O Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) apresentado pelo governo Lula prevê uma série de aumentos de impostos, como a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e a oneração dos Juros sobre o Capital Próprio (JCP).
O Executivo também estuda criar novos impostos sobre as empresas de tecnologia.
Todavia, a reação no Congresso não foi nada positiva. Segundo fontes da coluna, é “quase impossível” que novos impostos sejam aprovados.
Em ano eleitoral, nenhum deputado ou senador vai se prejudicar votando uma medida que eleve a já alta carga tributária no país.
“Eles estão desesperados. Estão correndo contra o tempo. Mas por aqui não passa nada”, disse uma fonte da Câmara dos Deputados.
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Pagando o pato do funcionalismo
Se de um lado o governo quer mais impostos, do outro não poupa gastos.
Somente os reajustes salariais negociados pelo governo Lula vão custar R$ 16 bilhões em 2025. Metade do aumento das despesas com a folha de salários dos servidores será para pagar o acordo salarial das carreiras da área de educação.
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos fechou 42 acordos concedendo um reajuste de 9% para todos os servidores e a correção do valor do auxílio-alimentação.
As despesas obrigatórias do governo federal vão subir R$ 132 bilhões em 2025, puxadas por benefícios previdenciários e salários do funcionalismo público, consumindo quase todo o espaço aberto para novos gastos no ano que vem.
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Alerta vermelho
Os analistas do mercado já estão dando sinais de alerta sobre a impossibilidade de aprovar um aumento da arrecadação.
Para a diretora da Instituição Fiscal Independente (IFI) Vilma da Conceição Pinto, o Orçamento de 2025 “não está muito realista” e pode haver problemas na sua execução no próximo ano.
Para o Banco Inter, o governo brasileiro entregará um déficit de R$ 110 bilhões (0,9% do PIB) em 2025, com um resultado “pior que o de 2024”.
Segundo a análise da economista-chefe Rafaela Vitória, o Executivo está contando com “a otimista expectativa de aprovação de novas medidas de arrecadação para fechar a conta”.
Para Vitória, “a meta de zerar o déficit só será atingida com um controle mais rígido do crescimento dos gastos, ainda muito impactado pela volta da vinculação e pela política de aumento real do salário mínimo”.
É uma previsão na mesma linha da corretora Warren, que considera “muito difícil para o governo diminuir o déficit público entre 2024 e 2025”.
Segundo o economista-chefe Felipe Salto, tudo dependerá da concretização de receitas novas. Que são, no mínimo, incertas.
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Banqueiros calados são poetas
Os diretores do Banco Central foram alvo de críticas por parte de economistas e expoentes do mercado financeiro.
Em uma reunião ocorrida na segunda-feira, foram levantados questionamentos sobre as comunicações recentes de membros do Comitê de Política Monetária (Copom).
Segundo os economistas, se de um lado a ata do Copom teve um tom muito duro, as falas públicas do presidente Roberto Campos Neto teriam sido percebidas como mais “suaves”.
A crítica é compartilhada por ex-diretores da autarquia, que teriam considerado “confusa” a comunicação da autoridade monetária.
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Vai dar casamento?
O Grupo Mateus e o Assaí estariam conversando sobre uma possível fusão.
A informação foi negada por ambos os varejistas. Entretanto, o Itaú e a XP teriam sido contratados pelo Grupo Mateus para realizar a operação.
Atualmente, o Grupo Mateus é a maior rede do Norte e do Nordeste brasileiros, segundo dados do ranking da Cielo e da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Em 2023, a rede maranhense registrou um faturamento superior a R$ 25 bilhões, se posicionando como a sétima maior companhia varejista do Brasil.
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Fusão no mundo petrolífero
As companhias petrolíferas privadas 3R Petroleum e Enauta completaram sua fusão. A nova companhia passará a se chamar Brava Energia.
A fusão foi aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no início de julho.
A expectativa é que a nova empresa tenha uma produção superior a 110 mil barris de óleo equivalente por dia em 2025, reduzindo seus custos para US$ 15 por barril.
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Otimismo no mercado
A XP Investimentos revisou para o alto sua projeção para o Ibovespa.
Para a corretora, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo deverá chegar a 155 mil pontos nos próximos 12 meses. A previsão anterior era de 147 mil pontos.
O otimismo é baseado no cenário global mais favorável e pelo possível corte dos juros nos Estados Unidos por parte do Federal Reserve (Fed).
Os setores que deveriam se beneficiar desse cenário, segundo a XP, são o financeiro, elétricas e saneamento, e o de petróleo, gás e petroquímicos.
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Os sinais do papel ondulado
A expedição de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado alcançou 371 mil toneladas em julho. Uma alta de 8% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Segundo a associação que reúne os produtores de papel (Empapel), esse é o maior volume já registrado na série histórica.
O papel ondulado, usado em embalagens, é um dos indicadores utilizados para medir a temperatura da economia de um país. Uma maior produção do item significa crescimento econômico à vista.
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Embraer na mira dos gringos
A BlackRock, maior gestora de investimentos do mundo, está aumentando sua participação na Embraer.
A empresa americana chegou a superar 5% das ações ordinárias da fabricante de aviões brasileira.
A Embraer está se destacando por uma série de novos contratos assinados com companhias aéreas e Forças Armadas de vários países para o fornecimento de aviões civis e militares.
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Bobeou, dançou
O Goldman Sachs vai demitir mais de 1,3 mil funcionários. A razão: baixo desempenho.
As demissões já começaram e deverão durar até o final do ano, atingindo entre 3% e 4% da força de trabalho total do banco de investimentos.
Com os cortes, o Goldman busca manter um controle sobre os custos e abrir espaço para recrutar novos talentos.
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Carf vai arrecadar menos
O governo espera arrecadar menos recursos através de ações do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Neste ano, o Carf bateu recorde de julgamentos, mas em 2025 se espera uma atividade menor do órgão.
Uma das primeiras medidas do governo Lula, no começo de seu mandato, foi alterar o chamado “voto de qualidade”, para que o presidente do órgão, sempre um representante do Ministério da Fazenda, possa julgar em favor do governo em caso de empate.
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A fome de imóveis da Previ
A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, quer voltar a investir em imóveis.
O fundo está pressionando o governo para mudar a legislação vigente e permitir que entidades previdenciárias comprem imóveis diretamente.
A Previ tem uma carteira com mais de R$ 14 bilhões em imóveis.
Desde 2018, uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) veda a compra direta de imóveis pelos fundos de pensão.
Leia também “O novo saque dos fundos de pensão”
E sobre o consórcio PT/STF acabando com o sigilo bancário? Na sanha de cada vez mais tirar dinheiro da população para bancar suas benesses no oásis de Brasília…
O que esperar de um governo comunista?