Nós, da imprensa, temos uma sagrada missão: impedir que Donald Trump seja eleito presidente dos EUA. Vale puxão de cabelo e dedo no olho. Vale mentir como se não houvesse amanhã, desde que a mentira seja sutil. Se a mentira não for sutil, vale também.
Vale tudo, porque vale dizer que a eleição de Trump será o fim da democracia (valeu, De Niro). Ele governou democraticamente por quatro anos? Sem perseguir ninguém e fortalecendo as minorias? Dane-se. A gente diz que ele é fascista e corre pro abraço. Nós, da imprensa, não precisamos provar nada. Por uma coincidência divina, os checadores estão sempre olhando pro outro lado quando a gente mente.
A gente pode dizer que o Trump vai trazer inflação, mesmo a inflação tendo subido no governo Biden. Não pega nada pra nós! Está surpreso? Então é porque você não entendeu as regras do jogo. Vamos repetir: vale puxão de cabelo e dedo no olho.
O melhor da festa é podermos dizer que tudo que vem do Trump é uma ameaça “da direita”. Nós sabemos que ele reduziu as tensões internacionais, da Coreia do Norte ao Oriente Médio — mesmo a Meryl Streep dizendo que ele ia provocar a Terceira Guerra Mundial. Mas nós continuamos podendo dizer que o Trump é o apocalipse “direitista” porque nossos críticos nos ajudam! Eles dizem que tudo que é bom vem “da direita”. Não é maravilhoso?
É maravilhoso porque nos ajuda a mentir. Como sabemos, “direita” é um conceito tão vago que pode significar tudo — inclusive nada. Aí é molezinha pra nós. Pegaria muito mal, por exemplo, a nossa censura no caso do computador do filho do Biden. Mas aí eles dizem: “Estão censurando a direita!”. Ufa. Eles sempre nos salvam. Aí basta a gente dizer que “a direita desinforma” e que “estamos combatendo as fake news”.
Por que os nossos críticos não chamam censura de censura, mentira de mentira, perseguição de perseguição, e botam tudo que é certo nessa embalagem mal-ajambrada da “direita”? Porque assim eles ganham audiência, engajamento, voto, grana, poder etc. Não é perfeito? Nós seremos felizes para sempre na nossa guerrinha de mentira.
Quem perde? Ora… Quer mesmo saber? Então vamos lá, seja forte: quem perde é você, querido. Enquanto pudermos fingir que todos os problemas da humanidade cabem nessa gangorra idiota “direita x esquerda”, você estará em maus lençóis — e nós estaremos numa boa. Dá até pra dizer que a série de atentados contra Trump é culpa dele próprio — e da onda de ódio “da direita”.
Obama disse que o único plano de Trump é semear “a raiva e o ressentimento”. Não é maravilhoso? Sem dúvida, Barack Obama é a segunda maior atração da Disney depois do Pateta. O que seria dele sem o teatrinho “direita x esquerda”? Não arrumava uma ponta nem no Domingão do Hulk.
Agora dá licença que nós precisamos apreciar a obra de arte Trump Enforcado.
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Que os Republicanos coloquem 2 estátuas (Biden e Harris) ao lado da do Donald Trump, iguaiszinhos, pelados e enforcados e vamos ver a mágica acontecer, estúpidos e ignorantes quem der seu voto pra dilma americana, se assim o fizerem logo mais, os EUA será um protótipo da brazuela tupiniquim, por lá só faltará os JUÍZES tripudiarem sobre a Constituição Americana, por aqui dia sim e outro tbm, eles defecam nela sem o menor constrangimento, uma VERGONHA.
Para James Burnham, a esquerda não vive sem a direita. Precisa dela. Não sei se a recíproca é verdadeira.
“Nós da imprensa não precisamos provar o que dizemos”. É isto Fiuza. Jornalista não é maus profissão, é estado civil.
“Nós da imprensa não precisamos provar nada”. Brilhante Fiuza. A imprensa. Uma pouca vergonha. Jornalista não é mais profissão, é estado civil.
Que miséria!
Grande Fiuza.
Excelente texto. Relatou td com muita sutileza.
O Fiuza nunca foi tão assertivo com relação a imprensa e não é só a imprensa os atores famosos, o Obama um cara tão inteligente, não abriu os olhos pro mundo
Parabéns!
Sensacional, esse artigo diz tudo o que está acontecendo de uma forma bem humorada. Parabéns.
Seus textos são “leves”, grande escritor!👏🏻👏🏻👏🏻
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Por uma questão didática entendo que os termos direita e esquerda servem ao seu principal propósito que é o de informar e de empacotar um conjunto de conceitos complexos de forma que sejam compreendidos mais facilmente. Obviamente, como em toda generalização, vão haver exceções mas isso ao meu ver não desmerece estas definições.
A esquerda é esquerda em qualquer lugar do mundo, um bando de idiotas
Fiuza é muito bom, mas essa negação dele em reconhecer que as ideias de esquerda via de regra demandam mais estado e a direita quer o oposto, é que não dá pra engolir. Se minha explicação estiver errada, me desculpem, mas provem que não é isso que eu disse.
Prezado Renato, você está totalmente correto.
Concordo Renato.