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Imagem de drone mostra fumaça tomando conta da vegetação no Pantanal, em Corumbá, Mato Grosso do Sul (10/6/2024) | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
Edição 224

Imagem da Semana: incêndio fora de controle

O Pantanal, abrigo de milhares de plantas e espécies ameaçadas, tem mais de 700 mil hectares do bioma consumidos pelo fogo

Daniela Giorno
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O fogo tomou conta da maior área úmida tropical do mundo, o Pantanal. Na última terça, 2, já foram contabilizados mais de 700 mil hectares do bioma consumidos pelo fogo, a pior destruição da história. 

O incêndio na região teve início no final de maio e alcançou a maior média de área queimada no mês de junho. Até este ano, o pior junho havia sido em 2005, com registro de 435 pontos de incêndio. Segundo dados do sistema Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o cenário atual representa um salto de 506% no comparativo entre os dois piores anos. 

O Inpe também observou uma atividade de fogo excepcionalmente intensa no Pantanal no último mês. Usando dados do instrumento Modis (sigla em inglês de espectrorradiômetro de imagem de resolução moderada) do satélite Aqua, da Nasa, foram detectados 549 incêndios ativos em 11 de junho, o que representa mais detecções de incêndio do que em qualquer outro mês de junho no registro do instituto, desde 1998. 

Mato Grosso, que abriga cerca de 40% do Pantanal brasileiro — os outros 60% estão no vizinho Mato Grosso do Sul —, lidera o ranking de queimadas dos Estados, de acordo com o BDQueimadas. O município de Corumbá concentra 66% dos incêndios. 

Especialistas em clima consideram a temporada de incêndios florestais deste ano precoce e mais intensa do que nos anos anteriores. O aumento é particularmente preocupante porque a época de alta dos incêndios florestais costuma começar apenas em julho, no início da estação seca, com pico em agosto e setembro.

O Pantanal, uma vasta planície aluvial de água doce e bioma extremamente rico, possui a maior concentração de vida selvagem da América do Sul, segundo o World Wildlife Fund (WWF). É o lar de milhares de plantas e espécies ameaçadas ou incomuns, incluindo onças-pintadas, ariranhas, lontras gigantes, tamanduás-bandeira, araras-azuis e tatus gigantes. É também uma importante paragem nas rotas de cerca de 180 espécies de aves migratórias.

Imagens divulgadas pela agência de notícias Reuters no início desta semana impressionam e mostram esqueletos carbonizados de animais selvagens, incluindo jacarés, macacos e cobras. A devastação segue sem trégua (leia reportagem “O Brasil está pegando fogo”, nesta edição).

Bombeiros voluntários da Brigada do Alto Pantanal trabalham para extinguir um incêndio que surge no Pantanal, a maior área úmida do mundo, em Corumbá, Mato Grosso do Sul (14/6/2024) | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
Um jacaré queimado jaz em meio à vegetação incendiada no Pantanal, em Corumbá, Mato Grosso do Sul (14/6/2024) | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
Manoel Garcia, bombeiro voluntário da Brigada do Alto Pantanal, trabalha para extinguir um incêndio que surge no Pantanal, em Corumbá, Mato Grosso do Sul (14/6/2024) | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
A fumaça de um incêndio se espalha no ar no Pantanal, em Corumbá, Mato Grosso do Sul (12/6/2024) | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
Incêndio em Corumbá, Mato Grosso do Sul (9/6/2024) | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
Crânio de um crocodilo queimado no Pantanal, em Corumbá, Mato Grosso do Sul (10/6/2024) | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
Incêndio na maior área úmida do mundo, em Corumbá, Mato Grosso do Sul (9/6/2024) | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
Incêndio no Pantanal, em Corumbá, Mato Grosso do Sul (10/6/2024) | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
Incêndio toma conta da maior área úmida do mundo, em Corumbá, Mato Grosso do Sul (2/6/2024) | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
Restos mortais de um macaco queimado em Corumbá, Mato Grosso do Sul (11/6/2024) | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
Fumaça saindo das árvores e da vegetação no Pantanal, em Corumbá, Mato Grosso do Sul (11/6/2024) | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
Registro de drone de uma área queimada no Pantanal, em Corumbá, Mato Grosso do Sul (10/6/2024) | Foto: Reuters/Ueslei Marcelino

Daniela Giorno é diretora de arte de Oeste e, a cada edição, seleciona uma imagem relevante na semana. São fotografias esteticamente interessantes, clássicas ou que simplesmente merecem ser vistas, revistas ou conhecidas.

Leia também “A arte na guerra”

4 comentários
  1. Paulo César da Conceição
    Paulo César da Conceição

    E o governo incompetente do AMOR culpa o clima. Eles sempre acham uma desculpa pra tudo e nunca é a incompetência deles. Ah, os artistas, a Greta, as ONGs, a Gobels, sumiram….

  2. José Luís da Silva Bastos
    José Luís da Silva Bastos

    Mais o culpado não era o Bolsonaro,cadê os “artistas” para cantar salve o Pantanal,puts não dá se não o Papi corta a verba.

  3. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Tenso.

  4. Luzia Helena Lacerda Nunes Da Silva
    Luzia Helena Lacerda Nunes Da Silva

    Imagens terríveis e deslumbrantes.

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