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Ilustração: Naomi Akimoto Iria
Edição 71

Os mais recentes ataques da linguagem neutra

Depois de contaminarem a educação, os pronomes neutros agora chegam à iniciativa privada e até ao Museu da Língua Portuguesa

Cristyan Costa

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“Elu é muito bonite, e todes gostam de irmén e du amigue delu.” “Elu comeu muite.” “Elus são parceires de muitos tempos.” “Querides amigues.” “Prezades alunes.” “Sejam todes bem-vindes.” Por incrível que pareça, existe quem defenda que os exemplos acima sejam incorporados à língua portuguesa — considerada machista e preconceituosa por grupos de esquerda. Sob a alegação de que é necessário incluir no idioma os “não binários”, militantes propõem as seguintes alterações: substituir o a ou o dos artigos e pronomes masculinos e femininos por e ou u.

“Na frase ‘todos nascem iguais em direitos’, que abrange as mulheres, não se incluiriam os homens se fosse ‘todas nascem iguais em direitos’”, explicou Sirio Possenti, pesquisador e professor da Unicamp, em entrevista ao jornal Gazeta do Povo. Isso porque, no processo histórico-geográfico-cultural do latim, que concebeu o português, a semelhança entre o masculino e o neutro fez com que as duas categorias se fundissem. Portanto, a única marcação de gênero do idioma é o feminino. Ou seja, a acusação de “sexismo” ou “homofobia” não faz o menor sentido.

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