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Edição 88

O dono do mundo

Xi Jinping poderia ter seguido a rota do pai. Mas decidiu seguir o caminho de Mao Tsé-tung

Dagomir Marquezi

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“O grande ditador fica imóvel como um buda enquanto seus asseclas deslizam pelo palco. Assistindo a Xi Jinping através de binóculos no Grande Salão do Povo, em Pequim, fico maravilhado com sua compostura. Estamos em 2014. Xi recentemente assumiu o poder como líder da nação mais populosa do mundo e sua segunda maior economia. De vez em quando, ele vira uma página enquanto a voz no alto-falante continua. O próprio Xi fala apenas em grandes ocasiões. Ele nunca toca a caneca de porcelana com chá diante de si (uma bexiga de ferro é um requisito para a liderança na China). Nem um olhar, nem uma sobrancelha levantada trai qualquer sentimento. Seu aplauso no final é breve. Enigmático até o fim, ele se levanta e sai do palco com um andar ondulante e satisfeito.”

A cena foi testemunhada por Michael Sheridan, correspondente do jornal britânico The Times no leste da Ásia por duas décadas. Sete anos depois da cerimônia descrita por Sheridan, Xi Jinping endureceu de vez o regime. Garantiu o direito de se reeleger em 2023 — e continuar no poder para sempre.

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