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Edição 54

O que o setor privado pode fazer pela vacinação

Diante da ineficiência da lei brasileira, empresas buscam solução para acelerar compra de imunizantes no país

Paula Leal

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“Qual deveria ser a posição do governo federal no que diz respeito à compra de vacinas?” Em janeiro deste ano, a Revista Oeste listou 25 questionamentos sobre a vacinação no Brasil. Em resposta à pergunta acima, Oeste ressaltou que “o governo deve atuar para adquirir e disponibilizar todas as vacinas aprovadas tecnicamente e, em paralelo, não criar obstáculos às iniciativas do setor privado”. Passados dois meses, aconteceu exatamente o oposto. O Estado se meteu e resolveu regular o mercado. O resultado: empresários descontentes, denúncia de compra e aplicação clandestina de doses e, para não perder o costume, a judicialização do tema.

Aprovada em 10 de março e de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a Lei nº 14.125/2021 é fruto de reivindicação de uma parcela dos empresários. O texto prevê que o setor privado pode comprar imunizantes, mas deve entregar todas as doses ao Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto estiverem sendo imunizados os grupos prioritários — 77 milhões de pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde. O Brasil vacinou pouco mais de 19 milhões de cidadãos até agora. Quando acabar a fila, as empresas poderão ficar com metade dos imunizantes comprados e deverão doar o restante ao SUS; essas vacinas, porém, terão de ser administradas de forma gratuita, sem comercialização. Elaborada no atropelo e na urgência da pandemia, o excesso de protecionismo legal e a imposição de normas que supostamente preservariam princípios morais engessaram as negociações e desestimularam a participação da iniciativa privada no esforço de ampliar a vacinação no país.

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