Ao traçar um perfil completo de seus usuários em menos de 40 minutos, a rede social chinesa TikTok pode levá-los a conteúdos prejudiciais, mostrou estudo feito pelo jornal Wall Street Journal (WSJ), divulgado na quarta-feira 21.
Quem acessa o aplicativo pela primeira vez, depara-se com diferentes tipos de vídeos sobre assuntos aleatórios, com milhões de visualizações. A seleção ocorre segundo os dados pessoais fornecidos. Dessa forma, o TikTok verifica se o usuário é religioso, se gosta de dançar, se está se sentindo triste ou feliz, se cozinha, entre outras características.
Nessa análise, são considerados o tempo que o indivíduo dispõe para cada conteúdo, se ele curte, compartilha e assiste mais de uma vez. Com base nesse comportamento, as opções de vídeos vão se afunilando. De modo a entender o fenômeno, o WSJ criou mais de 100 contas-robôs. Esses perfis assistiram a centenas de milhares de vídeos no aplicativo.
A pesquisa
Para um robô programado com a finalidade de se interessar por tristeza e depressão, em menos de três minutos usando a plataforma, o 15º conteúdo exibido ao usuário falso foi um vídeo motivacional. Como ele assistiu duas vezes, o TikTok forneceu o primeiro dado importante à plataforma: o usuário está triste.
Segundo Guillaume Chaslote, fundador da AlgoTransparency e ex-funcionário do Google, o TikTok funciona de forma diferente das demais. “O algoritmo do TikTok pode ficar muito mais poderoso e isso faz com que ele seja capaz de captar as vulnerabilidade dos usuários muito mais rápido”, explicou ao jornal.
À medida que o TikTok conhece a pessoa, se torna mais provável que ele a leve a conteúdos potencialmente prejudiciais, como violência e pornografia, que não são moderados e violam as políticas da própria plataforma, salientou o WSJ. A ByteDance, dona do TikTok, já chegou a ser processada por se infiltrar nos dispositivos de usuários e extrair dados privados.
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