Uma equipe de pesquisadores conseguiu decifrar um lote de pergaminhos em papiro de quase 2 mil anos. O trabalho se deu por meio da inteligência artificial (IA).
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A pesquisa foi anunciada nesta segunda-feira, 5, como resultado do prêmio do Desafio do Vesúvio (Vesuvius Challenge). A premiação foi criada pelo cientista computacional Brent Seales, da Universidade do Kentucky, e por apoiadores no Vale do Silício, nos Estados Unidos.
O trio de jovens pesquisadores, Youssef Nader (Alemanha), Luke Farritor (EUA) e Julian Schillinger (Suíça), foi responsável pela descoberta. Conforme o executivo norte-americano Nat Friedman, eles receberam US$ 700 mil (quase R$ 3,5 milhões) pela premiação.
O objetivo do estudo é chamar cientistas para desenvolverem algoritmos para escanear pergaminhos em papiro e transformá-los em imagens em alta resolução por meio de tomografia computadorizada.
Tecnologia que desvendou os pergaminhos com inteligência artificial
O software leu 2 mil cartas da Grécia Antiga. O lote estava em uma luxuosa vila romana em Heculano, na Itália, queimada em 79 d.C, quando houve a erupção do Monte Vesúvio, que devastou Pompeia.
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo, escavações do século 18 recuperaram mais de mil pergaminhos do lote, cuja propriedade é atribuída ao sogro do imperador romano Júlio César. Como o material estava carbonizado, o conteúdo dos pergaminhos estava oculto de pesquisadores.
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Em outubro passado, Farritor criou um software que conseguiu identificar a palavra grega “roxo”, o que lhe resultou um prêmio de US$ 40 mil em desafio semelhante. Em novembro, ele se juntou a Nader e, dias depois, a Schillinger.
Schillinger desenvolveu um algoritmo que revela imagens de tomografia computadorizada. O trio se inscreveu no projeto em 31 de dezembro do ano passado. Com a descoberta, o grupo busca novos horizontes.
“Este é o início de uma revolução na papirologia de Herculano e na filosofia grega em geral. É a única biblioteca que chegou até nós da antiga época romana”, disse a papirologista Federica Nicolardi, da Universidade de Nápole Federico II, ao jornal britânico The Guardian.
Agora, os cientistas devem analisar a transcrição dos pergaminhos e decifrar os conteúdos. Em leitura preliminar, os rascunhos revelam um possível texto do filósofo e poeta Filodermo de Gadana (110-35 a.C.), seguidor de Epicuro e professor de Virgílio.
“O epicurismo diz ‘olá’, com um texto cheio de música, comida, sentidos e prazer!”, disse Federica, depois de analisar os rascunhos.
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Uma ótima aplicação para a Inteligência Artificial, tão temida ultimamente.
A tecnologia, tal qual uma faca afiada, se utilizada com a devida prudência produz ótimos resultados.