Um dos motivos mais frequentes para uma empresa internacional desistir de um país com um mercado consumidor significativo é a discordância com a legislação local. Aqui no Brasil as coisas são diferentes. Há dias, a rede social X (ex-Twitter) anunciou que fecharia seu escritório no país, não por divergir da lei brasileira, mas por querer cumpri-la.
Esse é o fruto mais recente da árvore envenenada plantada pelo Supremo Tribunal Federal em abril de 2019. Naquele mês, a revista Crusoé foi censurada depois de revelar que “Amigo do amigo do meu pai” era o codinome usado por Marcelo Odebrecht para referir-se ao ministro Dias Toffoli na correspondência interna da empreiteira.
“Viver fora da lei é o ‘novo normal’ imposto ao Brasil pelo STF”, escreve J.R. Guzzo no artigo de capa desta edição. A atitude da rede social, como explica Guzzo, “é mais uma consequência direta das decisões sistemáticas de Alexandre de Moraes para censurar as redes sociais e perseguir os seus usuários. O caso é a cara do Brasil sem lei, onde o veneno só produz veneno”.
Os desdobramentos da desistência de Elon Musk, que igualaram o país ao patamar de autocracias como a Rússia, o Irã e a Coreia do Norte, são comentados em detalhes na reportagem de Loriane Comeli. A análise do assunto é completada por Dagomir Marquezi, que explica por que Musk é considerado hoje “o novo Judas” — tanto por aqui quanto fora do Brasil.
Por falar em ilegalidades, Cristyan Costa revela o que é efetivamente ensinado no Curso da Democracia, outro monumento à criatividade delirante erguido por Alexandre de Moraes. Submeter-se a essas aulas é uma das exigências prescritas para os presos do 8 de janeiro que assinam o acordo de não persecução penal, documento em que assumem a culpa por crimes que não praticaram.
Duas lições, por exemplo, compõem uma sessão de tortura aplicada à História e à sensatez. Primeira: “Hitler foi um ditador de direita e esse espectro político é um dos responsáveis pelo Holocausto”. Segunda: “O STF é o Poder Moderador”.
Enquanto impõem penas inverossímeis a sexagenários e doentes crônicos, os ministros encontram tempo para invadir territórios pertencentes ao Poder Legislativo. Os 11 integrantes da Corte reuniram-se com os presidentes da Câmara e do Senado, supervisionados por dois representantes do Poder Executivo, para discutir as chamadas emendas Pix.
“É esse o grupo que decide os rumos do país”, constata Silvio Navarro. O número de assentos destinados a cada um dos Poderes, observa, deixa claro quem manda.
Boa leitura.
Branca Nunes,
Diretora de Redação
Triste realidade que o país está enfrentando, e o pior é saber que o fim dessa novela mexicana não está próximo. Que Deus nos ajude, que Deus ajude o Brasil de bem.
É muita cara de pau desta quadrilha instalada em Brasília, com esse ”cursinho” da democracia. Vigaristas!
Começo sempre pela Carta nas noites de sexta. Melhor que bar é ficar em casa com um uísque cowboy, presunto de Parma, queijo da Canastra, cavalo arriado, rumo ao Oeste.
É isso aí,para quem quer ter conhecimento das atualidades, sem viés político. Espera sexta feira a note, para isso
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