O diabetes é um problema extremamente comum entre a população.
Dados do Ministério da Saúde, o diabetes afeta cerca de 250 milhões de pessoas em todo o mundo.
Só no Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes afirma que, em 2019, mais de 13 milhões de pessoas viviam com a doença, sendo esse um número com potencial de crescimento.
O diabetes é causado pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia ao organismo.
Doença silenciosa
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 50% da população não sabe que tem a doença, que é silenciosa e se desenvolve ao longo do tempo.
Apesar da origem ter a mesma essência, existem algumas particularidades que dividem o diabetes em mais de um tipo.
No diabetes tipo 1, há a falta de insulina. A doença corresponde de 5% a 10% dos casos e ocorre, principalmente, entre crianças e adultos jovens.
Já no tipo 2, ocorre a resistência ao hormônio e, geralmente, a maioria dos pacientes é assintomática.
Esse tipo ocorre em cerca de 90% das pessoas com diabetes, sendo mais comum em adultos ou em pessoas acima do peso, sedentárias e sem hábitos saudáveis de alimentação.
Embora os diabetes tipo 1 e tipo 2 compartilhem muitos sintomas, eles têm origem diversa e podem apresentar algumas particularidades nos sintomas.
Como identificar o diabetes
O diabetes tipo 1 se manifesta rapidamente em algumas semanas. A condição gera rápida perda de peso devido à falta de insulina e pode causar cetoacidose diabética, com sintomas como respiração rápida e hálito com odor de frutas.
Já o tipo 2 acontece gradualmente, geralmente em anos, com sintomas leves ou imperceptíveis.
O diabético pode urinar com frequência, sentir mais sede que o normal, sensação de fraqueza e cansaço, irritação ou alterações de humor, visão embaçada, feridas com cura lenta, infecções frequentes, como nas gengivas, pele e vaginais.
A causa do tipo de diabetes ainda é desconhecida e a melhor forma de preveni-la é com práticas de vida saudáveis, com boa alimentação, atividades físicas regulares, além de evitar o consumo de bebidas alcoólicas, cigarro e outras drogas.
Sintomas parecidos com outras doenças
Os sintomas podem ser confundidos com os de outros problemas por não serem específicos.
A sede excessiva, a fome e urinar frequentemente podem ser associadas, de forma equivocada, infecções urinárias ou ao uso de certos medicamentos diuréticos.
Já a fadiga pode ser associada a condições como anemia, hipotireoidismo ou síndrome da fadiga crônica.
A perda inexplicada de peso pode ser atribuída a distúrbios metabólicos, problemas digestivos ou até a certos tipos de câncer.
Visão embaçada pode ser confundida com problemas oculares naturais do envelhecimento ou outras doenças oftalmológicas.
Excesso e falta de açúcar
O corpo tenta eliminar o excesso de açúcar na urina, o que leva ao aumento do volume urinário, resultando em desidratação e, consequentemente, na sensação de sede intensa por parte do paciente.
Com a falta de insulina para conduzir o açúcar para dentro da célula, ela continua necessitando de combustível. Então, o corpo sente mais fome para suprir suas necessidades.
Quando a taxa de glicose está baixa (hipoglicemia), o cérebro não recebe energia suficiente para funcionar adequadamente, causando sintomas como tontura, confusão mental e irritabilidade.
Quando a glicose está alta (hiperglicemia), pode ocorrer um excesso de fluídos sendo excretados pelos rins, o que leva à desidratação e, consequentemente, à tontura.
Níveis bastante elevados de glicose podem afetar a função cerebral e o equilíbrio de neurotransmissores, contribuindo para alterações de humor, como irritabilidade e depressão.
Como identificar e tratar?
Qualquer pessoa pode ter diabetes, mas é importante analisar alguns fatores de risco para o desenvolvimento da doença, como a presença de pessoas com diabetes na família, comportamentos sedentários, obesidade, hipertensão arterial e idade acima de 45 anos.
Como os sintomas variam para cada tipo de diabetes, a recomendação é passar por uma avaliação médica. Um simples exame de sangue pode revelar se a pessoa tem ou não a doença.
Depois de diagnosticado, o tratamento do diabetes pode ser feito tanto com insulina quanto com a medicação oral. Segundo o Ministério da Saúde, a insulina costuma ser usada para tratar o diabetes do tipo 1, embora sirva para alguns casos de tipo 2, como quando o pâncreas começa a não produzir mais o hormônio em quantidade suficiente.
Já a medicação oral é usada no tratamento de diabetes tipo 2 e, dependendo do princípio ativo, tem o papel de diminuir a resistência à insulina ou de estimular o pâncreas a produzir mais desse hormônio.