Um grupo de pesquisadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, realizou testes clínicos de um aplicativo de realidade virtual capaz de ajudar pacientes a superarem suas fobias. O resultado positivo de cura foi publicado na revista científica Australian and New Zealand Journal of Psychiatry.
De acordo com a equipe, o aplicativo oVRcome funciona como uma terapia de exposição comportamental — tratamento que expõe com segurança o paciente a uma situação que normalmente lhe causaria ansiedade.
Mais de 100 pacientes participaram dos testes, que duraram cerca de seis semanas. De acordo com os pesquisadores, o aplicativo foi capaz de tratar as cinco fobias mais comuns, sendo elas: o medo de agulhas, de aranhas, de altura, de cães e de voar.
![O aplicativo ajuda a superar traumas](https://medias.revistaoeste.com/wp-content/uploads/2022/07/fobia-realidade-virtual-1.jpg)
“Houve um sinal muito claro e positivo de que o uso do aplicativo oVRrcome reduziu significativamente o nível de sintomas específicos de fobia”, afirmou Cameron Lacey, professor de psicologia da Universidade de Otago. Segundo ele, o recurso foi um enorme sucesso. “Com a realidade virtual, o paciente pode estar em sua própria casa e ser transportado para um ambiente com os estímulos temidos”, completou o especialista.
Depressão, alcoolismo e suicídio
Devido à precariedade do sistema de saúde mental da Nova Zelândia, o empresário de tecnologia Adam Hutchinson teve a ideia de criar, em 2020, um aplicativo que ajudasse pessoas a superarem seus transtornos provocados por fobias.
“Há chance duas a três vezes maior de alguém desenvolver uma condição mais grave, como depressão, alcoolismo ou até suicídio, como resultado de deixar um transtorno de ansiedade sem tratamento”, disse Adam Hutchinson. “Se pudermos fornecer uma solução eficaz e de baixo custo que as pessoas possam usar na privacidade de sua própria casa, podemos reduzir potencialmente a chance de condições mais graves surgirem.”
O medo de ter medo
Em artigo publicado na edição 119 da Revista Oeste, Dagomir Marquezi escreve sobre como a palavra “fobia” está sendo vulgarizada por motivos políticos e ideológicos. O jornalista separou ainda uma lista completa com os medos de verdade que estão em todos nós.
Leia um trecho
“Fobia é um assunto sério demais para ser relegado a militantes oportunistas. Segundo pesquisa da Universidade Johns Hopkins, diversos tipos de fobias afetam 19 milhões de norte-americanos e podem se manifestar já na primeira infância. Mas atacam tipicamente jovens de 15 a 20 anos. É a idade da insegurança e da transformação.
As fobias não dependem de traumas para ser disparadas. Podem surgir do nada, como a lembrança de uma vida passada, e podem causar muito transtorno e sofrimento. É o caso da agorafobia, o medo de frequentar espaços cheios de gente. Agorafóbicos não se desenvolvem socialmente, e têm a vida profissional fortemente prejudicada.
O site português Atlas da Saúde fez uma lista totalizando mais de 400 fobias específicas. A lista parece às vezes uma relação de casos clínicos exóticos e improváveis. Como alguém pode ter medo de ouvir música, ou de rir, ou de ter prazer? Mas, se viajar pela lista com a mente aberta, você vai perceber que muitos desses medos estão ao redor de nós, em pessoas que achamos conhecer tão bem. Eles se revelam com clareza no comportamento de figuras públicas. E muitas dessas fobias estão escondidas em recantos escuros de nossas próprias mentes, prontas a nos dar um susto quando menos esperamos.”
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Revista Oeste
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