Houve um aumento de 120% nas denúncias e sindicâncias contra médicos que prescrevem hormônios. É o que disse Francisco Eduardo Cardoso Alves, representante do Conselho Federal de Medicina (CFM). Nesta semana, ele presentou esses dados durante um debate no Senado sobre os “chips da beleza”.
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Em outubro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso de implantes hormonais para fins médicos, estéticos e de performance. No entanto, depois de debates e reconsiderações, a agência recuou da suspensão total no final de novembro.
Desde então, a Anvisa estabeleceu novas regras rígidas para a manipulação e venda desses implantes. Agora, é preciso prescrição médica e esclarecimentos aos pacientes sobre riscos associados aos chips da beleza.
Fim dos “chips da beleza”?
O uso indiscriminado de hormônios foi criticado por entidades médicas depois de mortes e 257 complicações de saúde relacionadas a esses produtos. Em abril, o CFM já havia restringido o uso de implantes hormonais exclusivamente para fins médicos. Nesse sentido, Alves afirmou que a proibição inicial da Anvisa representou “certo exagero”. No entanto, reconheceu a necessidade de regulamentação.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) expressou preocupações sobre pacientes que podem receber implantes sem necessidade real. Além disso, a o órgão destacou o medo da falta de controle sobre substâncias usadas nos implantes produzidos em farmácias de manipulação.
Apoio e desafios na nova resolução
Clayton Luiz Macedo, da SBEM, observou que os hormônios passaram a ser vendidos como soluções para diversos problemas de saúde, fomentando um mercado de cursos sem especialização adequada. De acordo com ele, isso configura um “problema de saúde pública”.
A SBEM apoiou a nova resolução da Anvisa, considerando-a um passo importante para a regulamentação correta do setor. No entanto, a entidade destacou que, apesar das novas regras, a segurança total dos dispositivos implantáveis ainda não está garantida. A resolução também implica em uma responsabilização mais rigorosa das farmácias de manipulação quanto à produção inadequada de implantes.