A baderna aloprada que se viu no Capitólio não representa a causa de novos problemas para a democracia. Não foi um ensaio de golpe de Estado. Tampouco um revival do fascismo. O ataque insensato a um dos mais significativos símbolos democráticos é resultado da cada vez mais extrema insatisfação de setores da sociedade norte-americana que se veem alijados dos processos decisórios que interferem decisivamente nas suas vidas. Ou seja: a exibição de insanidade que testemunhamos é muito mais um sintoma do que uma causa.
Uma elite tecnocrática assenhorou-se dos mecanismos de controle das estruturas das democracias ocidentais. E a indignação crescente é notável entre as camadas da população que não ascenderam aos estágios tidos como a “linha de corte” para a elite gerencial.
Esta Edição 42 da Revista Oeste apresenta um zoom in da questão na matéria de capa, assinada pela analista política Ana Paula Henkel, e um zoom out com o economista Rodrigo Constantino. Ana Paula ocupa-se dos acontecimentos relacionados ao ataque ao Capitólio, suas causas e consequências. Constantino adverte que novas revoltas deverão ocorrer contra os tecnocratas em outras democracias do Ocidente.
O sociólogo Frank Furedi, nosso colunista, já havia feito um prognóstico no artigo “Uma guerra civil nos EUA?”, na Edição 25, de 11 de setembro. É possível supor que seguiremos em tempos tensos. Convém lembrar que democracia não é seguro antidecepção. Nem garantia de estabilidade. De todo modo, inovações e ajustes se imporão.
O outro tema emergente da semana, o plano de vacinação, também está presente nesta edição. A editora Paula Leal esclarece as principais dúvidas na matéria “Os dilemas da vacina — 25 perguntas e respostas sobre as principais questões a respeito da vacinação no Brasil”. E o escritor e colunista Guilherme Fiuza levanta pontos de reflexão relativos à conduta de boa parte da classe médica no artigo “Coisas estranhas na medicina”.
Na próxima edição, J. R. Guzzo estará de volta, depois de uma merecida folga de fim de ano.
Boa leitura.
Os Editores.
Oeste muito boa, Um ou outro dá uma escorregada de vez em quando, mas faz parte. Continuo implicando com a navegação, mas reconheço que melhorou e está fluente.
Nesses tempos obscuros em que o Twitter bloqueia a conta do Presidente doa Estados Unidos, e que a Folha, Estadão, e O Globo, agem como militância rasteira, de quem perdeu verba pública de propaganda, é cada vez mais importante um Porto Seguro como a Revista Oeste, para obter informações isentas, e apreciar os comentários dos diversos Articulistas. Com muito orgulho sou assinante dessa revista
Pois eu fiz a pré-assinatura desde antes do lançamento, quando vi os nomes envolvidos no projeto. Ana Paula havia “sumido” lá da Crusoé (arghhh!) e acabei descobrindo para onde estava indo. Não me arrependi em nenhum momento. Acredito que não corremos esse risco, mas se a Oeste entrar pelo descaminho ficaremos desamparados. Vida longa nessa trilha.
Leitura mais do que prazerosa. O profissionalismo da Oeste é ímpar. Colunistas de peso, textos fantásticos, arte visual mt linda…Recomendo d+ a assinatura. Pra ficar ainda melhor, só faltam um app, podcasts semanais e a criação de novos planos de assinatura. Abraço a toda equipe!
Quer dizer que Frank Furedi ainda é colunista desta revista? Pois não tenho visto seus artigos nesta revista desde outubro. Lamentavelmente.
Concordo totalmente, Luiz Carlos.
O Oeste é hoje a melhor publicação
do país. Pelo menos para quem tem
todos os neurônios funcionando !
Erico: Obrigado.
Paîs que não tem Liberdade, não tem Democracia. Paîs que não tem Democracia não tem Justiça. Paîs sem Justiça, denomina-se ditadura. Democracia é a constante luta pelas LIBERDADES.
Acompanho vários JORNALISTAS daqui há décadas. Mesmo assim, por algum tempo observei a conduta da publicação antes de me tornar assinante em Dez.20, pois quebrara a cara anteriormente com outra publicação que acabou se tornando um panfleto de moleques. ‘Oeste é, de longe, a ÚNICA publicação JORNALÍSTICA decente e honesta no Brasil de hoje. Não é um LIXO MILITANTE, como o resto. Uma verdadeira flor no pântano. Parabéns, obrigado e continuem sempre assim.
Concordo plenamente, inclusive em relação à assinatura de uma certa revista, que há mais de ano assinei pensando se tratar de algo sério.
Assino embaixo. Até agora EXCELENTE.
CONTINUEM ASSIM.
Concordo em gênero, número e grau, principalmente quanto à virada de casaca de certa publicação que nos enojou a todos, mercê da cara de pau com que “aquilo” migrou tão descaradamente para o lado do pântano.