A recente morte do imigrante polonês Richard Pawulski, de 49 anos, surpreendeu as autoridades de saúde de Nova York por causa do ressurgimento de um vírus que causa a encefalite equina do leste (EEE), relata o El Diario NY.
Trata-se de um caso raro. Os médicos do Weill Cornell Medicine e do Hospital NewYork-Presbyterian confirmam que, embora não seja motivo para pânico, é recomendável tomar precauções para diminuir o risco de complicações.
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Pawulski morreu cinco anos depois de ser picado por um mosquito infectado enquanto realizava a limpeza do quintal de sua casa. Ele não resistiu às complicações provocadas por essa doença rara e letal.
Em setembro, o Estado de Nova York já havia registrado sua primeira morte por EEE em quase uma década. O caso de Pawulski veio como um forte indício de que o vírus esteja retornando.
Neste ano, foram confirmados pelo menos dez casos de infecção nos Estados Unidos, o que inclui algumas mortes em Nova York e New Hampshire. Os números indicam aumento em comparação com anos anteriores.
Transmitida aos humanos pela picada de mosquitos infectados, a EEE ataca o cérebro e provoca rápida deterioração física. Sobreviver à infecção pode resultar em sequelas permanentes. “Nossa vida mudou num piscar de olhos, sem aviso”, afirmou Amellia Pawulski, filha de 18 anos da vítima, em entrevista ao New York Post.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estimam que aproximadamente 30% dos casos de EEE sejam fatais.
Os médicos confirmaram o retorno da doença em setembro. O dr. Roy Gulick, chefe do Departamento de Doenças Infecciosas do Weill Cornell Medicine e do Hospital NewYork-Presbyterian, recomendou medidas preventivas, a principal delas é evitar ao máximo as picadas de mosquito.
Pawulski morreu às 2h30 da manhã do dia 14 de outubro, uma semana depois de ser transferido para uma unidade de cuidados paliativos, quando os médicos já haviam informado à família que não havia mais tratamentos viáveis.
Ele sucumbiu a uma infecção resistente por Staphylococcus aureus, agravada por complicações como infecção bacteriana no coração, insuficiência hepática e uma lesão cerebral traumática causada pela EEE.
Caso raro que evoluiu
A doença começou de maneira súbita em agosto de 2019, depois de Pawulski realizar tarefas de jardinagem em sua casa em Colchester. Um dia depois de notar uma picada de mosquito, ele começou a sofrer de fortes dores de cabeça e a vomitar bile amarela.
Depois de ser submetido a uma cirurgia de emergência para aliviar o inchaço no cérebro, o quadro de Pawulski se agravou, levando-o a um coma que durou dois meses.
Só quando outros casos de EEE surgiram no Estado, os médicos perceberam que ele também havia contraído o vírus. Em 2019, o Estado de Connecticut registrou quatro casos de EEE, e Pawulski, que sobreviveu ao derrame inicial, foi considerado um dos poucos a resistir.
Atualmente, não existe vacina preventiva contra a EEE. A melhor forma de prevenção é evitar picadas de mosquito. O dr. Gulick recomendou o uso de roupas de mangas longas, repelentes de insetos e a redução de atividades ao ar livre no entardecer.
Ele também destacou a importância de eliminar focos de água parada, como baldes e bebedouros de pássaros, para impedir a proliferação de mosquitos. Algo semelhante em relação à dengue no Brasil. “Não é questão de pânico, mas de conscientização. Todos devem fazer o possível para se proteger.”