J.R. Guzzo
Publicado na Gazeta do Povo, em 22 de outubro de 2020
Imagine por um instante – mas só por um instante; tente pensar em alguma outra coisa o mais rápido possível – que o senador que foi pego em flagrante escondendo dinheiro na cueca tivesse sido mais esperto do que foi e, com isso, pudesse ter enganado o rapa da polícia. Ninguém teria ficado sabendo de nada, não é mesmo? Imagine, então, o que teria acontecido na vida real. Esse homem, por mais demente que a coisa possa perecer, teria votado na aprovação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal, a “corte” ótima e máxima da justiça brasileira. É isso mesmo: um indivíduo acusado de ser ladrão, e ladrão de dinheiro que deveria ter ido para o combate da Covid-19, nomeia o supremo magistrado que tem de julgar, justamente, os acusados de ladroagem. É essa a regra, no Brasil. São essas as “instituições”.
O senador da cueca só não votou porque os colegas, que estão fechados com ele, acharam que assim também já seria demais; arrumou-se uma “licença de 90 dias” para o homem e a safadeza, como acontece em 10 a cada 10 vezes no Senado Federal, foi toda para baixo do tapete. Os 81 senadores da República, agora, vão esperar que a história esteja esquecida daqui a três meses; aí, quando ninguém estiver mais lembrando, o Sr. Cueca volta de fininho para a sua cadeira, é cumprimentado afetuosamente pela companheirada por ter escapado dessa e pode dedicar-se em paz à retomada de seus projetos. Não pode ser de outro jeito: a maioria (totalidade?) dos senadores brasileiros é, pura e simplesmente, a favor de meter a mão em dinheiro público – embora possam preferir outros lugares para escondê-lo da polícia. Se são a favor do roubo, não podem ficar contra quando um colega é pego roubando.
A coisa está fechada pelos sete cantos – não há mínima possibilidade de que o público pagante possa se defender do Senado e da Câmara de Deputados que estão aí, nem do STF e do resto da tribunalzada que se espalha do Oiapoque ao Chuí. Se por algum motivo o senador da cueca tiver de ficar afastado do cargo por mais de 120 dias, nossas instituições sagradas mandam que o lugar seja entregue ao “suplente”. E quem é esse “suplente”? O filho do próprio senador que foi flagrado enfiando dinheiro nas roupas íntimas. Ou seja: é rigorosamente impossível, pelo que está estabelecido na Constituição Federal, qualquer incômodo real para os delinquentes do Congresso. Sai o pai, entra o filho, e a verba da Covid-19 continua à disposição da família.
O mais chato é que o cidadão ainda tem de aguentar a discurseira dos grandes vultos da nossa vida pública exigindo o “respeito às instituições” – e as caras aflitas dos locutores de telejornais do horário nobre, em seu surto permanente de defesa da “democracia”. Instituições e democracia no Brasil são o senador da cueca, seu filho e tudo o que vem junto. O resto é conversa.
O nosso João Baptista Figueiredo, ilustre último PRESIDENTE da DEMOCRACIA MILITAR instituída – À PEDIDO DAS FAMÍLIAS DE TODO O BRASIL – Se vivo estivesse, tinha sangue nos olhos para fazer valer a única brecha, equivocadamente deixada pelos comunistas na carta nada cidadã de 88. Avisara às FFAA, instituição a que pertencia, que em 20 anos pós eleições diretas, o Brasil já estaria em mãos de genocidas: certeira previsão. Conhecemos o mensalão e a índole do STF, à frente Joaquim Barbosa liberando seu amigo Lula da Silva. Só podia cair no petrolão. FORAM 28 ANOS DE CONLUIO ENTRE OS 3 PODERES, maquinado na Assembléia Constituinte. Quem dera Bolsonaro fosse MILITAR da ativa, o Joaquim isentão e omisso à época, o destacou como o ÚNICO a ñ meter as mãos na grana que rolava. Fatos.
A nossa PRESTAÇÃO DE CONTAS c o CONGRESSO é IMINENTE pós quarentena, pela PRISÃO em SEGUNDA instância e fim do foro privilegiado. Só depende do POVO UNIDO, mudar o rumo sido Brasil, tirá-lo do limbo, que estará enqto ñ apartamos o q resta de entendimentos cleptocratas, a dependência entre o congresso e o STF.
O mais correto seria dizer, ao invés de Estado Democrático de Direito, “ Estado Anti-Democrático de Delito “. Isto é o fruto da Constituição CidaDANO.
Alguém ainda imagina que a política brasileira possa ser resolvida com diálogo? Juizes do STF, Senadores, Deputados deste país não têm medo de ninguém. São intocáveis.