O elemento é de alta periculosidade e está à solta por aí. Todo cuidado é pouco. Atende pela alcunha de “desinformação”. Segue o retrato falado:
Desinformação é cabeluda. Muito feia mesmo. Pecaminosa. Desinformação não é informação errada, nem duvidosa. Não é informação tendenciosa. Não é boato. Não é mentira. Se fosse qualquer uma dessas coisas, bastaria dizer “informação errada”; “informação duvidosa”; “informação tendenciosa”; “boato”; “mentira”.
Mas não. Nada disso descreve a coisa horrenda, malévola, hedionda que é a desinformação. E ela tem uma característica letal, que a difere de todas as tipificações anteriores: a desinformação é o que eu quiser que ela seja. Entendeu a gravidade?
Traduzindo (tirem as crianças da sala): desinformação é uma criatura mutante! Agora você percebe por que ela não pode ficar vagando por aí e precisa ser detida imediatamente? É uma criatura que pode ameaçar a democracia! E nós amamos a democracia, porque em nome dela temos pintado e bordado. Quem não gosta de pintar e bordar? Pintar e bordar livremente, sem hora para acabar, na cara de quem for? Ai, que delícia.
Então grave bem o retrato falado da desinformação: é um bicho feio, meio disforme, meio qualquer coisa, que ameaça a democracia se eu disser que ameaça a democracia. Não é maravilhoso? Desculpe: não é terrível?
Por isso é tão importante criminalizar a desinformação. Uma aberração dessas não pode viver em sociedade. E quem andar com ela tem que ter a cabeça cortada. Cabeça cortada no bom sentido, claro. Para nós, democratas, tudo é no bom sentido. Ai, como é bom. Que seja infinito enquanto cole.
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Excelente artigo! Muito bom mesmo. Chega a ser inacreditável o poder das narrativas. Como algo que sempre existiu e para o qual já existe remédio constitucional e legal, ganha uma nova vestimenta e, com isso, um status de relevância equivalente a atos de violação da segurança nacional , que justificam todo e qualquer ato de perseguição. e cassação dos direitos civis.
Textos maravilhosos.Parabens!
Fiuza, estilo inconfundível, inteligência superior.
hahahahahá desinformação do amor ! que meeeeedo
Kkkk!!! Muito bom!
Excelente comparação.
Informação quando gosto, desinformação quando não gosto. Cartilha do poder no oásis de Brasilia.
Parabéns Fiuza, desinformação até enforca ministro do STF em praça pública, não é?
Guilherme Fiuza, sempre com excelentes artigos, esse só foi mais um.
A desinformação dos ativistas climáticos causa pânico em todo mundo jumental. O mundo ia se acabar em 2000,agora é em 2030 ou 2050, ou é mesmo em 2100? Se Alexandre de Moraes fosse da Suprema côrte mundial era muita prisão e multa
Kkkkkkk👏👏👏
A desinformação: boneco de cera que se molda à feição desejada. Mas pode se tornar informação; caso seja útil ao caramunhao (artesão de toga). A feição dependerá da ocasião, do “freguês” à sua frente.
Adoro estes textos do Guilherme Fiuza, ele deixou aquela agressividade toda que lhe fazia mal para a bilis e ao invés de ficar espumando a baba gosmenta pela ventas, resolveu escrever à moda PASQUIM, tirando o sarro da cara dos iluminados que se acham o ó do borogodó e acusam os outros de imbecis desinformados. O seo Delegado que adorava sentar a pua no moxibento barrigudo descalço agora se vê obrigado a redigir um auto de infração melhor elaborado para externar as idéias contraditórias daquilo que se escreve contra aquilo que se entende e lhe falta capacidade para elaborar textos jurisprudenciais tão elevados para a sua própria inguinorância institucional.
A desinformação nos últimos dias atende pelo nome de Marielle. Tudo o que foi alardeado era mentira, agora confrontado pela verdade, ela se tornou uma Geni as avessas. O seu mártirio e o sofrimento da sua família não servem ás causas eleitorais, agora será esquecida e quem sabe desonrada. Tudo isso em prol da democracia.