O passado não passa

A inflação voltou a morder o bolso do brasileiro. Em fevereiro o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou, chegando a 0,83%. Em janeiro a alta dos preços tinha sido de 0,42%.

A inflação do segundo mês do ano surpreendeu o mercado e veio mais alta do que as previsões, que indicavam um aumento dos preços de 0,78%. A taxa acumulada em 12 meses foi de 4,5%.

Mercado acordou

O mercado parece ter acordado de vez sobre o risco de um aumento de preços mais intenso ao longo de 2024.

Os economistas ouvidos pelo Banco Central, até poucas semanas atrás otimistas com a inflação, começaram a elevar as projeções para este ano.

Segundo o Relatório Focus, a expectativa de alta nos preços para 2024 passou de 3,76% para 3,77%.

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Diga ao povo que fica…

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, deverá permanecer no cargo.

Questionado sobre uma eventual mudança no comando da estatal petrolífera após a crise provocada pelos dividendos extraordinários, Alckmin disse que Prates “é uma pessoa da área e tem todas as condições de fazer”.

“A presidência da Petrobras é um cargo de confiança do presidente da República. Na minha opinião, ele deve continuar”, explicou o vice-presidente.

…mesmo se tiver alguém de olho

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, reiterou a dose: Prates fica onde está.

“Isso não está na pauta”, respondeu Costa, questionado sobre uma possível mudança no comando da Petrobras.

Entretanto, em Brasília todo mundo sabe que a saída de Prates poderia beneficiar muita gente.

Dança das cadeiras

Segundo fontes próximas ao Planalto, Lula estaria cogitando nomear o atual ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para o comando da Petrobras.

No seu lugar ficaria o próprio Rui Costa, que deixaria a Casa Civil para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que já sinalizou “não aguentar mais” ser presidente do partido e querer um cargo no Executivo.

Entretanto, o Planalto sabe muito bem que mudar o comando da Petrobras neste momento seria um suicídio político e econômico, e prefere aguardar.

Fritura de Prates

Na corda bamba, Prates tentou salvar sua cadeira apresentando para Lula um dos projetos que o presidente mais gostaria de ter neste momento: um novo plano de retomada da indústria naval brasileira. Financiado pela Petrobras.

O projeto prevê investimentos de R$ 80 bilhões em cinco anos para a construção de 40 embarcações de vários tipos.

Seria a quarta vez em meio século que o Brasil tenta criar uma indústria naval nacional. Todas fracassaram, deixando contas bilionárias para os contribuintes.

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Lula quer a Vale

O processo de sucessão no comando da Vale está sendo manipulado e sofre influência política. Foi isso que o conselheiro da mineradora José Luciano Duarte Penido afirmou em sua carta de renúncia.

Penido deixou preto no branco aquilo que todo mundo já sabia: Lula quer retomar o controle da Vale.

Ainda que a companhia tenha sido privatizada há mais de 25 anos, o governo quer interferir na nomeação do sucessor de seu atual presidente, Eduardo Bartolomeo.

Obedecer ou pagar

Lula tentou emplacar o ex-ministro Guido Mantega no comando da empresa. Num primeiro momento, o Conselho da Vale resistiu.

Mas em janeiro o governo decidiu cobrar R$ 25,7 bilhões pela renovação antecipada dos contratos da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), realizada na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Amedrontado, o Conselho recuou, e decidiu por 11 votos a 2 substituir Bartolomeo até dezembro.

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Subway submersa (em dívidas)

A rede de lanchonetes Subway, de propriedade da SouthRock Capital, entrou em recuperação judicial.

No pedido, apresentado na Vara de Falências do Tribunal de São Paulo, as dívidas totalizam R$ 482,7 milhões.

A SouthRock Capital é também proprietária das marcas Eataly e Starbucks, que entraram com um mesmo pedido de recuperação judicial por causa das elevadas dívidas. Só o Starbucks tinha mais de R$ 1,8 bilhão em passivos.

Segundo a SouthRock, um grupo de credores interrompeu as negociações e passou a exigir o pagamento imediato dos valores a que tinha direito.

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Aegea de olho na Sabesp

A Aegea voltou a se interessar pela privatização da Sabesp, estatal de saneamento de São Paulo e maior empresa do setor na América Latina.

O projeto inicial previa uma base pulverizada de acionistas, transformando a Sabesp em uma Corporation, uma empresa sem controlador, como foi a privatização da Eletrobras.

Entretanto, o CEO da Aegea, Radamés Casseb, declarou que o modelo de privatização está sendo repensando, e a Sabesp poderia ter um acionista de referência com pelo menos 15% do capital da companhia. “Voltamos a estudar a empresa”, disse Casseb.

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Todo mundo quer uma casa…

A demanda por imóveis aumentou 34,7% em 2023, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

O segmento foi impulsionado pelos imóveis do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que contribuíram com R$ 26 bilhões no valor de vendas, 55,1% a mais do que no ano anterior.

Por sua vez, o segmento de médio/alto padrão registrou um crescimento de 14% no volume de vendas, para 42,9 mil unidades.

…mas fora de São Paulo

A procura por imóveis fora da cidade de São Paulo disparou nos últimos anos. De 2019 a 2023, os preços dos imóveis fora do maior município do Brasil ficaram em média 40% mais altos.

Segundo levantamento do DataZap, a alta foi puxada pela procura por imóveis maiores, mais segurança e custo de vida menor em relação à capital paulista.

A cidade que registrou a maior valorização foi Barueri, com preços que subiram quase 78%. Em Campinas, os preços aumentaram mais de 33%. E em Jundiaí as altas beiraram 41%.

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Lula critica…

O presidente Lula voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a quem atribuiu a responsabilidade de “contribuir para o atraso do crescimento econômico” do Brasil.

Lula voltou a chamar Campos Neto de “esse cidadão” e disse não haver “nenhuma explicação para os juros da taxa Selic estarem em 11,25%”.

…mas o mundo aplaude

Todavia, se Lula critica, o mundo aplaude a atuação do Banco Central do Brasil, que foi eleito autoridade monetária do ano pelo Central Banking Awards 2024.

Segundo a entidade, O Banco Central do Brasil “melhorou a sua transparência e sua comunicação, reformou suas abordagens às intervenções cambiais e apoiou a estabilidade financeira”.

Desde o começo da gestão Campos Neto, o BC e seu presidente ganharam prêmios todos os anos, destacando-se como um dos melhores bancos centrais do mundo.

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