Em um estudo publicado na revista Frontiers in Medicine, cientistas sugerem que os humanos já tentavam tratar o câncer cirurgicamente há 4 mil anos.
Os especialistas analisaram um crânio humano da Coleção Duckworth, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. O material é datado entre 2.686 e 2.345 a.C.
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O crânio analisado apresenta marcas que indicam tentativas de tratamento cirúrgico. As lesões encontradas são consistentes com práticas médicas rudimentares da época. Registros sugerem que havia algum esforço em tratar essa doença já naquela era.
Possíveis tratamentos para o câncer
Essas descobertas são significativas porque oferecem uma visão sobre as práticas médicas antigas e suas tentativas de combater doenças graves. “As marcas em crânios egípcios antigos sugerem que os humanos estavam tentando tratar o câncer cirurgicamente”, afirmaram os pesquisadores, no estudo.
Os resultados foram obtidos através de técnicas avançadas de análise e comparação com outros crânios da mesma coleção. Esse estudo abre novas perspectivas sobre o entendimento das práticas médicas da antiguidade e sobre a evolução do tratamento de doenças complexas, como o câncer.
“Argumentamos que tais modificações podem estar relacionadas com uma tentativa de tratamento cirúrgico perimortem ou com uma exploração médica post mortem, levantando questões críticas sobre a compreensão precoce e o manejo de doenças oncológicas na história da medicina”, afirmaram os cientistas.
Mesmo com os resultados obtidos, os cientistas afirmaram que o estudo apresenta algumas limitações principais quanto ao diagnóstico regressivo. Eles afirmam que essas barreiras são da natureza da amostra e o escopo da análise. Os três principais pontos levantados por eles são:
- amostra depende de restos esqueléticos incompletos, o que restringe o quadro das condições sofridas pelos dois indivíduos;
- análise inclui apenas dois indivíduos, limitando possíveis inferências sobre o cancro antigo no Egito; e
- análises moleculares não foram implementadas, o que poderia ter melhorado a integralidade dos resultados.
“No entanto, apesar destes desafios e limitações, a nossa investigação destaca, por sua vez, o potencial dos métodos não invasivos na investigação em paleopatologia e paleo-oncologia”, afirma a conclusão do relatório.