Político condenado está internado por causa da covid-19
Mais um político brasileiro entra para a lista de condenados pela Justiça. O personagem da vez é Aidan Ravin, que foi prefeito de Santo André, cidade da região do ABC Paulista, de 2009 a 2012. De acordo com decisão divulgada esta semana, ele foi o mentor de irregularidades cometidas contra os cofres da autarquia responsável pelo saneamento ambiental da cidade. Dessa forma, foi condenado a 20 anos de prisão.
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Responsável por julgar o caso envolvendo o ex-prefeito, a juíza Maria Lucinda da Costa, da 1ª Vara Criminal de Santo André, concluiu que o político foi o chefe do esquema de compras e vendas de licenças ambientais do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa). Assim, ela acatou a denúncia feita pelo Ministério Público. Para procuradores, a ilegalidade ocorreu durante os dois últimos anos de mandato de Aidan Ravin à frente da prefeitura.
Ainda Ravin, entretanto, não foi o único condenado pela juíza. Sobretudo, foi o que recebeu a maior pena: 20 anos, cinco meses e 10 dias de detenção. Mas ele poderá recorrer à condenação em liberdade. Além do ex-prefeito de Santo André, foram condenadas outras cinco pessoas. De acordo com o jornal Diário do Grande ABC, a lista se completa com Angelo Pavin (17 anos de prisão), Antônio Feijó (17 anos de prisão), Dovílio Ferrari Filho (17 anos de prisão), Beto Torrado (15 anos) e Calixto Antônio Júnior (sete anos de prisão).
Análise da juíza
Na sentença, a juíza definiu a situação como muito grave. Conforme garante em texto, a representante do poder Judiciário definiu que o grupo formou uma organização criminosa. Alertou, aliás, que esse tipo de crime acaba por prejudicar a população como um todo. No caso julgado agora, o Ministério Público afirmou que em alguns casos a extorsão chegava a R$ 1 milhão.
“Merecem os réus pena austera, diante do mal que causaram”
“Os crimes apurados nos autos são gravíssimos. A organização criminosa para instituição de corrupção no poder público afeta toda a sociedade, pois impõe a todos o custeio pelo ato lesivo”, pontuou a magistrada, “Não pode ser ignorado, ainda, o alto valor exigido nos crimes de corrupção. Em suma, como exposto, ante as consequências devastadoras do ilícito, com reflexo em toda a população, o alto prejuízo almejado, a exacerbada culpabilidade dos agentes, a personalidade desvirtuada e egoísta e a gravidade do crime, merecem os réus pena austera, diante do mal que causaram”, prosseguiu a juíza Maria Lucinda da Costa.
Internado e condenado
Aidan Ravin recebe a notícia da condenação no momento em que está internado. Diagnosticado com covid-19, o ex-prefeito está há 11 dias no Hospital Christóvão da Gama, na região central de Santo André. Irmão e advogado do ex-prefeito, Silvio Ravin criticou a decisão vinda do poder Judiciário. “A sentença é nula, fraca, inconsistente e contra o conjunto probatório dos autos”, afirmou, conforme registra o Diário do Grande ABC.
Internado e condenado, Aidan Ravin já havia — de certa forma — entrado para a história de Santo André. Ele foi o primeiro prefeito a tentar a reeleição que não acabou reconduzido ao cargo. Nas eleições de 2012, ele foi derrotado pelo petista Carlos Grana.
Andarilho da política de Santo André, o ex-prefeito condenado está atualmente filiado ao Republicanos. Anteriormente, passou por outras cinco legendas. Quando comandou o Executivo da cidade, ele estava filiado ao PTB. Seu currículo na política partidária conta com passagens por PDT, PPS, PSB e Podemos.
Essa sentença, como disse o seu advogado, está cheia de vícios e inconsistências. É só assistir um vídeo no Youtube onde a defesa do sr. Aidan coloca questões que não foram levadas em consideração por essa juiza em sua condenação. E essa condenação acontece justamente agora com o claro objetivo de tirar o sr. Aidan das eleições que poderão ocorrer ainda este ano.
Este é o Brasil que eu acredito. O que pune os corruptos. Entretanto, é bom aguardar a chegada do processo ao STF.