A empresa Mercado Livre investe R$ 23 bilhões em automação em seu centro de distribuição SP04, em Cajamar (SP). No local, cem robôs já operam para otimizar a separação de até 100 mil pedidos por dia. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, na quarta-feira 5.
Os robôs são fabricados pela Quicktron e podem erguer até 600 kg. Os equipamentos trabalham oito horas antes de recarregar. Segundo Fernando Yunes, presidente da operação brasileira, o número de robôs será ampliado para 334 até o fim do ano. Eles reduzem em 20% o tempo de separação de mercadorias e conseguem mover 2,5 mil prateleiras diariamente.
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“O consumidor ganha uma entrega mais rápida”, afirmou Yunes ao Estadão. “E os funcionários, estimamos, terão uma redução de 70% nos passos dados para percorrer distâncias no centro de distribuição durante um dia de trabalho.”
Depois da expansão, os robôs serão responsáveis por até 22% da separação de pedidos em Cajamar. Em 2024, a empresa planeja estender essa tecnologia para outros centros de distribuição e países. Com prateleiras mais próximas, a capacidade de armazenamento aumenta entre 10% e 15% por metro quadrado, que permite aproveitar melhor o espaço.
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Embora a automação reduza a necessidade de mão de obra na separação de pedidos, o Mercado Livre continuará contratando. A previsão é de 11 mil novas contratações até o fim de 2024, para elevar o quadro de funcionários de 22 mil para 33 mil.
A empresa deve investir R$ 23 bilhões estão em 2024. Serão abertos novos centros de distribuição em Porto Alegre e Brasília.
Mercado Livre é o site mais acessado do setor no Brasil
O Mercado Livre lidera o acesso a sites de comércio eletrônico no Brasil, segundo a agencia Conversion. A chinesa Shopee e a norte-americana Amazon aparecem na sequência, com OLX e Magazine Luiza completando o top cinco.
Marcos Galperín, fundador e diretor-executivo do Mercado Livre, falou sobre a concorrência: “Sempre recebemos muitas perguntas sobre competidores, só muda o nome”.
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Sobre a taxação de compras internacionais de até US$ 50, Galperín afirmou que a empresa se adaptará às regras tributárias de cada país. Ele acredita que a taxação beneficiará os vendedores nacionais, priorizando-os na plataforma.
“Estamos em oito países da América Latina há 25 anos”, disse Galperin. “Nos adaptamos aos marcos que cada país escolher.”
Fernando Yunes apoia a isonomia tributária entre produtos importados e nacionais. Caso a proposta não seja aprovada, o Mercado Livre pode expandir sua própria operação de importação. No entanto, ele acredita que a taxação de compras internacionais de baixo valor terá pouco impacto, pois são poucas na plataforma atualmente.