto”
Este artigo me tocou profundamente. Uma verdade brutal, mas que precisamos enxergar. Gratidão ao Motta por nos preparar este artigo com minuciosa pesquisa e sincera sensibilidade.
Excelente artigo Motta! Sou seu fã irmão.
Artigo brilhante…eu fui um dos muitos que saíram do Rio e não olharam pra trás, infelizmente…deixei amigos e familiares que não tiveram o mesmo despreendimento que eu tive antes do século terminar…tenho muitas saudades da cidade mais linda do mundo, mas também nenhum arrependimento.
Grande Mota. Eu só conheço o Rio por Satélite, por imagens do Google Earth, fotos, street view, etc.
Infelizmente, nós sabemos como são as coisas para os turistas, para as pessoas que não são locais.
Lamentável. O Rio perdeu, o povo está aflito e sem saber o que fazer.
Não há volta! Terão de conviver com essa violência eternamente!
Espetacular!
Só passando o trator
A única coisa maravilhosa nessa cidade é a beleza natural já bastante degradada pelas construções irregulares e outras tantas regularizadas. De resto, nada presta. É o pior tráfego do Brasil quiçá um dos piores do mundo, péssimos serviços, total falta de profissionalismo, a pessoa te atende como se fosse intima, falta de educaçáo por todo lado, lixo no chão ao lado de latas de lixo, falta de educação no transito, carros parados em fila dupla ou no meio de avenidas com pisxa alerta ligados para “dar um pulinho rápido” ali, vizinhos com som alto achando que todos são obrigados a ter o mesmo gosto musical, malandragem da segunda feira de sol pedindo atestado para ir a praia, e dá para continuar enumerando…
Isso porque nem mencionei a violência que é diaria e em qualquer horario e local, pois muitoa alegam que está assim em todo lugar, mas não com a intensidade daqui.
Chorei ao lembrar deste fato relatado ao final.Alguém sabe o que aconteceu com os marginais que arrastaram João Helio?
O menor de idade foi enciado para os EUA com a familia e recebeu nova identidade para não sabermos quem ele é e a sociedade segue desprotegida.
Que falta faz o Carlos Lacerda!!!
Cabe uma pequena correção , pois o ocorrido não foi na Tijuca e sim em Oswaldo Cruz
Motta, é um prazer ler seu conhecimento pelo Rio de Janeiro.
E coloco aqui mais 2 situações.
Os antigos prédios públicos na época da capital será que não comportariam uma política habitacional de construção de moradias e transferência das favelas?
E, por último, não seria melhor que a capital permanecesse no Rio de Janeiro, com as autoridades tomando decisões convivendo diariamente com a realidade da população, e não no mundo paralelo de Brasília? Como se o Rio estivesse para Washington, e São Paulo para Nova Iorque.
Excelente artigo, como de costume. Parabéns Mota.
Roberto Motta, admiro seu trabalho na TV, seus artigos nesta revista, li seu livro a Construção da Maldade, enfim, considero-o um homem honesto intelectualmente, e mais importante, um lutador para que um dia, brasileiros, nos encontremos em uma situação política e social melhores. Sou carioca, tenho 72 anos, conheço um Rio de Janeiro que foi maravilhoso, tanto como cidade ou estado. Todavia, considero sua percepção sobre este atual estado e cidade do Rio bastante otimista, quiçá com uma pitada de romantismo. Vou relevar minha percepção, face seu otimismo e tolerância com os cariocas, porque ao final deste seu texto, surpreso me senti como aqueles que ouviram Deus, eu e minha mulher não olhamos para trás ao deixar o Rio há 25 anos. Hoje moro em São Paulo, e não me arrependo, nem tenho saudade do Leblon, de Copacabana, do Flamengo e por último da Barra, onde moramos.
O Brasil é um país de contrastes e a cidade do Rio de Janeiro é o melhor exemplo.
Que nela lição de história
Pois é Motta e esses assassinos do menino João Helio provavelmente estão soltos e os brasileiros pacíficos, trabalhadores, que gritavam pela justiça eleitoral e que entendiam estar em uma democracia estão sendo condenados a 17 anos de prisão, por uma farsa montada em 08 de janeiro.
O que funcionaria?
Em desses covardes assassinos foi acolhido por uma ong e vive feliz na Suiça, Mudou o nome para não ser incomodado. Para esse pessoal, só a Justiça Divina e creiam, ela vem.
o ultimo paragrafo é antológico, PARABENS MOTTA!
Exato
Exato
Você descreveu muito bem a triste realidade do Rio de Janeiro mas também colocou um fio de esperança dos potencias que se escondem no povo das favelas perfidamente abandonado pelos sucessivos governantes corruptos e entregues à sanha do narcotráfico. Colocar segurança nas favelas e expurgar o narcotráfico é essencial, uma tarefa hercúlea que, desgraçadamente, vem sendo atrapalhada pela máfia da toga.
Infelizmente a cidade é mesmo maravilhosa, mas precisamos escolher melhor os nossos representantes Só elegemos bandidos.