O gigante de entrega de refeições em domicílio Meituan, da China, perdeu US$ 26 bilhões em valor de mercado na sexta-feira 18. Isso aconteceu depois que as autoridades reguladoras anunciaram que pressionarão as plataformas de delivery a reduzirem a taxa que cobram dos restaurantes.
A mais nova ofensiva fiscalizadora chinesa chega em meio a um turbilhão de restrições governamentais impostas ao setor de tecnologia no país ao longo do último ano. O objetivo é impor limites às empresas de tecnologia com operações voltadas ao consumidor.
O anúncio da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (CNRD) e de 13 outras agências chinesas veio na forma de um pacote de propostas para ajudar o setor de serviços do país, que enfrenta dificuldades depois do forte impacto sofrido com a campanha contra a covid-19.
O órgão da China informou que “guiará” as plataformas de entrega de comida a “dar outro passo para reduzir as comissões de serviço cobradas dos restaurantes, de forma a diminuir os custos operacionais”.
A CNRD acrescentou que pedirá às plataformas para que deem descontos aos restaurantes nas áreas mais atingidas pela covid-19.
As diretrizes derrubaram, de imediato, as ações da Meituan em Hong Kong, que caíram 15% no dia. Os papéis do Alibaba, controladora da Ele.me, principal rival da Meituan, desvalorizaram-se quase 3%. O índice Hang Seng Tech, referencial das ações tecnológicas em Hong Kong, caiu 3%.
A Meituan controla cerca de 70% do mercado chinês de delivery de refeições, sendo que o segmento contribuiu para mais de metade de sua receita no terceiro trimestre de 2021.
Em 2021, as autoridades reguladoras chinesas multaram a Meituan em US$ 537 milhões por abuso de sua posição no mercado e exigiram que a empresa fizesse uma série de mudanças em suas operações, entre as quais dar melhores condições aos entregadores que levam as refeições pelas cidades.
As comissões que a Meituan ganha em cada pedido de comida já haviam estado sob os holofotes antes, quando várias associações regionais de restaurantes pediram que a empresa as reduzisse no início da pandemia.
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Regular o mercado é sempre uma coisa tentadora para quem detém o poder, mas o melhor regulador deveria ser a concorrência.
É claro porém que, para uma ditadura, como é a China, não há limites para o exercício di poder do Estado.
De acordo com a ex-presidAnta pescocinho, este país representa uma luz (deve ser a de um trem vindo, para quem está olhando de dentro do túnel)