A OpenAI nasceu como um laboratório de pesquisas em 2015. Tinha como um de seus criadores o jovem Sam Altman, então um talento tecnológico de 30 anos de idade formado em Stanford. Um dos ídolos de Altman era Elon Musk, o dono da Tesla e do SpaceX.
Altman falou com Musk sobre seu sonho de criar uma empresa dedicada a desenvolver e popularizar a tecnologia de inteligência artificial. Musk topou, e compareceu com mais de US$ 10 milhões como investimento para um empreendimento que a princípio seria não lucrativo. Nasceu a OpenAI, onde surgiu o hoje célebre ChatGPT.
Em 2018, Musk saiu da empresa. E a Microsoft entrou com US$ 13 bilhões. A OpenAI deixou de ser um laboratório não lucrativo para se tornar um gigante high tech com US$ 86 bilhões de valor, parte integrante da Microsoft. Elon Musk considerou o movimento uma traição de Sam Altman. E abriu um processo contra a empresa.
É a briga do momento no universo high tech. Os advogados da OpenAI apresentaram e-mails que, segundo eles, mostram que Elon Musk sempre quis ter lucro com o ChatGPT. E que ele inclusive propôs que a OpenAI fosse incorporada à fabricante de carros elétricos Tesla. Segundo matéria da revista TechLife News, não se sabe se o processo proposto por Musk (de uma suposta quebra de contrato) chegará efetivamente aos tribunais.
Como “tapa moral”, Musk criou um chatbot concorrente do ChatGPT, o Grok. Ele está disponível atualmente apenas para assinantes premium do X, ex-Twitter. Segundo o Wall Street Journal, ao lançar essa versão ainda experimental do Grok, Elon Musk reafirmou o desejo de criar instrumentos de inteligência artificial que “ajudem a humanidade na sua busca por entendimento e conhecimento”. É conhecimento sem lucro. Ainda que o preço para ser um X Premium continue duro de engolir: R$ 84 por mês.
Vikings negros
Musk ainda acusou o ChatGPT de estar preso à onda de correção política que afeta os gigantes de tecnologia. O Google, por exemplo, passou por um vexame recente quando seu criador de imagens à base de IA, o Gemini, retratou qualquer pessoa — papas, vikings, índios, nazistas — como negra, mulher e até asiática.
O Google já se desculpou pelo seu bizarro pesadelo woke. Disse que foi um acidente. Mas Musk tocou na ferida: com o código fechado e modelos de negócios altamente lucrativos, os sistemas interativos de inteligência artificial vão continuar reféns das grandes empresas, como Microsoft e Google — devidamente aparelhadas pela esquerda.
O fantasma do Napster
No meio da briga, existe um fantasma rondando a OpenAI, e ele se chama Napster. Em 1999, o programa Napster possibilitou a qualquer um “baixar” gratuitamente músicas em formato MP3 como se houvesse almoço de graça. As gravadoras, é claro, abriram processos por quebra de direitos autorais.
Por representar uma tecnologia completamente nova — como o Napster na sua época —, a empresa de Sam Altman vê baterem à sua porta processos de todos os lados. O jornal New York Times e novelistas como John Grisham (autor de A Firma e O Dossiê Pelicano) e George R. R. Martin (criador de Game of Thrones) entraram com ações por apropriação indébita de suas obras pelo ChatGPT.
Seria como se Musk tivesse ajudado a criar uma ONG e visto que ela se transformou numa potência econômica global
Mecanismos generativos à base de inteligência artificial sabem tanta coisa porque devoram milhões de páginas de internet para construir seu conhecimento. Agora um monte de advogados está exigindo que o ChatGPT pague pelo material que usou para “educar” sua IA com conteúdo alheio.
Segundo a matéria da TechLife News, o New York Times radicalizou: está pedindo nos tribunais a “destruição” de todos os modelos de linguagem da OpenAI, caso tenham sido treinados com os artigos dos jornais. A OpenAI se defendeu, segundo a revista, dizendo que “sua prática de treinar modelos de IA com enormes quantidades de textos encontrados na internet é protegida pela doutrina de ‘uso justo’ da lei de direitos autorais”.
Choque de titãs
Mas o que transforma esse caso num espetáculo à parte é o conflito entre Elon Musk e Sam Altman. Essa briga envolve, além de muito dinheiro, conceitos sutis — o que é “não ser lucrativo” num ambiente de negócios que envolve bilhões de dólares?
Berber Jin, repórter de tecnologia do Wall Street Journal, descreveu num podcast o atual relacionamento entre os dois personagens:
“Eu diria que é bastante tóxico em alguns aspectos, porque ele [Musk] literalmente processou Sam. Acho que uma coisa é ele estar destruindo a OpenAI como negócio, mas na verdade não está fazendo isso. Ele realmente está perseguindo Sam e, especificamente, a ética e a moralidade de Sam como pessoa. É apenas um desenrolar realmente dramático do relacionamento deles.”
Aparentemente, Elon Musk não tinha muita fé no futuro comercial da OpenAI. Nas palavras do jornalista Ryan Knutson, porém, quando foi lançado para o público no final de 2022, o ChatGPT se transformou de “uma empresa que parecia perdida no mato para uma que estava num foguete para o sucesso”. Seria como se Musk tivesse ajudado a criar uma ONG e visto que ela se transformou numa potência econômica global.
Diz Musk: “A OpenAI deixou de ser um código aberto, uma fundação, de repente é uma corporação com fins lucrativos de US$ 90 bilhões e código fechado. (…) Isso é legal?”. A resposta de Sam Altman: “Em nível pessoal, é triste. Gosto de pensar em Elon como um construtor, alguém que compete tentando construir uma tecnologia melhor, alguém que eu esperava que estivesse do nosso lado”.
Para se defender, a OpenAI divulgou uma série de e-mails escritos por Musk, como parte do processo. O objetivo é provar que Elon Musk não era tão idealista assim na criação do ChatGPT. Uma das mensagens de Musk diz: “Isto vai precisar de bilhões por ano imediatamente, ou deixa pra lá”.
Outro trecho da correspondência mostra o cientista-chefe da OpenAI declarando a Musk: “À medida que nos aproximarmos da construção da IA, fará sentido começar a ser menos abertos. Todos devem se beneficiar dos frutos da IA depois que ela for construída, mas é totalmente normal não compartilhar a ciência”. A resposta de Musk: “Yup”. Algo como “beleza”.
Tréplica de Elon, que consta do seu processo contra Altman: “Você parou [de manter o código aberto], agora está fechado. E esse relacionamento fechado veio junto com esse grande acordo com a Microsoft. E então, basicamente, você agora é controlado por uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, que é exatamente o que a gente estava tentando evitar desde o início”.
O Super-X
O processo tem um pano de fundo. Elon Musk está no caminho de transformar seu X num multiuso da internet, como o Google. Além do aplicativo de IA Grok, Musk já anunciou que vai lançar um sistema de vídeo no estilo do YouTube. A inspiração é o super-app chinês WeChat, que mistura mensagens, redes sociais, pagamentos, vídeos e outras funcionalidades num único complexo. Será uma espécie de Super-X.
Essa batalha entre Musk e Altman poderá se tornar sangrenta. Ou pode não dar em nada, pois estamos nos movendo juridicamente em um campo completamente novo. O resultado é imprevisível.
De qualquer forma, é bom que nessa concorrência haja alguém como Elon Musk. Ele já mostrou inúmeras vezes que veio para desafiar o coro dos woke. Tornou-se uma espécie de consciência crítica desse universo mutante e surpreendente da vanguarda tecnológica.
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Elon Musk e sua equipe vieram realmente para melhorar o mundo.
O importante é que o Brasil tá correndo livre sem concorrentes é o ChatFBPT, a maior empresa do mundo em tecnologia e IA de Fátima Bezerra
Deixo de lado o interesse financeiro, político e corporativo da questão (que, evidentemente, é importantíssimo e afeta tudo) para esclarecer, ainda que sem pretender aprofundar a discussão (não é o propósito de um espaço como este), que o tema Inteligência Artificial é somente um negócio mesmo – que, do ponto de vista criativo, é um recurso altamente limitado, um mero expediente baseado no procedimento banal de “Ctrl C/Ctrl V”, ainda que alimentado pela avalanche de dados produzidos pela humanidade (perceba bem, dados produzidos pelas pessoas) operado por um software (igualmente criado por pessoas), que não possui o ingrediente fundamental para criar: capacidade sensível. Não existe inteligência sem sensibilidade/consciência, e algoritmo nenhum sente ou tem consciência do que quer que seja! Oh!, mas a IA está mudando tudo! Claro, é essa a revolução da informática, a informação automática, que existe há 200 anos como conceito com o computador criado por Charles Babbage. Isso que chamam de IA é simplesmente a base do funcionamento do computador, que agora é mais eficiente do que no passado (o que é natural), cuja ideia é explorada como qualquer negócio (o que também é natural). Então, não entrem em pânico e façam uso da grande ferramenta que é a informática para tirar vantagem produtiva daquilo em que vocês trabalham.
O problema é quem está no poder! Uma gestão republicana liberal ou uma gestão comunista/socialista ditatorial!
Direita ou esquerda?
Bobinhos, ficamos brigando por isto, enquanto correm soltos os gigantes da informação e do controle dos destinos da humanidade.