No Dia Mundial Contra a Censura Cibernética — sim, naquele mesmo 12 de março — O TSE instalava solenemente o Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia (CIEDDE), para “atuar no combate à desinformação, a discursos antidemocráticos, discriminatórios e de ódio no âmbito eleitoral”. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, presente no ato, ameaçou com polícia os transgressores, e o diretor da Anatel também prometeu usar seu poder de polícia. No entanto, a Constituição só fala em liberdade de expressão e veto a qualquer tipo de censura de natureza política, ideológica e artística. O Marco Civil da Internet se pauta (artigos 2º e 3º) pela liberdade de expressão, de comunicação e de manifestação do pensamento, coerente com a Constituição. Essa é apenas uma parte de uma questão maior. Vamos a ela.
Às vezes a gente precisa ouvir o óbvio para se dar conta das verdades. Foi o que me aconteceu ao ouvir o presidente da Argentina, Javier Milei, demonstrando que o representante não é mais nem maior que o representado. Ele me fez pensar. O representado é o povo, a nação; somos nós. O representante é aquele a quem damos voto — ou procuração — para nos representar. No Legislativo, são vereadores, deputados, senadores. No Executivo, para agir em nosso nome, administrando o dinheiro de nossos impostos, são os prefeitos, governadores e presidente. Todos pagos pelo povo. A então primeira-ministra Margaret Thatcher ensinou que “não há dinheiro público; o que há é o dinheiro dos pagadores de impostos”. Há uma hierarquia organizacional para que tudo funcione. Por isso, devemos respeito aos nossos representantes. Mas, pelo olhar reverso da hierarquia, eles nos devem mais respeito, porque nós somos a origem do poder a eles concedido. Servem a nós, o povo, e ao povo devem respeito.
A Constituição Cidadã consagra a livre manifestação do pensamento, sem anonimato, assim como é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença
Outro que me fez pensar foi o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, quando lembrou que a Constituição americana é diferente porque estabelece até onde o Estado pode ir, e deixa livre até onde o povo queira ir, enquanto outras constituições estabelecem até onde a nação, o povo, pode ir. Uma Constituição democrática é aquela que existe para impedir a tirania, vedar os excessos dos governantes, mantê-los dentro da lei maior. Embora não seja como a americana, a Constituição de 1988 faz jus à adjetivação do doutor Ulysses: Constituição Cidadã — porque garante igualdade sem distinção de qualquer natureza, e considera pétreos os direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à propriedade. Consagra a livre manifestação do pensamento, sem anonimato, assim como é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.
São invioláveis a privacidade e o sigilo das comunicações dos deputados e senadores por quaisquer palavras, assim como é livre a locomoção e a reunião pacífica. Nossa Constituição diz que não haverá tribunal de exceção e ninguém será processado senão pela autoridade competente — o juiz natural —, assim como ninguém será privado de liberdade ou de seus bens, sem o devido processo legal. Também diz que o Ministério Público é essencial para a função jurisdicional do Estado, a quem compete promover, privativamente, a ação penal. No início, estabelece como Poderes o Legislativo, o Executivo e o Judiciário — com o primado do Poder que pode fazer leis e deve fiscalizar os demais Poderes, porque tem o voto direto da origem do poder; depois vêm os que administram o Estado segundo as leis e, por fim, os servidores escolhidos para aplicar as leis.
Parece simples o funcionamento de tudo isso, baseado no Direito Natural, nos costumes, na ética e na ordenação da convivência entre as pessoas — físicas e jurídicas. Por que então tanta dúvida como hoje, tanta insegurança jurídica, tanta falta de estabilidade em relação ao dia seguinte, tanto medo, tanta desconfiança? Hoje a Constituição tem sido desrespeitada em todos os direitos que enumerei acima, e ninguém diz nada, porque parece que ninguém percebe que o representante não é maior que o representado e que a Constituição foi feita para impedir a tirania. O resultado dessa omissão pode ser fatal para a democracia.
Leia também “Agro, amor e ódio”
Tudo isso está acontecendo pq o Pacheco aceita de joelhos. Onde estão os juristas deste país? Que apareçam mais pessoas como o Sr. Sebastião Coelho.
Eles tem que de alguma maneira seguirá Constituição !Acho que se o Alexandre de Moraes fosse realmente preso, os outros se acalmariam um pouco ! O que está faltando é ao Presidente do Senado, botar em plenário a cassação do Moais! Quem pode obrigá-lo a fazer isto?
#Censura não.
Por onde andam os outros integrantes do TSE? Alexandre de Moraes comanda tudo, mesmo saindo da presidência?
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O Doutor Wilisses na formulação da constituição com os constituintes não consultou Bezerra da vida
Alexandre Garcia como sempre nota dez nos artigos junto com outros mestres; Constantino, Guzzo, Navarro, Nunes, Adrilles etc. Com ref.a CF gostaria de chamar a atenção para o fato de que a Constituição americana feita com apreço tem apenas 22 capítulos salvo engano…..a nossa de 1988 é um livro que foi alterado, rebuscado e colocado ali palavras de interesses pessoais e políticos. Creio que nossa CF deveria ser revisada com muita seriedade…….
Todos os dias a Constituição é rasgada por quem deveria proteje-la
nem disfarçando estão mais, o simbolo do novo orgão da censura do Xandão é quase identico ao olho na capa de 1984 de Orwell…
Em tempo, apenas para completar o que esqueci, todos nós somos imigrantes, seja os primeiros os seus descendentes.Que pena, TRISTE, MUITO TRISTE o futuro que está chegando para o Brasil.
Que coisa não?Quando poderíamos imaginar que o Brasil caminharia para uma ditadura como se vê hoje chefiada pelo judiciário,tão nefasta ao país e ao seu povo e que é organizada por aqueles que se diziam contrários à “ditadura militar”?Hoje sabemos que o governo militar só agiu contra essas mesmas pessoas para impedir que elas conseguissem implantar naquela época o que estão fazendo hoje.Não resta dúvida que a esquerda trabalhou bem para conseguir o que queria.Enganou muito bem o povo brasileiro que é fácil de ser enganado porque é um povo cristão,solidário,amigo,que ajuda aos menos favorecidos pela sorte ou por serem incompetentes na administração da sua vida e seu trabalho.O povo brasileiro sempre acolheu e continua acolhendo imigrantes de toda parte do mundo,conforme o Vaticano prega.Caímos feito “patos” nas artimanhas e falcatruas do comunismo porque acreditamos que eles queriam o bem do nosso povo.Que pena.Antes tivemos as FFAA.Hoje…o povo não sabe se pode confiar nas FFAA ou melhor, sabe sim,tem certeza que não pode confiar nas FFAA.As FFAA de hoje, infelizmente,não vão repetir o que foi feito em 1964.A verdade é que se o povo não ressuscitar a Bastilha,ele será trucidado.
Judiciário ditador que tanto mal faz ao pais . Insegurança jurídica, rasgaram a Constituição e não respeitam os direitos dos cidadãos.
Privilegiam os corruptos essa é a atuação dos togados.
TSE com Moraes parece a Venezuela, perseguição e Censura. A Constituição não existe para o tirano.
Congresso covarde e omisso que permite essa interferência, de quem não tem voto p fazer leis tirânicos.
Alexandre Garcia é o mestre do jornalismo.
Quem vai bota-los nos currais?
Judiciário: um bando de touros e vacas furiosos que arrebentaram as cercas das leis!
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