No primeiro boletim sobre a safra de 2025, a Companhia Nacional de Abastecimento estima aumento da produção de arroz do Brasil. De acordo com o órgão, a expansão deve se aproximar de 14%, gerando a colheita de 12 milhões de toneladas — a maior em oito anos. O Rio Grande do Sul tem papel decisivo nesse resultado — e o livre mercado é fundamental para o desempenho gaúcho.
A safra gaúcha de grãos de arroz de 2025 deve fechar em 9,6 milhões de toneladas. Assim, os agricultores do Rio Grande do Sul respondem por quase 80% da produção desse alimento.
O livre mercado e a safra de arroz do Rio Grande do Sul
Dois motivos impulsionam a produção. O fato do governo federal não ter conseguido intervir no mercado e os preços menos atrativos da soja, conforme explica Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros Regionais (Federarroz).
“Ao deixar que siga o livre mercado, o governo dá uma sinalização de mais segurança ao produtor”, explica. “Porém a outros fatores, como a queda dos preços da soja. Metade dos produtores de arroz também planta esse grão.”
De acordo com o presidente da Federarroz, como o preço do arroz está melhor, a tendência é a área de plantio desse grão avançar sobre a que seria destinada à soja no sul do Estado.
Vocação gaúcha
Alexandre comenta ainda os motivos para o Rio Grande Sul ser o grande produtor nacional de arroz. Ele explica que o inverno rigoroso do território gaúcho é um dos principais aliados dos agricultores, pois ajuda no combate das pragas.
O Rio Grande do Sul tem a vocação para a cultura do arroz, com agricultores especializados no assunto e um fator fundamental: temos características climáticas que nos permitem um controle natural de pragas”, diz Alexandre. “Nosso inverno rigoroso controla naturalmente muitos insetos e pragas, ao contrário de outros Estados brasileiros que têm o clima mais quente.”
Alexandre comenta que, enquanto os agricultores gaúchos usam entre um e três fungicidas na lavoura, os goianos chegam a aplicar de oito a 12 produtos do mesmo tipo para tornar o cultivo viável. “Essa questão do clima é que define a vocação do Rio Grande do Sul para a safra de arroz”, afirma.