No início de uma manhã de domingo, a bordo do encouraçado USS Missouri, oficiais japoneses representaram o imperador Hirohito e assinaram a ata de rendição incondicional de seu país ao general americano Richard K. Sutherland, diante de nove nações aliadas. O Japão foi o último país do Eixo a oficializar o fim da Segunda Guerra Mundial, depois de seis anos de conflito em todo o planeta. A cerimônia durou 23 minutos e foi transmitida ao redor do mundo para que todos pudessem testemunhá-la, no dia 2 de setembro de 1945.
O então presidente dos Estados Unidos, Harry S. Truman, o primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill, e o presidente da China, Chiang Kai-shek, emitiram, no dia 26 de julho de 1945, um documento que delineou os termos de rendição do Império do Japão, conforme acordado na Conferência de Potsdam. Os seguintes trechos se destacam na declaração:
“O governo japonês deve remover todos os obstáculos para o renascimento e fortalecimento das tendências democráticas entre o povo japonês. A liberdade de expressão, de religião e de pensamento, bem como o respeito pelos direitos humanos fundamentais devem ser estabelecidos.“
A menção de “rendição incondicional” veio no final da declaração:
“Conclamamos o governo do Japão a proclamar agora a rendição incondicional de todas as forças armadas japonesas e a fornecer garantias adequadas de sua boa-fé em tais ações.
Exigimos do governo japonês que anuncie agora a rendição incondicional de todas as forças japonesas […]. A alternativa para o Japão é sua destruição rápida e completa.”
Sem resposta ao ultimato, o Alto Comando dos Estados Unidos decidiu usar a bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki nos dias 6 e 9 de agosto. Nesse meio-tempo, em 8 de agosto, a União Soviética declarou a Operação August Storm contra o Japão, ocupando os estados vassalos japoneses da Manchúria, Coreia e as Ilhas Curilas.
As bombas selaram o fim da Segunda Guerra Mundial. Foram decisivas para forçar o império japonês a se render e, consequentemente, aceitar todos os termos impostos pelos Aliados, na Declaração de Potsdam.
O anúncio da derrota para o povo japonês foi feito no dia 15 de agosto pelo imperador Hirohito: “Decidimos abrir caminho para uma grande paz para todas as gerações vindouras, suportando o insuportável e sofrendo o intolerável”.
O Japão foi ocupado apenas pelas tropas americanas, enquanto os soviéticos permaneceram nos territórios que haviam ocupado, como o norte da China e a Manchúria. O governo japonês criou uma “narrativa oficial” para isentar o imperador de qualquer culpa. Hirohito foi mantido imperador do Japão com poderes limitados até sua morte, em 1989.
Parte da reconstrução econômica do Japão foi realizada com ajuda financeira americana. A ocupação foi liderada pelo general Douglas MacArthur e encerrada em 1952. Apesar disso, os Estados Unidos mantiveram suas bases militares na Ilha de Okinawa.
Daniela Giorno é diretora de arte de Oeste e, a cada edição, seleciona uma imagem relevante na semana. São fotografias esteticamente interessantes, clássicas ou que simplesmente merecem ser vistas, revistas ou conhecidas.
Leia também “Repórter Esso”
Muito bom.
boa matéria ! resgata a história
Eu estive no USS Missouri em Pearl Harbour e é interessante a escolha do local onde ele ficou ancorado na Baia de Tókio onde foi assinada a rendição, tinha coordenadas específicas escolhidas por MacArthur por ser o mesmo local onde em 1854 foi assinado o primeiro tratado de paz e comércio entre Japão e EUA por iniciativa da expedição feita pelo comodoro Perry, e isso era simbólico para representar uma nova era de paz.