Desde as eleições de 2014, quando Dilma Rousseff foi reeleita presidente com a mais estreita margem de votos desde a redemocratização do país, a ideia de que o sistema de urnas eletrônicas da Justiça Eleitoral poderia ser fraudado ganhou ainda mais força no debate político brasileiro. Quatro anos e um impeachment depois, quando Jair Bolsonaro emergiu como favorito na corrida presidencial, a promessa de que se empenharia pessoalmente para que essas mesmas urnas emitissem algum certificado do voto virou uma promessa de campanha caso chegasse ao Palácio do Planalto. A faixa presidencial foi alcançada e, desde janeiro de 2019, seus aliados no Congresso Nacional travam uma batalha pelo que ficou conhecido como “voto auditável”. Uma guerra, contudo, que pode estar longe do fim.
Na última quinta-feira, 15, a comissão especial que analisa o tema adiou mais uma vez o parecer em busca de algum fôlego. Nas semanas anteriores, “o vento virou”, conforme a avaliação do grupo — majoritariamente do PSL — que encampa a PEC (proposta de emenda constitucional) número 135. Na linha de frente estão os fiéis escudeiros do governo na Câmara Bia Kicis (DF), Carla Zambelli (SP), Filipe Barros (PR), Vitor Hugo (GO) e Paulo Eduardo Martins (PSC-PR). A reportagem de Oeste conversou com todos eles sobre o tema. O prognóstico, caso a emenda fosse votada hoje, é de derrota.
Só o Butão e Bangladesh adotam um modelo de urna similar ao nosso
Motivo: o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que comanda o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu se opor à ideia e entrou em campo para construir uma frente parlamentar disposta a deixar o sistema como está. O primeiro aliado na empreitada foi o colega de toga Alexandre de Moraes, para quem ele passará o bastão do TSE antes das eleições. O segundo passo foi chamar para um café os presidentes dos principais partidos do país. A costura deu certo. As legendas consultaram cada um dos seus integrantes indicados para a comissão e quem sinalizou ser favorável ao voto verificável já em 2022 foi substituído.
Paralelamente, políticos de esquerda e seus aliados nas redações dispararam uma narrativa segundo a qual a impressão de um comprovante na urna seria uma desculpa antecipada de Bolsonaro caso seja derrotado na corrida do ano que vem — ainda que só o Butão e Bangladesh adotem modelo similar ao nosso. Mais: nossas urnas de primeira geração, implementadas em 1996, são seguras, assim como o supercomputador comprado pelo TSE sem licitação para centralizar os resultados em Brasília — máquina esta que falhou no teste e fez da apuração das eleições municipais de 2020 as mais lentas em décadas. A reportagem de capa desta edição detalha o caminho do voto no Brasil e suas eventuais fragilidades.
Outro argumento de quem sustenta que o processo eleitoral não deve ser atualizado é que teria alto custo para os cofres públicos. Talvez essa fosse uma justificativa irrefutável para quem defende a redução do gasto estatal não fosse um detalhe: a Justiça Eleitoral, uma das “jabuticabas brasileiras”, detém um orçamento de R$ 9,2 bilhões por ano, superior ao de algumas capitais, como Porto Alegre (RS) e Manaus (AM). Ou seja: dinheiro não é o problema. Pior: são recursos mal gastos; afinal, o leitor pode se perguntar o que faz a maioria dos funcionários dos Tribunais Regionais Eleitorais nos Estados nos anos em que não há eleição.
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Dito isso, entra em cena a ciranda política. Barroso, que não quer o voto auditável, convenceu Alexandre de Moraes, que não gosta dos bolsonaristas, que por sua vez brigam com políticos que precisam salvar a cabeça no Supremo e reeleger-se para manter o tal foro privilegiado. Em 1992, o marqueteiro norte-americano James Carville cunhou o bordão “É a economia, estúpido!” ao eleger o democrata Bill Clinton contra George Bush nos Estados Unidos. No Brasil, seria algo como “É a política, estúpido!”. Afinal, como explicar, por exemplo, que o PSDB recorreu à Justiça em 2014 ao afirmar que a reeleição de Dilma foi fraudada e agora é contrário à verificação?
PSDB defende auditoria nos votos em 2014:
https://www.youtube.com/watch?v=NhKmeHSl8as
A menos que algum fato novo nos surpreenda — em política isso sempre é possível —, nada vai mudar no caminho das urnas em 2022. E uma crise já parece estar contratada: se Bolsonaro não for reeleito, parte dos seus apoiadores vai recorrer à tese da fraude. Parece combustível pronto para um país onde as eleições nunca terminam bem. Mas restará a pergunta que não quer calar: por que, afinal, formou-se uma maioria contra o ajuste na mecânica do voto? É a política, estúpido.
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Não me surpreende nem por meio segundo. Só o sistema funcionando como foi programado para funcionar.
Uma pergunta que não quer calar: por que esse vagabundo, repugnante, desprezível do Barroso não sofreu um processo de impeachment?
Silvio, me desculpe a franqueza e a rudeza, mas como tem gente que pensa só com a cabeça de baixo tem ministros que só pensam com a bund@.
1) Vi, em CL News, um vídeo mais antigo, no qual o Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Barroso, defendia o voto auditável! 2) Por quê será que ele e tantos outros mudaram de opinião ? Será temor de uma vitória de Bolsonaro? Mas, aquele que nos governou e de triste memória não ganharia as eleições segundo os Institutos de Pesquisa?
A simples ideia de um ministro do STE se reunir com lideranças de partidos políticos por si só já configura um movimento nefasto. Ainda mais para discutir a lisura do pleito eleitoral com convicções contrárias a maioria da população. É absurdo total. Principalmente quando esse mesmo ministro votou pela soltura do maior ladrão de todos os tempos e o tornou elegível novamente.
DataFolha, CNN, Globo, ESTADÃO e TSE, todos unidos contra o voto auditável. Quem quer voto impresso e auditoria das urnas está errado?
Eles continuam pensando subestimando como se o povo fosse retardado mental. Acabou-se esse tempo idiotas a revolução tecnológica tá aí. Todo mundo tá vendo tudo bando de coisas
Os canalhas de toga que livraram Lula são os mesmos que vão sepultar os votos auditáveis, notaram? Se isso realmente acontecer, não há outra solução do que aplicar artigo 142. Esses canalhas não podem mais continuarem no STF.
E além disso tudo, como pode um ministro do STF, que tem vedada pela CONSTITUIÇÃO fazer conchavos políticos, nesse caso o Barroso, articular uma frente parlamentar contra o voto auditável???
Vivemos num simulacro de democracia!!! O sistema é foda, parceiro!!!
É a canalhice, estúpido!
É o mecanismo, estúpido!
É o crime no poder, estúpido!
Eu não vou ser o estúpido. Eu vou para as ruas no dia 01 de agosto, contra esses canalhas que querem manter tudo como está.
Querem o PT de volta !!!
Outra sugestão: para desaparelhar órgãos e instituições, devemos eleger em 2022, pelo menos 20 senadores da coligação do Pr. Bolsonaro e 2/3 dos deputados federais. Sem isso, não continuaremos a mudar o nosso País. Tudo que já foi feito cairá por terra. Essa esquerdalha é uma desgraça.
Quero estar enganado, mas acho que não teremos mais esse camada de segurança para as eleições do ano que vem. Temo enormemente pela volta do Foro de SP ao comando do Brasil. Dessa vez eles serão ainda mais radicais e não irão mais cometer o “erro” de sair do poder. Irão querer aparelhar tudo, desde a mídia as forças armadas.
Não há uma solução para o Brasil que não passe por uma intervenção militar.
Bom, quem tem que preservar e garantir eleicoes limpas e confiaveis e o STF . Mas la nao ha justiça.
Não há como não retratar quem é contra o voto auditável como canalhas e vagabundos.
Porque os esquerdopatas, que pregam transparência, são contra o voto auditável?
Como um ministro do STF pode costurar alianças com partidos? Como assim??? Todo mundo vendo isso e fica por isso mesmo??? Surreal!!! não entendo porque esses políticos se degladiam para
serem presidente ou deputados, quem manda no Brasil são esses advogados medíocres amigos do rei.
Só queria saber o que barroso falou aos líderes partidários para que todos mudassem de opnião, de forma unanime. Barroso é impressionante, conseguiu unimindade em 11 partidos.
Deve ter ameacado pautar, no stf, processos de alguns vigaristas.
É tão flagrante a fraude em 2022 com as tentativas de iludir a população, como constantemente fazem a imprensa tradicional do ódio (Estadão, Folha, Globo, CNN, BandNews, Cultura e outras marrons) informando que Bolsonaro esta perdendo popularidade e que as antecipadas pesquisas já tornam LULA vitorioso com larga margem.
Penso que se o VOTO IMPRESSO for impedido por lideranças politicas de partidos como NOVO, PSDB, PSL, PP, PMDB e outros, suas lideranças e atuais parlamentares que se calam devem ser listados pela imprensa para serem ignorados em 2022.
Por outro lado entendo que caso não seja aprovado o VOTO IMPRESSO, é necessário que as Forças Armadas juntamente com especialistas em tecnologia da informação INDEPENDENTES e representantes técnicos dos partidos políticos, COMANDEM o processo eleitoral das urnas eletrônicas desde o desenvolvimento do software até a apuração descentralizada, para garantir à população que a votação será segura e evitando possíveis conflitos sociais provocados por lideranças perdedoras.
É incrível a incompetência e insensibilidade dos notáveis do TSE e STF e dos parlamentares que dizem representar a população, não entender que a beleza do voto é o eleitor constatar que o seu voto estará contido na urna eletrônica e também na urna lacrada do VOTO IMPRESSO, para possível AUDITORIA e se necessário RECONTAGEM dos votos.
Isso é TRANSPARÊNCIA, atualmente desprezada pelas ONGS TRANSPARÊNCIA BRASIL e INTERNACIONAL, CONTAS ABERTAS e outras frequentemente contestadoras dos cartões corporativos do governo Bolsonaro e até de seus exames médicos.
Outra grande vantagem é que evitara que possíveis MALFEITORES DO BEM manipulem resultados, porque saberão que o bilhete impresso é que dará validade a apuração. Simples assim, honesto, palpável, não é retrocesso, não é caro, e evitará graves conflitos sociais.
E finalmente ministro Barroso seu ultimo argumento que em nosso pais com elevado roubo de cargas será difícil o transporte das urnas impressas, é demais, basta não soltar criminosos como constantemente faz nossa SUPREMA CORTE, e pedir às Forças Armadas para também acompanhar o transporte das urnas dos votos impressos.
Se são contrários ao voto auditável, que estaria sob o comando da justiça eleitoral, o que leva a crer que aceitariam o controle do processo pelas Forças Armadas? Estas só atuam dentro de suas atribuições legais e constitucionais. E comandar o processo eleitoral não é uma delas, infelizmente. Portanto, tal hipótese está descartada.
Se são contrários ao voto auditável, que estaria sob o comando da justiça eleitoral, o que leva a crer que aceitariam o controle do processo pelas FA? Estas só atuam dentro de suas atribuições legais e constitucionais. E comandar o processo eleitoral não é uma delas, infelizmente. Portanto, tal hipótese está descartada.
Barrosinho não vale o que meu gato esconde com areia.
Só numa república das bananas como o Brasil, os congressistas preferem a suspeição à transparência.
Como em Cuba estão “cancelando”FIDEL e TCHÊ que é a joia do comunismo de porão,algo impensável há pouco,também os políticos, desde a atual CPI,podem estar sendo “cancelados” se não aprovarem o VOTO AUDITÁVEL.É a política.
Nao há justificativa plausível para não implementação do voto auditável. Só aumentam minhas suspeitas de que querem emplacar Lula na fraude. A militância de Barroso que é ,desde vidas passadas, comunista de carteirinha é a maior evidência disto.
Suspeitas não! Certeza!
É o “mecanismo”, em pleno voo, depois de o “experimento social” reiterado ter constatado que a sociedade tolera tudo que é barbaridade, capitaneada – pasme-se, e pasme-se de novo – justamente pelo STF, que é quem deveria, rigorosamente, ser o guardião da nossa Constituição. Estado de Direito foi assassinado pela raposa, que sequestrou o galinheiro. E nós, sociedade, somos, sim, galinhas amestradinhas, prontas para o abate. Nós, com a nossa omissão, alisamos o crocodilo na esperança de que ele não nos devore, mas ele o fará, sim. Estamos dentro da gaiola da servidão voluntária, e uns não podem, o outros não querem, dela sair.
Parabéns pelo artigo.
Meu caro Silvio Navarro, é inacreditável isso. Mas, pelo parlamento que temos, é impossível acreditar que a pec 135 seja aprovada. Sugiro a você, que tem espaço na mídia, divulgar a ideia de os partidos da coligação do PR Bolsonaro fotografarem, via celular ou outro instrumento de maior alcance, todos os boletins de urnas divulgados pelos TREs, nas capitais, DF e cidade de mais de 200 mil eleitores, para conferência e totalização, pela nossa coligação.
Devemos alijar do Parlamento brasileiro, todos os deputados e senadores que votarem contra a adoção voto auditável(PEC 135). Não dá mais para continuar com essa gente nos representando, não é mesmo? Mesmo os eleitores que não gostam do Presidente, mas querem um Brasil melhor para nossos filhos, netos, bisnetos…, devem evitar, com o seu voto, o retorno da roubalheira e desmandos das últimas décadas. Vamos lá, brasileiros de bem!
O STF se transformou no maior partido de oposição ao Governo e ao Estado Brasileiro. Zomba do povo.