A estratégia de vacinação contra a dengue no país, prevista para começar em fevereiro, será definida por uma reunião técnica realizada nesta segunda, 15, entre o Ministério da Saúde, secretarias de Saúde e entidades da sociedade civil.
O Brasil será o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante na rede pública. A pasta anunciou a incorporação da vacina Qdenga no Sistema Único de Saúde (SUS) no final de dezembro.
Porém, o desafio é a baixa quantidade de doses disponíveis, de 5 milhões neste ano, enquanto o Brasil registrou dois anos consecutivos de recorde de mortes causados pela doença.
Estratégias para vacinação contra a dengue
A proposta de estratégia de vacinação que a fabricante japonesa Takeda Pharma sugeriu à pasta é imunizar apenas crianças de 4 anos e adultos de 55.
Entretanto, o ministério avalia incluir mais idades na vacinação. A orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de outubro é a aplicação da nova vacina contra a dengue em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, considerando os locais de maior incidência da doença.
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Dentro da previsão de doses distribuídas em 2024, privilegiar mais idades só deve funcionar se houver uma limitação regional. O plano do ministério é restringir a campanha aos municípios com transmissão elevada de dengue.
A definição da estratégia sobre a distribuição deve ser divulgada nas próximas semanas, depois de novas reuniões com a farmacêutica e técnicos da pasta.
Locais mais atingidos
Em 2023, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, municípios do Sudeste, Sul e Centro-Oeste foram os mais afetados, chegando a 1,6 milhão de casos, alta de 15,8% em relação ao ano anterior.
Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul foram os lugares com maior incidência da doença.
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Entre os municípios com mais casos no ano passado, seis se destacam e vão passar receber do ministério mosquitos que não transmitem a dengue para tentar conter a doença — estratégia conhecida como método Wolbachia.
São eles: Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC).
Outras seis cidades já fazem parte do projeto e permanecerão: Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Belo Horizonte (MG), Niterói (RJ) e Rio de Janeiro (RJ).
A vacina
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Saniária (Anvisa), a Qdenga é indicada para pessoas de 4 a 60 anos. Não foram feitos estudos para avaliar a eficácia da vacina em pessoas com mais de 60 anos.
A eficácia geral da vacina Qdenga alcançou 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo, depois de 12 meses da segunda fase. Além disso, o imunizante também reduziu as hospitalizações em 90%.
Segundo a farmacêutica Takeda, a imunização oferecida pela vacina tem duração de até cinco anos. A vacina é a primeira liberada no país para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da dengue.
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