Neste inverno, a população das Regiões Sul e Sudeste enfrentaram uma queda brusca das temperaturas no final de julho. Não foi difícil acompanhar fotos de geadas, termômetros próximos ou abaixo de zero grau e até neve em áreas de serra. Mas “especialistas em tudo trataram este inverno subtropical, do Ano da Graça de 2021, como algo excepcional, relacionando-o até ao desmatamento da Amazônia!”, conta o chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, em seu novo artigo em Oeste. “A onipotência de alguns humanos os leva a crer em sua capacidade de alterar o clima da Terra. E em sua onisciência incontestável se creem capazes de consertar tudo e “salvar o planeta”, sob holofotes midiáticos”, ressalta.
Trecho do artigo:
“No Sul e no Sudeste, com frequência, ocorrem as chamadas “geadas brancas”, como as deste ano. Em noites frias e de céu limpo, a atmosfera, a terra e as plantas perdem calor ao longo da noite e forma-se uma camada fina e superficial de cristais de gelo. Contudo, existe também um fenômeno, mais raro e devastador, conhecido como geada negra, em que a temperatura noturna cai a ponto de congelar a seiva das plantas.
Estudante de Agronomia, acompanhei a geada negra ocorrida em 18 de julho de 1975. Ela não foi causada pelo desmatamento da Amazônia e, sim, contribuiria nos anos seguintes para sua intensificação. Seus efeitos foram devastadores em São Paulo, no Sul do Brasil e, sobretudo, no norte do Paraná, onde os termômetros registraram temperaturas próximas de zero grau e até negativas. Em apenas uma noite, o frio dizimou grande parte dos cafezais. Os pés de café foram ‘queimados’ pelo frio, do topo das árvores até o solo. Os fazendeiros deitaram-se ricos e amanheceram pobres.”
O parágrafo descrito acima faz parte do artigo “Geadas e aquecimento verbal”, de Evaristo de Miranda, publicado na Edição 72 da Revista Oeste, que foi ao ar na sexta-feira 6.
A publicação digital conta ainda com reportagens especiais e artigos de J. R. Guzzo, Augusto Nunes, Guilherme Fiuza, Ana Paula Henkel, Rodrigo Constantino e Dagomir Marquezi.
A culpa é do Bolsonaro, não resta dúvida.